terça-feira, 31 de agosto de 2010

O joão está triste

O João tinha uma escola.

Quer dizer: tinha a escola onde andava há já dois anos, perto de um terço do tempo total da sua vida.

Era a «escola dele» por mais de uma razão.

Porque também lá andavam o Quim e Rui, que moram duas e cinco casas mais abaixo e que com quem se junta, depois das aulas e nos fins-de-semana, para continuarem no pequeno terreiro das traseiras as brincadeiras que inventam ou que aprenderam com outros miúdos lá da escola.

Porque gosta do recreio daquela escola, cujo chão parece ter decorado, com uns cantinhos que lhe parecem seus.

Também porque gosta da professora, que sempre o tratou com uma doçura que ele sente, ainda que não saiba que àqueles modos macios é justo chamar «doçura».

E ainda porque a escola que é a sua está do outro lado da rua onde mora, pelo que lhe basta sair de casa um pouco antes do início da aula para que chegue muito a tempo, ainda lhe ficando uns minutos para estar com os colegas naquilo que ele não sabe poder chamar-se «confraternização infantil», mas pode.

Assim, ele sai de casa todas as manhãs úteis, escoltado pela avó que com ele atravessa a rua e ainda fica um tempinho a olhá-lo, do lado de cá do portão gradeado, enlevada por ver como o seu netinho está a ficar um homem.

A vida de uma avó é muito feita de momentos destes, como toda a gente sabe ou fica a saber a partir de certa idade.

Por outro lado, também a vida de um neto é muito feita pela distraída percepção de que todas as manhãs os olhos protectores de uma avó ficam uns instantes a seguir-lhe os passos e os gestos, e disso é que poucos se lembram excepto, talvez, quando um dia chegam por seu turno a serem avós.

O João tinha, pois, uma escola.

Mas já não tem, e por isso está triste.

Já não tem a sua escola, ou melhor, vai deixar de tê-la.

Foi pela televisão que lá em casa primeiro se percebeu o que ia acontecer, e por isso o João quase começou a ter medo de ver e ouvir a TV.

Explicaram-lhe que uns senhores ou umas senhoras que se chamam «O Ministério» resolveram que a escola dele, do João, não presta porque andam lá poucos meninos, e por isso vão dar cabo dela, quer dizer, vão fechá-la.

Ao João, tal como ao Quim, ao Rui e mais à mão-cheia de putos que andam na escola do João, vão metê-los todas as manhãs numa camioneta e nela vão andar uma hora ou mais até à Vila que é sede do concelho e onde, dizem, uma escola grande, porreiríssima, que há-de ficar a abarrotar de malta para que assim fique aproveitadinho todo o seu espaço, estará à espera deles e de muitos mais.

Vai ser uma viagem que o assusta um bocado: está convencido de que vai enjoar, ficar o tempo todo com medo de vomitar, ele bem sabe que a estrada a percorrer é toda cheia de curvas e contracurvas.

E, é claro, vai ter de estar todo aquele tempo não apenas sentado mas também apertado com o cinto de segurança com que muito embirra, embora isso seja o menos.

E ao fim do tempo das aulas vai ser a mesma dose no percurso inverso, de tal modo que, feitas as contas, são pelo menos duas horas diárias que lhe roubam ao tempo de brincadeira no tal terreiro das traseiras.

Se calhar é mesmo esse tempo todo.

O João sente confusamente que não há direito que lhe façam uma coisa destas.

E o Quim também sente o mesmo.  E o Rui.

Não se sabe se alguma vez, mesmo que nunca cheguem a ter clara consciência disso, perdoarão esta grande maldade que lhes vão fazer.

Também a avó está triste: vai ficar sem aquela pequenina felicidade de levar o neto até ao portão da escola como se o fosse acompanhar até ao limiar de uma vida adulta, ou quase.

E os pais estão não apenas tristes mas também preocupados com o filho, decerto, mas também com as condições de vida naquela terra onde moram e onde nasceram eles, e os seus pais, e os seus avós.
Era uma terra que tinha uma estação dos Correios e agora já não tem.

Que tinha uma farmácia e agora já não tem.

Por onde passavam várias carreiras de autocarros e agora já não passam.

Que fica agora sem escola.

Olham à volta e descobrem que pouco ou nada mais há que lhes possam tirar, que aquilo está a transformar-se numa espécie de deserto com casas, pois que as casas que ficam vazias são cada vez em maior número.

É que as pessoas vão partindo a pouco e pouco atrás da farmácia, da estação dos Correios, das carreiras de autocarros que sejam mais frequentes que uma passagem de manhã e uma outra em sentido inverso já por alturas do sol-posto.
Como o João, os pais estão tristes com a notícia que primeiro lhes chegou pela televisão, ainda que com escasso complemento de razões, e depois outros caminhos confirmaram.

Estão tristes e, como o João, assustados.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

POR ISSO

A forma como a Festa do Avante! é tratada pelos média dominantes é talvez o exemplo mais flagrante do silenciamento a que esses média submetem toda a actividade do PCP - uma actividade que, recorde-se, é maior do que a soma das actividades de todos os restantes partidos...

A Festa, sem dúvida a mais relevante iniciativa política, artística, cultural, de massas,convivial realizada no nosso País, é o resultado do trabalho voluntário de milhares e milhares de militantes e simpatizantes comunistas - o tal colectivo partidário que tantas azias provoca aos patrões dos desinformadores de serviço...

Por isso, a Festa é um «perigo» que há que sujeitar aos tratos de polé dos «critérios» em voga nos média do grande capital.

Por isso, a construção da Festa é silenciada.

Por isso, ao Programa da Festa, anunciado em conferências de imprensa, são concedidas - quando são... - meia dúzia de linhas.

... Por isso, não surpreenderá se, um dia destes, a Festa aparecer nas primeiras páginas dos jornais como a «grande notícia»do dia.

Por exemplo, uma notícia a informar que a tal Entidade das Contas - que parece existir tendo como objectivo único acabar com a Festa do Avante! - considera que... os comunistas estão errados quando dizem que o lucro da Festa é a diferença entre as receitas e as despesas... ora, a Entidade é que sabe e como a Entidade diz é que é: o lucro da Festa é a soma de todas as receitas...

E é por tudo isso que - como no próximo fim-de-semana confirmaremos - NÃO HÁ FESTA COMO ESTA.
 

domingo, 29 de agosto de 2010

Os herdeiros Feteira

Tenho lido e ouvisto muito sobre o caso da enorme fortuna Feteira e os seus vários putativos herdeiros, e sobre o assassinato de uma senhora com quem o centenário vivia há anos ou décadas.

Não faltará, decerto, quem com este rico (e triste) material faça romance, filme, telenovela, o que fôr...

Mas há uma coisa que me espanta.

No mundo pôdre e criminoso em que tudo isto se move e no leque de herdeiros com origem em várias origens e cama(da)s, há uma questão que escapa e há uns herdeiros, porque fautores da fortuna, de que ninguém fala.

Esta herança enorme também é de falências de empresas e de negócios volumosos à beira de falências.

Entre os herdeiros, faltam os trabalhadores que sofreram essas falências e que não beneficiaram desses negócios.

Trabalhadores que estão, sem qualquer dúvida, na origem da dita fortuna que despoletou estes escândalos e crimes (pelo menos um é conhecido, sem que, por enquanto, se conheçam os criminosos, executores e mandadores).

Sim!, porque essa fortuna não nasceu por obra e graça de espíritos santos, embora alguns destes possam ter ajudado a acrescê-la.

sábado, 28 de agosto de 2010

UMA NOTÍCIA DIFERENTE

Das vidas dos jogadores de futebol muito nos é dito, sendo certo que Ronaldo - com os seus ganhos, os seus gastos, os seus automóveis, os seus relógios, as suas casas, as suas namoradas, a sua mãe, a sua irmã, o seu filho, os seus amuos... - é, de todos, o mais falado.

Acontece que, de vez em quando - muito de vez em quando - surge uma notícia diferente, em que a tradicional coscuvilhice é substituída por algo que vale a pena saber.



É o caso da notícia divulgada pelo Público (a pretexto do recente jogo entre o Sevilha e o Braga) sobre Frédéric Oumar Kanouté, o franco-malinês jogador do Sevilha.

Ali ficamos a saber que Kanouté é um homem que pensa e que, agindo de acordo com a sua consciência, diz o que pensa.



Para ele, «não ser indiferente ao que se passa no mundo é uma obrigação moral».



Assim, o jornal recorda que, há uns tempos atrás, Kanouté festejou a marcação de um golo mostrando uma t-shirt com a palavra «Palestina» - em solidariedade com o povo palestino e denunciando os crimes cometidos pelo governo israelita.

Pelo seu acto solidário, o jogador foi castigado com o imediato cartão amarelo acrescido de uma multa - «por ter veículado uma mensagem política durante um jogo de futebol» - dizia a acusação...



Pois...

Pronunciando-se sobre o que fez e sobre os castigos de que foi alvo, Kanouté afirmou:



«Se recuasse no tempo faria tudo igual. Continuarei a apontar o dedo a todos aqueles que continuam a matar na Palestina. Não posso pactuar com uma injustiça tão grande».

Que marque muitos golos é o que lhe desejo.



E que não desista de «apontar o dedo» - ou a t-shirt ... - a todos os criminosos.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Sócrates & Teixeira dos Santos – Há por aí mais um pano encharcado?

Quando, na Assembleia da República, a oposição impôs ao Governo PS de Sócrates o pagamento de vencimentos aos presidentes de Junta de Freguesia a tempo inteiro, o Ministro das Finanças, furioso, reagiu de forma malcriada e arruaceira, classificando a medida como “Money for the boys”, tendo levado nas ministeriais fuças imediatamente e muito justamente.

A vingança rasteira está aí. Como somos governados por uma imitação rasca de garotos, escondendo-se atrás de (literalmente) desculpas de mau pagador, o Governo de Sócrates e Teixeira dos Santos, pura e simplesmente... não paga!

Os presidentes de Junta a quem os vencimentos são devidos, esperam pelo dinheiro há oito meses!

Que raio de gente é esta?

Como é que um Governo nega vencimentos a homens e mulheres que, dia a dia, dão o seu melhor pelas populações das suas Freguesias, enquanto, ao mesmo tempo (entre muitos mais exemplos de incúria), vai renovando frotas automóveis topo de gama, para pôr nas mãos dos Ministros, Secretários e dos verdadeiros enxames de ajudantes que povoam os ministérios... e que, em boa parte, não passam de parasitas?



Mesmo não sendo o único, nem sequer o melhor método, o voto pode funcionar como um poderoso desinfestante.

Pensemos nisso...



quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Hoje há Avante!

   DESTAQUES:
Uma candidatura vinculada aos valores de Abril 
A decisão do Comité Central foi comunicada aos jornalistas pelo Secretário-geral do PCP na tarde de anteontem. Francisco Lopes fez, pouco depois, uma primeira declaração como candidato à Presidência da República, que transcrevemos na íntegra. A apresentação formal da candidatura está marcada para 10 de Setembro.
 
«A terra está cá e os homens para a trabalhar também»
O Secretário-geral do PCP participou em três iniciativas no concelho de Avis, onde reafirmou a necessidade de o País produzir para sair da situação em que se encontra.
Novo livro
A editorial Avante! publica, com este número, o intitulado Os Pedaços de Madeira de Deus, de Sembène Ousmane, escritor senegalês.  
Urge mudar e agir
Em carta-aberta, a Interjovem exige uma nova política que valorize o emprego estável e medidas urgentes para o crescimento da produção.
Fecho de mais 701 escolas
 As mais de dez mil crianças do Ensino Básico que terão de frequentar outra escola, já em Setembro, são as principais penalizadas.
Luta sem fronteiras contra o imperialismo
Local de encontro com os trabalhadores e os povos de todo o mundo, o Espaço Internacional da Festa do Avante! permite aos visitantes contactarem com dezenas de partidos comunistas e operários e outras organizações, e com as sua persistente luta contra o imperialismo, pelo progresso e a emancipação social.
Lénine em Montpelier
O socialista George Frêche, presidente da região do Languedoc-Roussillon consagrou espaço público a figuras do século XX. Uma estátua de Lénine foi das primeiras a ser ali colocada. 
Acordo denunciado
O Tribunal Constitucional da Colômbia denunciou o acordo celebrado entre Uribe e Obama, que permitia aos EUA dispor de sete bases no país.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Casos que nos surpreendem aqui relativamente perto

"Avenida da Liberdade", "Rua Ernesto Che Guevara", "Praça Salvador Allende, "Paz, Pão e Trabalho", "Desliga a TV, acende a tua mente", "Uma utopia rumo à Paz", etc são os nomes de ruas, de praças e dos slogans de uma aldeia andaluza não longe de Córdoba e de Sevilha que o visitante estrangeiro descobre no fim de uma estrada sinuosa em meio a campos de oliveiras, de trigo cortado e seco ao sol.

A rua principal da pequena aldeia com cerca de 3000 habitantes conduz directamente ao ayuntamiento dirigido por Juan Manuel Sánchez Gordillo, que ganhou todas as eleições por uma ampla maioria e isto desde há mais de trinta anos.

Juan Manuel é um homem simples que recebe os visitantes no seu gabinete, que ostenta um grande retrato de Ernesto Che Guevara, espontaneamente e naturalmente sem agendamento nem protocolo. 

Ele não hesita em deixar o seu gabinete para mostrar as casas brancas situadas em frente ao edifício e construídas colectivamente pelos próprios habitantes em terras oferecidas quase gratuitamente (15,52 euros por mês) pela comuna. 

Esta põe igualmente à sua disposição a ajuda de um arquitecto e de um mestre-de-obras. 

A região contribui com o grosso do material de construção. 

Promotores imobiliários, especuladores e outros parasitas não têm aqui lugar. 

A habitação deixa assim de ser uma mercadoria e torna-se um direito.

Juan Manuel fala com entusiasmo e orgulho das numerosas realizações dos habitantes do seu município, com números e gráficos para confirmar. 

Ler mais situações interessantes no artigo de Mohamed Belaali no Resistir.Info.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Francisco Lopes candidato à Presidência da República



Dando seguimento à decisão tomada na reunião do Comité Central, em Abril, o PCP avança com uma candidatura própria: Francisco Lopes, membro da Comissão Política e do Secretariado do Comité Central foi anunciado como candidato à Presidência da República.
Biografia de Francisco Lopes
Francisco José de Almeida Lopes
55 anos
Electricista
Funcionário do PCP
Natural de Vinhó, concelho de Arganil.
Habilitado com o curso industrial de montador electricista, na Escola Industrial Marquês de Pombal.
Participou na actividade associativa do movimento estudantil no Instituto Industrial de Lisboa (actual ISEL) nos anos lectivos de 72/73 e 73/74.
Activista do Movimento Democrático, no plano estudantil e na base de Moscavide, participou no III Congresso da Oposição Democrática em Aveiro, no Encontro da CDE em Santa Cruz e na acção política eleitoral de Outubro de 1973.
Foi membro da União dos Estudantes Comunistas (UEC) em 1973 e 74 e é membro do PCP desde 1974.
Trabalhou na Applied Magnetics, onde foi membro da Comissão de Trabalhadores e da célula do PCP da empresa. Participou na acção sindical no âmbito do Sindicato dos Electricistas do Distrito de Lisboa.
Membro do Comité Central do PCP desde o IX Congresso (1979).
Eleito membro suplente do Secretariado do Comité Central do PCP no XII Congresso (1988).
Membro da Comissão Política e do Secretariado do Comité Central desde o XIII Congresso (1990), responsável pela Área do Movimento Operário, Sindical e das Questões Laborais e pelas Questões da Organização Partidária.
Deputado à Assembleia da República eleito pelo Círculo Eleitoral de Setúbal.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Algunas preguntas surgidas a raíz de la brutal represión del viernes 20 en Tegucigalpa

Es inusual y por tanto deja dudas sobre sus verdaderos móviles, la delirante y criminal masacre de la cual han sido víctimas miembros de las organizaciones magisteriales. Deja dudas por la forma en la que se desarrollaron los sucesos lo cual hace preguntarnos sobre lo que podrían ser las causales de fondo de una represión tan ensañada pero al tiempo tan aparentemente inútil y burda. Veamos:

Primero: cuando se produjo el ataque armado de la policía el plantón de los docentes estaba ya disuelto, las vías habían sido liberadas, y los profesores y profesoras habían ingresado al campo de la universidad pedagógica. En este sentido cabe la pregunta ¿por qué la máquina de la muerte no se accionó durante el plantón sino una vez finalizado el mismo y cuando el tránsito vehicular se había normalizado? ¿Quién ordenó esta acción fuera de tiempo y lugar y por qué?

Segundo: ¿Por qué algunos medios de comunicación acostumbrados a ocultar, mentir y deformar las noticias sobre las diversas violencias desatadas por los cuerpos represivos (que ellos mismos organizan, alimentan incitan y estimulan) en esta ocasión muestran en sus primeras planas, y en programas estelares, la locura agresiva y a todas luces criminal de sus propios aparatos represivos? ¿Es que acaso de un día para otro se han dado vuelta y pretenden ahora ser objetivos o “ humanistas “? ¿ o bien, que lo que podría estar evidenciando este hecho inusual es una fisura de intereses entre la extrema derecha claramente fascista y lo que suelen llamar ( formalmente ) centro derecha “ democrática “?

Tercero: Una vez obtenida la aceptación de don Porfirio Lobo como titular del ejecutivo , por un gran número de países extranjeros ( “ el problema político actual de nuestro país “ tiene carácter global )se estaría con ello ofreciendo el campo libre para desatar la represión , sin límite , organizada por un poder paralelo e independiente y hasta desobediente de las mismas estructuras gubernamentales ¿Se trata en este caso de un proyecto de dominio total eliminando , ya sin las deformadas mascaras “democráticas “, los impedimentos que puedan existir en relación al dominio que sobre bienes y gentes pretende imponer en el mundo el fascismo global y sus gendarmes locales quienes quieren tragarse a los bienes y a las gentes del universo entero (nuestro país forma parte de ese universo ) al mejor estilo de aquel personaje literario llamado Gargantúa?

Cuarto: ¿ Los acontecimientos represivos desatados, sin ton ni son, el día viernes 20 de agosto en el campo de la universidad pedagógica y divulgados a todo color y en directo por la mediática oficial pretenden crear distracciones para bajar el perfil de discusión sobre otros asuntos de vital importancia nacional y mundial tales como los contratos de la energía hidroeléctrica ( tema sobre la cual podría caer el silencio ) cuya discusión sacó a luz pública las irregularidades y corrupción descargados en su manejo y que el congreso pretende validar en los próximos días, así como también sobre otros de interés nacional y global como las concesiones mineras, el robo y usurpación de las mejores tierras, la reforma educativa, los emporios turísticos etc. proyectos que están en la agenda de la política oficial?

¿Es para bajar el perfil sobre la discusión de esos intereses que pretenden distraernos sobre otros temas también delicados pero quizás no tan vitales ni estructurales para los intereses de la política económica global?

Siendo así las cosas, es posible pensar que el poder gubernamental actual en Honduras y quienes lo dominan elaboran estrategias para organizar y crear diversos focos de conflictos para así diseminar y difuminar la energía de la resistencia popular tal como está ocurriendo en estos momentos en la isla de zacate Grande es decir 72 y 48 horas después de los graves sucesos acaecidos en choloma y Tegucigalpa, los cuales tendrían como telón de fondo , quizás, disminuir el impacto que pudo ocasionar en la ciudadanía la invasión de la isla de zacate grande a cargo de mercenarios bajo la dirección del gargantúa de tierras el señor Miguel Facussé.

Frente a nuevas estrategias creadas por los asesores internacionales del fascismo local, El Frente Nacional de Resistencia Popular de nuestro país tendría, con imaginación y decisión, generar las respuestas adecuadas.

domingo, 22 de agosto de 2010

IEFP reduz o desemprego registado em Julho de 2010, mas aumenta para 49.106 os desempregados que são eliminados dos ficheiros dos Centros de Emprego

O Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) divulgou hoje (19/08/2010) os dados do desemprego registado referentes ao mês de Julho de 2010. 

Como se sabe, o desemprego registado não inclui a totalidade dos desempregados, mas apenas aqueles que tomaram a iniciativa de se inscreverem nos Centros de Emprego. 

Muitos jovens desempregados não se inscrevem porque não têm direito ao subsidio de desemprego, e também muitos desempregados que perderam a esperança de encontrar emprego, por terem procurado muito e não encontrarem, e porque já não têm direito a subsidio de desemprego, também não se encontram inscritos. 

Por estas razões o desemprego registado não corresponde a totalidade do desemprego existente no País. 

Mas para além destas razões, ainda existe mais uma outra, mas esta da responsabilidade do IEFP. 

E essa outra razão, é o elevado numero de desempregados inscritos nos Centros de Emprego que são eliminados todos os meses dos ficheiros dos Centros de Emprego de acordo com orientações aprovadas pelo seu presidente IEFP, como provam os dados do quadro seguinte que foi construído com dados do próprio Instituto de Emprego e Formação Profissional .

sábado, 21 de agosto de 2010

ENFIM, É A CRISE...

Vá lá a gente entender estas coisas: entidades altamente responsáveis - designadamente o ministro da Agricultura - dizem que não há qualquer razão para que o preço do pão aumente.
Entretanto, o preço do pão não só já aumentou como vai aumentar mais - e «bastante», diz quem sabe...
Enfim, é a «crise».

Trata-se, então, de um aumento «sem razão» - e há-de ser brutalmente reconfortante, para os que já começaram a pagar o primeiro aumento e estão condenados a ter que pagar o segundo, saber que «não há qualquer razão» para esse aumento...
Imagine-se o que seria se houvesse «razão» para o aumento!...
Enfim, é a «crise».

Mas há mais: informam os jornais que, a partir de Setembro, «comer num restaurante, tomar o pequeno almoço numa pastelaria ou simplesmente beber uma bica no café da esquina, vai passar a ser mais caro».
E diz quem sabe que até «os copos de água podem deixar de ser de graça».
Enfim, é a «crise».





Aumentos com «razão»? Sem «razão»?
Para o caso tanto faz: com «razão» ou sem ela, diz a «crise», há que pagar.
E com «razão» ou sem ela, tudo aumenta - excepto, claro, os salários de quem trabalha e vive do seu trabalho, mas também nesse caso é a «razão» a mandar: não aumentam os salários mas, em compensação, aumentam os lucros do grande patronato, uma coisa dá para a outra, não sei se estão a ver a «razão» da coisa, isto é da «crise»...



Enfim. é a «crise» - que, como o primeiro-ministro não se cansa de nos ensinar, «toca a todos»...

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Governo PS retira ajudas aos mais pobres e direitos aos desempregados

Depois da fusão ideológica do PS com a direita e da sua rendição incondicional ao neoliberalismo, todo o dinheiro é pouco para ajudar o grande capital: para que a banca pague 4,3% de IRC (como sucedeu em 2009) é preciso retirar direitos e subsídios aos que deles precisam. Qualquer pessoa percebe isto, que o dinheiro não é elástico, não é senhores economistas do sistema?

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Hoje há Avante!

  DESTAQUES:
Grave cedência aos grandes grupos
Ao autorizar a abertura das grandes superfícies comerciais aos domingos e feriados, durante todo o ano, o Governo contribuirá para um aumento do desemprego e da precariedade, «beneficiando os grandes grupos do sector e criando mais dificuldades à sobrevivência do pequeno comércio e da produção nacional».
Engrossar a luta para responder à ofensiva
Em duas iniciativas realizadas no Algarve – Monte Gordo e Portimão, Jerónimo de Sousa apelou à intensificação da luta, «única solução para dar a volta à situação a que o País chegou».
Novo livro
A editorial vai publicar, com o jornal de 26 de Agosto, um novo livro na Colecção Biblioteca Avante! - Os Pedaços de Madeira de Deus, de Sembène Ousmane.
Pessoal sem direitos
Restrições orçamentais prejudicam gravemente a vigilância das florestas, a Educação, a Saúde e a Autoridade para as Condições de Trabalho.
Gestão desastrosa
A Câmara Municipal de Portimão encontra-se em desequilíbrio financeiro, denunciam os comunistas, que acusam o PS de «gestão desastrosa».
O futuro que é já presente 
A Cidade da Juventude é, por excelência, o ponto de encontro dos jovens – comunistas ou não – que visitam a Festa do Avante!, pois é ali que estão plasmados os seus problemas, os seus sonhos, as suas lutas. Planificada, construída e assegurada por jovens, ela prova, como nenhum outro espaço da Festa, que a juventude não é apenas o futuro do Partido como também muito do seu presente. 
Blair compra «inocência»
Tony Blair anunciou que doará a totalidade dos lucros da venda do seu livro de memórias a uma organização dedicada à reabilitação de veteranos de guerra.
Desemprego jovem
Cerca de 81 milhões de trabalhadores entre os 15 e os 24 anos estiveram desempregados em 2009. E o número vai aumentar, alerta a OIT.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O SILÊNCIO É DE OURO

Ainda em relação ao «caso Freeport» - que, como sabemos, está praticamente arrumado... - surgiram agora (Correio da Manhã de hoje) alguns dados curiosos ligados às contas bancárias de alguns dos «intervenientes no processo».

Trata-se de coisa insignificante (que certamente será bem resolvida um dia destes) e que se resume a uma diferençazinha detectada entre os rendimentos declarados desses «intervenientes» e os depósitos que os mesmos «intervenientes» fizeram nas suas contas bancárias.

Temos assim que, por exemplo:

Charles Smith (dono da Smith & Pedro)
Declarou de rendimentos 179 980 euros - depositou no banco 1 837 097 euros.

Manuel Pedro (dono da Smith & Pedro)
Declarou 307 246 euros - depositou 1 600 086 euros.

Júlio Monteiro (tio de José Sócrates)
Declarou 62 162 euros - depositou 1 339 190 euros.

José Manuel Marques (ex-responsável do Instituto de Conservação da Natureza)
Declarou 240 885 euros - depositou 635 710 euros.

Carlos Guerra (ex-responsável do Instituto de Conservação da Natureza)
Declarou 298 212 euros - depositou 726 145 euros.

José Dias Inocêncio (ex-assessor da Câmara Municipal de Alcochete)
Declarou 236 786 euros - depositou 595 372 euros.


Como se vê, as diferenças entre o declarado e o depositado são consideráveis - e susceptíveis de suscitar múltiplas conjecturas.

Mas atenção: nada de conclusões precipitadas: também nesta matéria não vai haver problema. Isto porque, ao que parece, todos os «intervenientes no processo» se recusam a esclarecer a proveniência dessas diferenças.

E, a acreditar na notícia (e eu acredito), fazem-no legalmente (digamos assim).

Como? 

É simples: invocando uma coisa chamada «direito ao silêncio» - coisa essa que, como se está mesmo a ver, permite aos «intervenientes» nada dizer sobre o assunto.

Assim se prova que o silêncio é de ouro...

terça-feira, 17 de agosto de 2010

UM VÓMITO

Mário Soares não gostou do «reaparecimento público» de Fidel.

Porquê?: porque Soares não gosta de Fidel - e muito menos de o ver vivo...

Soares não gostou do discurso de Fidel.

Porquê?: porque Fidel «não disse nada de importante» - e Soares só gosta dos discursos que digam coisas importantes, como os do Obama e os dele próprio...

Para além disso, pergunta Soares, do alto das suas bochechas flácidas, «Em que qualidade falou? Como velho líder, há meio século, ou como proprietário de Cuba?» - e responde: «Não o disse. Porque realmente não disse nada».

Posto isto, Soares embala na espiral de provocações em que é exímio praticante, ao mesmo tempo que recorda «Fidel há cinquenta anos»; recorda a viagem que fez a Cuba, em 1964 e que o deixou «pessimamente impressionado» com aquele «comunismo à soviética, puro e duro».

E recorda que «muito mais tarde, bastante depois da normalização democrática portuguesa, que se seguiu ao delírio do PREC» - ou seja, depois de ele, Soares, ao serviço da CIA, ter encabeçado a contra-revolução que liquidou Abril e recolocou Portugal nas garras do imperialismo norte-americano - encontrou-se com Fidel «numa reunião da Comunidade Ibero-Americana», na qual também participou Cavaco Silva, então primeiro-ministro.

Diz Soares que, no decorrer da reunião, «Fidel queixou-se da falta de solidariedade para com Cuba, dos países presentes. E citou Portugal, cuja Revolução ele disse ter ajudado».

Ora, perante isto, a «coragem» do Soares não se fez esperar - como é sabido, Soares sempre foi muito «corajoso» no combate aos comunistas e não tão corajoso no combate aos fascistas (talvez por saber que os comunistas não lhe faziam mal e que os fascistas eram capazes de lhe mandar umas taponas ou até mais...).

«Coube-me responder-lhe», declama Soares.

E respondeu assim a Fidel: «O Senhor não ajudou a Revolução, ajudou o PCP, o que é diferente, porque quis fazer de Portugal uma Cuba europeia» - e acrescentou mais umas quantas provocações típicas de um agente da CIA em exercício.

Ora, perante tanta «coragem», Fidel ficou sem palavras... ainda tentou responder-lhe, «mas o Rei de Espanha resolveu interromper a sessão e convenceu Fidel a não responder...»

E pronto, a «coragem» de Soares venceu a «cobardia» de Fidel...

Criado para todo o serviço do capitalismo explorador e opressor, Soares é assim: uma criatura repelente, nojenta, execrável, abjecta - um vómito.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão

Pergunta ingénua:

Com os governos que temos na Europa há pobreza e exclusão social?

Quem diria...

domingo, 15 de agosto de 2010

Ontem estive lá...

Esta fotografia é daqui.

O RS ficou de me mandar uma mas deve ter-se esquecido.

E a festa começa a tomar forma...

E para 3, 4 e 5 de Setembro aqui vão umas dicas...

Carvalhesa - 25 anos
Pedro Abrunhosa e Comité CaviarTim & Companheiros de AventuraBaile PopularBernardo Sassetti TrioDeolindaRoberto Pla OrquestraCacique'97A NaifaThe Flawed CowboysMuximaAntónio CHaínhoEspaço InternacionalEspaço CiênciaFesta do LivroJuventudeArtes PlásticasBluesPopMúsica PortuguesaWorld MusicRockJazzFadoMusica Afircana

sábado, 14 de agosto de 2010

A crise, ai a crise!

Que seria de nós sem ela?

Lá teríamos de passar os serões a falar do calor, do sócras, do freeport, do procurador geral, do contrato do figo, do bebé do ronaldo, das homilias do bispo, das festas do pontal e do pontão... enfim, das sensaborias do costume, com a agravante de que neste mês estival nem sequer temos o paulinho das feiras ou o chico do bééééé (sem ofensa, estou só a lembrar-me da ovelha negra no seio do rebanho, onde é que isso já vai...) a botar discurso para animar as hostes.

É por isso que pela parte que me toca ando rendida às notícias da economia, passando a pente fino os jornais da especialidade, apostada em perceber os meandros da crise e os seus sinuosos percursos, estica aqui, encolhe acolá.

De tanto esforço já estou de cabeça à roda, confesso, mas com calma isto vai amigos, isto vai.

É que a coisa é difícil, ou melhor dizendo, a profunda ignorância do comum dos mortais, em que me incluo, não facilita o que certamente para os peritos é perfeitamente óbvio.

Por exemplo, a situação da banca.

Dizem as notícias que os três maiores bancos privados portugueses arrecadaram, no primeiro semestre do ano (de crise), nada mais nada menos do que três milhões de euros por dia.

No total, BCP, BES e BPI arrecadaram 544,9 milhões de euros, mais 62,2 milhões do que no mesmo período de 2009.

O facto não evitou, por causa da crise – cá está ela outra vez! – que no mesmo período a banca fosse «forçada» a agravar as condições de acesso ao crédito às empresas e famílias.

O lucro de três milhões de euros/dia também não impediu que os impostos pagos correspondessem apenas a um terço do valor pago no primeiro semestre de 2009: 33,8 milhões de euros contra 108,6 milhões há um ano.

Ou seja, pouco mais de 6% dos lucros registados.

Escusam as mentes perversas de tentar ver aqui qualquer manigância.

É tudo perfeitamente legal.

O mesmo se passa, já agora, com a PT, que de acordo com a imprensa da especialidade «surpreendeu pela positiva» com um lucro de 164 milhões de euros no segundo trimestre, ou seja mais de 80% face a igual período de 2009.

Dito de outra forma, cerca de um milhão e meio por dia, e sem que entre nestas contas o resultado da venda da Vivo.

E por falar nisso, eis mais um caso: a mais-valia de 7,9 mil milhões de dólares (6 mil milhões de euros) conseguida neste negócio – em 1998 a Portugal Telecom pagou 1,75 mil milhões de dólares por uma participação de 50% na Vivo e agora vai vender essa participação por 9,7 mil milhões de dólares (7,5 mil milhões de euros) –, esse lucro, dizia está totalmente isento de impostos.

Tudo também perfeitamente legal e de acordo com as regras nacionais e europeias.

Pode pensar-se que quem faz as regras fá-las por gosto ao negócio vivo, o dos chorudos lucros, mas isso é outra conversa que não vem ao caso.

Como dizem aqueles senhores bem falantes da tv, falando às massas, todos (os que pagamos a factura) temos de fazer sacrifícios.

Por causa da crise, pois então.

Ou será da economia?

É no que dá a ignorância.

Bem que o Lénine dizia que é preciso aprender, aprender, aprender sempre!

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

MATAR, MATAR, MATAR

«Falsos positivos» são aqueles milhares de colombianos, regra geral jovens, raptados pelos criminosos a soldo do chefe de criminosos Uribe e que, depois de assassinados, são apresentados publicamente como guerrilheiros «mortos em combate» - assim confirmando o êxito do regime do narcotraficante Uribe no combate contra os «terroristas»...

Comentando a descoberta de uma vala comum com 2000 corpos, em Macarena, a senadora Piedad Córdoba afirmou: «Aqui foi onde começou realmente a política que se conhece como "falsos positivos»: os assassínios a sangue frio para reclamar recompensas, para conseguir promoções, para pedir férias...»

Na verdade, todos estes crimes têm origem numa «instrução secreta» dada por Uribe em 2005 - uma espécie de ordem para matar, matar, matar - que eu pago...

Por um lado o facínora Uribe tinha necessidade de mostrar obra feita ao patrão Bush.

Por outro lado, os criminosos recebiam prémios pelos assassinatos que faziam, e trataram de matar, matar, matar...

E como, matar guerrilheiros das FARC ou do ELN não só não era fácil como implicava riscos..., os assassinos escolheram heroicamente o caminho mais fácil e mais rentável: passaram a assassinar jovens que nada tinham a ver com a guerrilha, apresentando-os, depois, como se fossem guerrilheiros.

E o narcotraficante Uribe - medalha da liberdade de Bush e criado para todo o serviço de Obama - pagava, pagava, pagava...

Foi assim - a matar, matar, matar - que o criminoso Uribe construíu a «democracia colombiana».

Tão apreciada pelos seus patronos dos EUA e da União Europeia - e tão louvada pelos média dominantes.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Hoje há Avante!

 DESTAQUES:
É possível conter os fogos
Melhorias no dispositivo de combate aos incêndios florestais comprovam que, como o PCP defendeu, é possível travar este flagelo. Mas esse caminho está por fazer, as restrições orçamentais vão em sentido inverso e o Governo foge às suas responsabilidades, tentando aliviá-las para o calor e para actos negligentes ou dolosos. Na acção política geral e na intervenção institucional, os comunistas vão continuar a privilegiar as respostas aos problemas estruturais da floresta portuguesa e a luta por outra política agrícola
Aplausos para uma vida inteira
O imenso aplauso com que centenas de pessoas saudaram, no domingo, no cemitério do Alto de São João, em Lisboa, a passagem da urna com o corpo de António Dias Lourenço foi uma sentida e justa homenagem a um dos mais destacados dirigentes da história do Partido.
Hiroxima e Nagasáqui
O PCP alertou para as novas ameaças à paz provocadas pelos EUA e mostra-se confiante numa resposta de massas à cimeira da NATO em Portugal.
O mural é uma arma
A célula do PCP na autarquia de Almada pintou murais no concelho, sucessivamente vandalizados. Os comunistas repõem os murais e acrescentam-lhes outros.

Este ano será pior
A Fenprof alerta para a degradação da qualidade da escola pública no próximo ano lectivo. Mais professores no desemprego e condições de ensino agravadas.
Proposta, acção e luta no «salão-nobre» da Atalaia
O PCP mostra no Espaço Central, a grande sala de visitas da Festa do Avante!, aquilo que marcou o último ano em Portugal. Os visitantes encontram aqui exposições, debates, encontros, posições, ideias, projecto, história, presente, intervenção, luta e futuro, têm o conforto da sombra e o convívio com os amigos, surpreendem-se com as novas tecnologias e as mais antigas ferramentas da nossa acção colectiva...
Detenções em massa
Mais de 900 mil pessoas são detidas por ano em França. O Conselho constitucional decide dar prazo ao governo para alterar as disposições sobre regime de detenção.
Estado de emergência nos hospitais de Gaza
A única central eléctrica da Faixa de Gaza deixou de funcionar por falta de combustível, devido ao bloqueio israelita, o que pode causar um desastre humanitário.


quarta-feira, 11 de agosto de 2010

ESQUERDA E «ESQUERDA»

A propósito da ofensiva em curso contra o Serviço Nacional de Saúde (SNS), o Diário Económico ouviu António Arnaut.

Arnaut teve, como é sabido, um papel destacado em todo o processo de construção e aprovação do SNS, facto que o entrevistador recorda, explicando ser essa a razão pela qual ele é considerado o «pai do Serviço Nacional de Saúde».

Por seu lado, Arnaut (diz o jornal) «aceita com orgulho a paternidade» - uma «paternidade» que, talvez por modéstia e para que se saiba que não foi ele sozinho o criador do SNS, «gosta de partilhar».

E «partilha-a» destacando «três grandes apoiantes do SNS»: «Basílio Horta, Rui Pena e Sá Machado».

O destaque é, provavelmente, justo mas certamente injusto.

Justo, talvez, porque é possível que os três nomes citados tenham dado um contributo positivo para a criação do SNS.

Injusto, sem dúvida, porque como António Arnaut muito bem sabe, ninguém apoiou mais todo o processo de construção e aprovação do SNS do que o Grupo Parlamentar do PCP.

Esquecer isso, revela, no mínimo, uma clamorosa falta de memória.
E fiquemo-nos por aqui...

Quanto à defesa do SNS face à ofensiva actual visando liquidá-lo, se Arnaut quiser olhar para a realidade facilmente constatará que, também aí, o PCP está na primeira fila da luta - uma luta que se trava contra os que querem liquidar o SNS na Constituição (caso do PSD com o seu projecto de revisão constitucional) e, simultaneamente, contra os que o vão destruindo com a aplicação de medidas devastadoras (caso do Governo PS/Sócrates, com os encerramentos de centros de saúde, urgências, maternidades, etc, etc).

Aliás, e como Arnaut não ignora, o PCP é o único partido que dá garantias de travar essa luta até ao fim, já que do PSD e do CDS sabe-se o que há que esperar e do PS... bem, do PS só há que esperar aquilo que a sua prática ao longo dos últimos 34 anos tem mostrado... e que Arnaut tão bem define ao dizer: «Com o PS na oposição o SNS estará melhor defendido. Porque o PS na oposição é de esquerda».

Ficamos assim a saber, pela boca do destacado militante António Arnaut, que o seu partido, o PS, só é de «esquerda» quando é necessário fazer o papel de «oposição»... de forma a obter votos de esquerda que lhe permitam ir para o governo desempenhar o seu verdadeiro papel de protagonista principal da política de direita.

Pergunto: e Arnaut? É de esquerda? Ou é de «esquerda»?...

terça-feira, 10 de agosto de 2010

O SEGREDO

O SEGREDO - Parte 1




O SEGREDO - Parte 2


O SEGREDO - Parte 3


O SEGREDO - Parte 4

 
RESISTIR POR UM MUNDO MELHOR