quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Hoje há Avante!


DESTAQUES:
A crise do capitalismo e a actualidade do socialismo
Bater o Código com a luta

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Açores: PS perde 1 em cada 4 votos

UMA TENDÊNCIA QUE SE MANTÉM

Recentemente li nos comentários de um blog de Estremoz que desde os anos de 2006, 2007 e 2008 o PS vinha perdendo, de forma muito significativa, os seus eleitores. E que houve mesmo situações em que essas perdas foram colossais.

De facto o ambiente de condenação das políticas do PS tem-se verificado em tudo o que tem sido eleições (até aqui intercalares).

A perda de 15.063 votos (curiosamente um valor idêntico ao aumento de abstenções, 15.346) e de 7 pontos percentuais, correspondente na prática a mais de 30 por cento da sua massa eleitoral, e representa a perda de 1 em cada 4 votos.

Esta condenação só não conheceu maior dimensão eleitoral devido ao enorme caudal de meios postos ao serviço da campanha do PS, da intolerável acção de coacção e chantagem económica e social sobre os eleitores, da compra de votos e consciências e da abusiva utilização do aparelho de Estado regional ao serviço dos objectivos e da estratégia eleitoral do partido do Governo.

O PSD também não ficou melhor. Se considerarmos a soma dos votos do PSD com o CDS/PP verificamos que terá exististido uma perda superior a 10 por cento, ou seja 1 em cada 10 votos.

Os pequenos partidos beneficiaram deste descontentamento com subidas assinaláveis. O BE acabou por ser o grande beneficiário do descontentamento passando para quarta força política e elegendo dois deputados.

Deixei para o fim a CDU. Mantem no essencial a sua votação (perde menos de 5 por cento) e volta a eleger um deputado, passando a quinta força política no arquipélago.

Mais uma vez se coloca a questão. Como se manifesta o descontentamento? Nos Açores foi claramente pela abstenção, só que, no fundamental, não alterou nada. Apesar das enormes perdas o PS continua no Governo com maioria absoluta e irá continuar como até aqui. O PSD é cada vez menos alternativa a coisa nenhuma.

Por isso continuo a pensar que a melhor forma de manifestar o descontentamento é votar-se naqueles que o PS e o PSD não querem ver no governo (ou autarquia). E aí o verdadeiro protesto é o voto CDU. Para o próximo ano é de fazer perceber esta necessidade. Só assim é possível alterar as políticas e os comportamentos.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Hoje há AVANTE!

DESTAQUES:
Rumo ao XVIII Congresso do PCP

Construir a opinião colectiva
ao Parlamento açoriano
Os trabalhadores e a crise

Aqui anda coisa

O relatório «Crescimento e Desigualdades», divulgado esta semana pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE), afirma que Portugal é um dos países onde é maior o fosso entre ricos e pobres. Garante ainda o documento que em matéria de desigualdades na distribuição da riqueza o nosso País ombreia com os Estados Unidos, apenas atrás da Turquia e do México.
Trata-se, obviamente, de uma cabala contra o Governo Sócrates. Mais grave ainda, trata-se de uma gigantesca maquinação visando desacreditar os sucessivos governos PS e PSD – com ou sem o valioso contributo do CDS – que geriram os destinos nacionais, bem como os muito democráticos governos da imensa maioria dos países que integram a OCDE, pois segundo o referido estudo as desigualdades sociais não têm parado de aumentar nos últimos 20 anos.
«Em três quartos dos 30 países da OCDE, as desigualdades de rendimentos e o número de pobres aumentaram durante as duas últimas décadas» – lê-se no relatório, que vai ao ponto de afirmar que «as famílias ricas melhoraram muito a situação» em relação às mais pobres e que «o risco de pobreza se deslocou das pessoas idosas para as crianças e os jovens adultos».
Ora isto não faz sentido nenhum, tal como não faz sentido dizer que a pobreza das crianças se «situa hoje acima da média geral» – a OCDE considera que existe uma situação de pobreza quando os rendimentos são inferiores a 50 por cento da média de cada país –, pelo que «deveria chamar a atenção dos poderes públicos».
Estamos em crer que Michael Foerster, um dos principais autores do estudo, deve ser um perigoso terrorista, pelo que a esta hora já deve ter a cabeça a prémio no glorioso mundo capitalista, onde como se sabe a justiça social é um valor inestimável, como não se cansam de repetir nas mais diferentes línguas os governantes de serviço.
Veja-se o caso de Portugal, por exemplo. De Cavaco (primeiro-ministro) a Sócrates, passando por Soares ou Durão, Santana ou Guterres, sempre, mas sempre as políticas seguidas no País visaram a protecção dos mais desfavorecidos, a defesa dos interesses dos trabalhadores, o progresso social, o crescimento da economia, o desenvolvimento social.
E os resultados alcançados foram sempre, mas sempre um sucesso, e se ano sim, ano sim houve que pedir sacrifícios aos sacrificados alvos dessas políticas foi para conseguir mais e melhor. Ainda agora o Governo acaba de disponibilizar 20 mil milhões de euros do erário público, ou seja, do nosso dinheiro, aos bancos, em nome dos supremos interesses nacionais, evidentemente.
O mesmo se poderia dizer de qualquer dos restantes países da OCDE, onde o «fim da História» foi saudado como a prova inequívoca da superioridade moral e material do capitalismo. E vem agora um senhor Foerster qualquer, de dentro da barriga do sistema (sim, que a OCDE faz parte do sistema) dizer que afinal não só está tudo mal como vai de mal a pior?!!! Não pode ser.
Aqui anda marosca, e da grossa. Das duas, três: ou a OCDE perdeu a cabeça, ou vem aí borrasca. Curiosamente a organização aconselha os países membros a fazer «muito mais» para que as pessoas trabalhem mais, embora reconheça que só o trabalho não chega para evitar a pobreza, pois «mais de metade dos pobres pertencem a famílias que recebem fracos rendimentos de actividade».
Ou nos enganamos muito, ou isto quer dizer mais trabalho para salários de miséria.

Anabela Fino no jornal "Avante"

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Hoje há AVANTE!


DESTAQUES:
Eleições regionais nos Açores no domingo

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

CDU é a única alternativa



Entrevista ao responsável pela Concelhia de Estremoz do Partido Comunista Português publicada no Jornal "Brados do Alentejo".


O futuro de Estremoz
está na sua ruralidade


Jorge Manuel de Oliveira Pinto nasceu em Moura há 51 anos. Metade da sua vida política e profissional está ligada à Zona dos Mármores onde, há 25 anos, se radicou. Casado, com um filho, reside em Borba. Licenciado em Economia, com uma Pós Graduação em Administração Pública, desenvolve a sua actividade profissional em diversos locais do Alentejo. Como ploítico é membro da Assembleia Municipal de Moura no actual mandato e, desde 1980 foi sucessivamente eleito para a Assembleia Municipal de Moura ou de Borba. Foi, também, vereador da Câmara Municipal de Évora. Membro da Direcção da Organização Regional de Évora do PCP e do Secretariado para o trabalho autárquico e membro do Grupo de Trabalho Nacional do PCP para as Finanças Locais, este economista é o responsável pela Concelhia de Estremoz do Partido Comunista Português e coordenador da CDU no concelho. Benfiquista de alma e coração 'lamenta' que a intensa actividade profissional e política lhe deixe pouco tempo livre para lazer e passatempos. Os escassos momentos que consegue usufruir reserva-os para o convívio e, em particular, para brincadeiras com o filho de 5 anos. Reserva três ou quatro “escapadelas”, em fins de semana prolongados para viajar e não dispensa o prazer de passar três dias por ano na Festa do Avante. Em entrevista ao Brados, Jorge Pinto deixou a sua opinião sobre a gestão camarária em Estremoz e falou da CDU enquanto oposição. Quanto a nomes da coligação para as próximas autárquicas disse que essa divulgação será feita a seu tempo, mas conforme “calendário próprio e não do calendário de outros”.

Brados do Alentejo – A CDU governou o município de Estremoz durante doze anos, findos os quais perdeu a maioria para o PS embora por curta margem de votos. Quais foram, em seu entender, as causas da derrota em 2005?

Jorge Pinto – Começo por corrigir a vossa afirmação. Desde as primeiras eleições, realizadas em 1976, a CDU governou o município durante 19 anos. Em 1986, por força da aliança do PS com o PSD e o CDS a CDU perdeu, pela primeira vez, as eleições. O balanço de oito anos de governo do PS com a direita saldou-se então num desastre, levando a que a CDU tenha recuperado a Câmara em 1994. Neste segundo ciclo a CDU governou o município e deixou obra. Obra grande, fruto de uma gestão que evidenciou capacidade de aproveitamento dos financiamentos comunitários e nacionais então disponíveis. Em 2005 perdemos as eleições por 73 votos. E digo perdemos, porque mais do que mérito do PS em se constituir como alternativa a causa fundamental residiu nalgumas pontas, perfeitamente marginais, de saídas de elementos da CDU que, discordaram do processo de renovação das listas então concretizado, acabaram por transferir o seu voto para forças sem expressão o que permitiu a vitória tangencial do PS. Foi um processo que se saldou por forte penalização para a CDU e, principalmente uma oportunidade perdida para concretizar a renovação que se impunha e na qual o Dr. Júlio Rebelo e toda a equipa se empenhou profundamente.

B.A. – Estamos a um ano do final do mandato. Que balanço faz da actual gestão socialista em Estremoz?

J.P. – É um mandato que “marca” Estremoz pela negativa. Tirando a máquina da propaganda que o PS montou com força e engenho, o essencial do mandato é marcado pela destruição sem surgimento de intervenção alternativa, ou melhor em que a única alternativa visível é a do compadrio, a suspeição, a perseguição e a exclusão. Acresce que hoje, os munícipes têm uma enorme dificuldade em falar com a Câmara, em ver os seus problemas atendidos: o poder afastou-se, está sobranceiro e longínquo, apenas responde em função dos interesses e favores. O afastamento em relação aos munícipes e o colocar a cabeça dentro da areia, ignorando os problemas e convencidos que, com retórica e demagogia tudo está bem, têm sido afinal a “Marca”.
Na opinião expressa pelo coordenador do PS o mandato é positivo. Contudo na sua entrevista o responsável do PS não conseguiu dar um único exemplo de mudança positiva. Agora eu afirmo que o actual mandato se caracteriza pela destruição e sustento esta opinião num balanço objectivo que sumariamente enuncio:
A EDECE foi aniquilada. A Ludoteca acabou. Projectos estruturantes e ambiciosos, em termos culturais, foram interrompidos e o Teatro Bernardim Ribeiro durante parte substancial deste mandato esteve inactivo. A escola de música com paralelismo pedagógico abalou. A saída da AMAMB não trouxe mais água, pelo contrário, ela escasseia e há cada vez mais interrupções no seu fornecimento. O sistema de telegestão para controlo da água está inactivo. A limpeza pública está um desastre. O projecto da Zona Industrial dos Arcos foi abandonado. A descentralização para as Juntas de Freguesia foi estrangulada. As estradas estão num buraco contínuo. As escolas são tuteladas de forma meramente administrativa e distante e o processo de tentativa de privatização das refeições escolares têm suscitado apreensões. O nível de descontentamento no seio dos trabalhadores da Câmara nunca foi tão alto. Esta é a marca de três anos de gestão PS. É um balanço feito sobre a gestão concreta e não sobre qualquer “marca” de propaganda partidária.

B.A. – Em que domínios é que a CDU teria feito diferente ou melhor?

J.P. – Desde logo a prática democrática da CDU, a característica pessoal dos seus eleitos e a sua capacidade de cumprir com o prometido teria como garantia o diálogo, a unidade e o respeito pelos cidadãos. Seguramente que a preocupação da CDU era a de colocar em primeiro lugar os interesses de Estremoz, independentemente da força política que governa o país. Pelo contrário a gestão local do PS tem tido como principal preocupação a defesa da imagem do PS e do Governo e se por acaso for benéfico para Estremoz melhor. Apenas um exemplo. O Governo do PS preparou um programa de transferência para os municípios de muitas competências na área da Educação. O programa é tão prejudicial para o poder local e, principalmente, para a Escola que, por exemplo, o município de Lisboa não aceitou esta descentralização. Pelo contrário a maioria do PS em Estremoz foi a correr aceitar estas competências.
Para que se perceba o que está em causa esclarecemos que o programa prevê, por exemplo, que uma escola só tenha direito a um auxiliar de acção educativa se tiver mais de 48 alunos, sendo este rácio de 40 alunos no caso dos jardins de infância. Com a CDU haveria seguramente um programa de melhor educação.
Outro exemplo. A CDU tinha no seu programa como prioridade investir de forma programada nas áreas do saneamento e abastecimento de água no sentido de garantir uma cobertura global do concelho. Seguramente que tratando-se de um compromisso assumido como prioritário a solução do problema estaria em curso. Contrariamente o PS prometeu a solução urgente, defendendo para tal a entrega do sistema às Águas do Alentejo Central. Certo é que passados três anos o fornecimento de água entrou em ruptura e investimento não há. O PS correu a sair da AMAMB, de forma irresponsável, com motivações estritamente partidárias e cinicamente defendidas, tardando em apresentar soluções sérias e concretas para este problema. Sobre esta matéria sente-se no PS um vazio de culpa.

B.A. – E que balanço faz da CDU enquanto oposição?

J.P. – Um balanço positivo. Desde logo pelo trabalho feito na generalidade das freguesias de maioria CDU, onde apesar da discriminação por parte da Câmara existe trabalho de ligação com as populações. Apenas um exemplo. Foi por acção da Junta de Freguesia de S. Domingos de Ana Loura que a escola se mantém a funcionar. Ainda a propósito da manutenção em funcionamento da escola de S. Domingos recordo que, o presidente da Câmara, após ter aprovado com o Ministério o plano de encerramento de escolas, teve a desfaçatez de aparecer na reunião de S. Domingos apresentando-se como defensor da manutenção da escola. Trata-se de um episódio que evidencia a postura de seriedade por oposição à postura de oportunismo. Positivo é igualmente o trabalho da presidência da Assembleia Municipal que tem desempenhado um mandato com uma postura exemplar de respeito democrático por todos os eleitos e por todos os órgãos. Em todos os momentos, incluindo particularmente os protocolares, a presidente da Assembleia, Drª Odete Ramalho, tem dignificado a representação do órgão deliberativo. Por último, tem sido imenso o trabalho dos vereadores da CDU. Ao longo destes três anos têm mantido um trabalho colectivo de análise de todos os assuntos, de auscultação a partir de dentro da nossa força política, bem como a partir da sociedade. Tiveram uma postura atenta, sensível e dedicada aos problemas, expectativas e anseios das pessoas. Têm demonstrado permanente disponibilidade para dar voz às injustiças de que tiveram conhecimento, às discriminações, aos atropelos. Por outro lado em todas as circunstâncias nunca assumiram uma posição de abstenção ou de voto contra em que não tenham apresentado soluções alternativas. Trata-se de uma oposição construtiva e responsável. Mas reconhecemos que este trabalho tem sido insuficientemente divulgado.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Hoje há AVANTE!


DESTAQUES:
Entrevista a Jerónimo de Sousa
«Temos um grande Partido para fazer um grande Congresso!»
Forte adesão no dia nacional de luta
Crise é inerente ao sistema
 
RESISTIR POR UM MUNDO MELHOR