sábado, 30 de abril de 2011

MAIO, MADURO MAIO

Revendo (resumidamente) a matéria dada:

«No dia 1 de Maio de 1886, o operariado norte-americano ergueu um poderoso conjunto de greves e de grandes acções de massas, reivindicando direitos laborais e, entre eles, as oito horas diárias de trabalho.

Em Chicago, no dia 4 de Maio desse ano, no decorrer de um comício sindical, a polícia montou uma provocação, fazendo explodir uma bomba que matou um polícia, assim criando o pretexto para a brutal vaga repressiva que se seguiu: dezenas de mortos, centenas de feridos, centenas de trabalhadores presos, designadamente dirigentes operários, oito dos quais foram submetidos a um julgamento que se revelaria como a continuação da provocação montada no dia 4: um juiz, um júri e testemunhas todos escolhidos a dedo...

E, como a provocação previamente determinara, os acusados foram condenados a penas cruéis, tendo quatro deles - Adolph Fischer, Albert Parsons, August Spies e George Engel - sido enforcados em 11 de Novembro do ano seguinte.

(...) A repercussão destes acontecimentos - que constituíram um novo estádio na luta dos trabalhadores contra a exploração capitalista - fez-se sentir em todo o mundo.

E três anos depois, o Congresso Operário Internacional de Paris, em homenagem aos "Mártires de Chicago", aprovou uma resolução que fixava o dia 1º de Maio como Dia Internacional do Trabalhador.

(...) Desde então, todos os anos, no 1º de Maio, por todo o mundo, milhões de trabalhadores saem às ruas em memoráveis jornadas de confraternização, de luta e de exigência reivindicativa aos governos e ao patronato, exigência que comporta, sempre, a redução do horário de trabalho - sendo certo que em alguns países, as oito horas diárias são, ainda hoje, a reivindicação primeira dessas manifestações.

E tal é o significado do 1º de Maio, enquanto sinónimo de liberdade na luta pelos direitos e interesses dos trabalhadores, que só nos países onde a opressão domina ele não é comemorado livremente».

O MASTRO DE MAIO DOS TRABALHADORES

Trabalhadores de todo o mundo, seja qual for
o vosso trabalho, suspendei-o neste dia:
deixai para trás as nuvens de inverno,
avançai ao sol com alegria.

Agora que de novo a verde terra rejubila
nos rebentos e nas flores de Maio
levantai os corações e a voz
na alegria universal do Dia do Trabalho.

Desfraldai bandeiras de terras longínquas
com a mesma mensagem de luta e esperança:
levantai o mastro de Maio e as suas grinaldas
que a vossa causa envolve na causa de todos.

Em cada faixa que esvoaça está escrito
o doce alvoroço do coração da liberdade
por distantes que estejam a coroa e o prémio
cada um com todos os outros os há-de alcançar.

A vossa causa é a esperança do mundo
a vossa luta é a vida do homem,
a Liberdade, bandeira desfraldada dos trabalhadores,
é um véu na luminosa face do futuro.

Sejais vós muitos ou poucos, reunidos,
que seja clara a vossa mensagem neste dia;
sejamos pássaros da primavera, mesmo com uma só pena,
cantemos o Primeiro de Maio.

Uma vida nova está ainda oculta,
mas projecta-se já a sua sombra;
um novo renascer da esperança seguramente
aí vem, como o mar chega à praia.

Fincai pé, trabalhadores, com firmeza,
fortes e unidos, puxai em conjunto:
juntai as mãos numa cadeia ao redor do mundo
se quereis realizar a vossa esperança.

Quando os Trabalhadores do Mundo, irmãos e irmãs,
construírem, no tempo novo que aí vem,
a casa comum para si próprios,
então, será sua a terra inteira.

Walter Crane

(Inglaterra, 1845-1915)



sexta-feira, 29 de abril de 2011

A única saída para o PS: Mentir e assim continuar.

Hoje, na apresentação do Programa Eleitoral do PS, José Sócrates voltou a debitar, calculo que sem que a consciência e as mãos lhe tremessem, que tudo fez para evitar a chamada «ajuda externa» e que ela só se tornou inevitável por causa do chumbo do PEC IV por parte dos partidos da oposição.

Só é pena que não tenha gasto um parágrafo a explicar a ignorantes como eu o que é que o chumbo parlamentar de um PEC IV cujos efeitos práticos eram todos para 2012 tem a ver com prementes necessidades de avultadas quantias de dinheiro a ocorrer, como toda a gente sabia, em Abril e Junho deste ano de 2011.

José Sócrates sabe tão bem como eu que uma recente sondagem da Euroexpansão para o Expresso revelou que só 9% dos inquiridos acha que na origem da presente crise política está o chumbo do PEC IV havendo mais de 60% que acham que ela já estava aí.

E, no entanto, insiste, insiste, insiste. Pela simples razão de que Sócrates não pode fazer como Passos Coelho que afirma de manhã para rectificar ou atenuar à tarde, a sua opção é pela mentira até ao fim e só nisso vê alguma segurança ou esperança.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Hoje há Avante!

DESTAQUES: 
«Contra as injustiças, mudar de políticas»
O movimento sindical unitário comemora o Dia Internacional dos Trabalhadores com iniciativas em mais de 60 localidades de todo o País, sob a palavra de ordem «Contra as injustiças, mudar de políticas». Destacam-se as manifestações em Lisboa (a partir das 15 horas, do Largo de Martim Moniz para a Alameda D. Afonso Henriques), no Porto (concentração às 15 horas, na Avenida dos Aliados, seguida de desfile pelas ruas da baixa) e em várias capitais de distrito. Em diversas localidades, a comemoração mantém um tradicional carácter de festa e convívio.
Compromisso eleitoral do PCP


O PCP reafirma a actualidade do Programa Eleitoral de 2009, apresentando em simultâneo o presente “Compromisso com uma política patriótica e de esquerda”,em que se apontam razões e soluções para 6 questões fundamentais – financiamento e dívida, produção nacional, direitos laborais e sociais, distribuição da riqueza, soberania nacional, democracia e direitos - e a proposta de uma alternativa, de uma política e de um Governo Patriótico e de Esquerda.
Greve a 6 de Maio
O Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa e os sindicatos dos Médicos do Norte, da Zona Centro e da Zona Sul (FNAM) apresentaram pré-avisos de greve, por 24 horas, para 6 de Maio, dia da jornada de luta da Função Pública.
Jornada Nacional
A CDU realizou, no dia 19 de Abril, a sua primeira Jornada Nacional de propaganda, no quadro da campanha para as eleições legislativas, contra a intervenção da União Europeia e do FMI em Portugal.
EUA enviam drones
Os EUA vão enviar aviões não-tripulados, os mesmos que no Paquistão e Afeganistão têm dizimado milhares de civis em ataques cirúrgicos da CIA.


As mentiras de Blair e a gula da petrolíferas
Em 2003, Tony Blair afirmou que «a ideia de que estamos interessados no petróleo iraquiano é absurda». Na passada semana, o jornal The Independent revelou a existência de planos de partilha das reservas daquele país pelas petrolíferas BP e Royal Dutch Shell.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Declaração Pública acerca da detenção de Joaquín Pérez Becerra


Os abaixo assinados repudiam a detenção do cidadão sueco de origem colombiana Joaquín Pérez Becerra, ex-vereador sobrevivente da União Patriótica que em 1994 obteve asilo político na Suécia devido às perseguições sofridas no seu país.

Como político, jornalista e escritor destacou-se pelo seu trabalho no portal de notícias ANNCOL, sítio criado por exilados políticos colombianos com a ajuda de personalidades nórdicas com uma posição de imprensa alternativa, independente, não neutra, que analisa a vida colombiana a partir de posições de esquerda.

Actualmente é membro fundador da Associação Bolivariana de Comunicadores (ABC), organização fundada em Dezembro de 2009 em Caracas, no seu congresso de fundação.

Chama a atenção que o jornalista se movimentou em vários países da Europa em direcção à Venezuela sem ser detido em nenhum deles.

Por acaso a INTERPOL só se activa na Venezuela?

Ou se trata de uma detenção articulada pela inteligência colombiana, como reconheceu ontem José Obdulio Gaviria?

É alarmante que a República Bolivariana da Venezuela se preste a uma operação de perseguição política, negando-lhe além disso seus direitos fundamentais dentro do país ao mantê-lo incomunicável desde Sábado 23 de Março e ao mesmo tempo ponha em risco a sua liberdade e integridade ao pretender extraditá-lo com base em dados falsos.

É necessário recordar que o alarmante número de jornalistas assassinados na Colômbia ascende 150 nestes últimos 20 anos, três só no ano passado.

Mais alarmantes ainda são os argumentos que se esgrimem contra Péreza Becerra o qual é acusado na Colômbia de um trabalho que não constitui delito em nenhum país democrático.

Qual é o delito em publicar num sítio web informação e opiniões a partir de uma perspectiva dissidente para com um determinado governo?

Tanto a acusação como a sua detenção constituem um grave atentado à liberdade de informação e opinião que põe em dúvida o direito dos milhares de sítios de imprensa alternativa que circulam na Internet.

Fazemos um apelo às autoridades venezuelanas para que não se prestem a um novo falso positivo mediático e actuem consequentemente para rectificar o erro de entregar o companheiro Becerra à polícia da Colômbia onde vai sofrer torturas e abusos.

Ver texto e subscritores no Resistir.info. Original publicado em ABP Notícias.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Aniversário do 25 de Abril

Comemorou-se hoje o 37º aniversário do início da Revolução que em 1974 derrubou a ditadura fascista para implantar a democracia política e a paz, libertar o país da opressão imperialista e realizar a descolonização, e colocar Portugal no curso do desenvolvimento social e económico do povo português.

Sabemos como esses desígnios do desenvolvimento económico e social e da libertação nacional em breve encontraram dentro do país oposição organizada, aliada do imperialismo, que desviou a Revolução dos seus objectivos, retirando ao povo português a condução do seu processo de emancipação e afirmação soberana.

Hoje de manhã, em cerimónia solene no palácio presidencial, o actual e anteriores Presidentes da República discursaram, não tanto para evocar aquele passo glorioso de há 37 anos atrás e as conquistas duradouras e as transitórias que a Revolução alcançou, mas sobretudo para apelar ao “consenso” e “concertação” entre partidos, para que as eleições convocadas para 5 de Junho crie condições que viabilizem a formação de um governo com base parlamentar alargada, que ultrapasse a grave crise política, financeira, económica e social, no quadro da intervenção externa (FMI, BCE e CE) a que o actual governo português, com o apoio dos partidos da burguesia, entregou o país há duas semanas atrás.

Nesta cerimónia, a despropósito mas sintomaticamente, foram agraciados com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade um velho político de direita, um banqueiro, e um magnata dos media.

Pela tarde, o tradicional desfile popular no centro de Lisboa revelou-nos outros protagonistas e outras formas de encarar a crise e o futuro do país.

Largas dezenas de milhar de manifestantes desfilaram com cartazes e palavras de ordem contra a crise política e injustiça social que afligem largos estratos populacionais e afundam a economia do país.

Em resposta ao discurso do coronel Vasco Lourenço, em nome da Associação 25 de Abril, com que se concluiu o desfile, as reacções populares mostraram claramente que o povo sabe que há partidos que nas últimas décadas, a pretexto da “modernização” e da “integração europeia” têm conduzido o país para a degradação e insustentabilidade económica e para a redução de serviços públicos e obscenas assimetrias sociais, tudo a favor do grande capital nacional e internacional.

Esta jornada ilustra o dilema que o povo português enfrenta presentemente.

Perante o governo capitulacionista do PS e das ofensivas dos partidos da burguesia, ávidos de ocuparem e se servirem do poder político em conluio com o grande capital, e submerso por feroz guerra ideológica, apoiada pelos media que o grande capital controla, que promove o pensamento único e a ideia de inevitabilidade, que denigre os partidos e os políticos e os coloca em oposição à sociedade civil, que procura apagar ou mesmo recriminar a diferença ideológica, o povo português é chamado a discernir e optar pelo seu futuro, pelo voto e pela acção de massas dos trabalhadores.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Defender e afirmar Abril: Por uma política patriótica e de esquerda

O PCP, assinalando o 37º Aniversário do 25 de Abril, saúda os militares que protagonizaram o levantamento militar e o povo que o transformou em Revolução, saúda esse acontecimento maior da nossa história, inseparável do papel e da luta dos comunistas e apela a um forte empenhamento e mobilização populares nas comemorações.

1. No momento em que se assinala o 37º Aniversário do 25 de Abril de 1974, que culminou a prolongada e determinada luta do povo português, a Comissão Política do Comité Central do PCP saúda os valorosos militares que protagonizaram o levantamento militar e o povo português que, levantando-se em massa o transformou em Revolução. É com confiança que o PCP saúda esse acontecimento maior da história da luta libertadora do povo português, inseparável do papel e da luta dos comunistas, possível nos seus desenvolvimentos, por essa singular marca que foi a aliança POVO-MFA.
Confiança que não ignora que sobre o nosso País pesam a influência negativa decorrente da natureza do capitalismo, de 35 anos de política de direita que interrompeu e inverteu o processo revolucionário – de recuperação monopolista e latifundista – deu corpo à contra-revolução que ganhou fôlego com a integração na União Europeia e a política de abdicação nacional realizada por sucessivos governos, em desrespeito da Constituição da República Portuguesa. Confiança que não ilude o momento particularmente grave da actual situação nacional e que enfrenta com firmeza e determinação a maior ofensiva contra os interesses do povo e do país desde os tempos do fascismo. Confiança na luta dos trabalhadores e do povo português, na capacidade e energia transformadora que uma vez mais demonstraram há 37 anos, no seu papel insubstituível na defesa da liberdade e da democracia, de uma pátria soberana, livre e independente.

2. O Povo português, após quase meio século de opressão fascista, pôs em marcha a Revolução, deu combate firme aos golpes e à sabotagem política e económica contra a jovem democracia, nacionalizou a banca e os grupos económicos, pôs fim ao capitalismo monopolista de Estado, realizou a reforma agrária entregando a terra a quem a trabalha, construiu o Poder Local democrático, conquistou direitos para os trabalhadores e para as populações, assumiu a liberdade em toda a sua plenitude. Uma Revolução inacabada, é certo, mas uma Revolução que alterou e melhorou profundamente as condições de vida do povo, pôs fim à Guerra Colonial, valorizou o papel do trabalho e dos trabalhadores, reconheceu liberdades, direitos e garantias ao povo português, foi em si mesma uma afirmação de dignidade e soberania nacional.
Revolução que deixou a sua marca indelével na Constituição da República Portuguesa. Nela se consagrou o direito ao trabalho para todos, incumbindo-se o Estado de promover a execução de políticas de pleno emprego; o direito a um Salário Mínimo Nacional; o direito à segurança social que proteja os cidadãos na infância, doença, velhice ou desemprego; o direito à saúde, através de um serviço nacional de saúde universal e geral, hoje cada vez menos gratuito. Nela se inscreveu, como prioridade, promover a justiça social, operando as necessárias correcções das desigualdades na distribuição da riqueza e do rendimento e o combate às assimetrias entre o litoral e o interior.

3. Trinta e sete anos depois, novos e velhos grupos económicos e financeiros - associados ao capital estrangeiro, muitos deles constituídos à sombra e à custa da delapidação do património do Estado, da privatização de empresas estratégicas cujos lucros deviam estar ao serviço dos trabalhadores e do povo, de colossais recursos públicos postos ao seu serviço, do agravamento da exploração de quem trabalha, do próprio desenvolvimento do país - dominam hoje, de novo, a economia, num processo de crescente subordinação do poder político ao poder económico.
O país vive confrontado com uma profunda crise económica e social. Mais de 700 000 trabalhadores estão no desemprego, centenas de milhar sem protecção social, a precariedade alastra, empobrece-se a trabalhar, a emigração voltou a ser uma necessidade. Mais de 2 milhões de portugueses vivem na pobreza, o acesso a direitos essenciais, como a saúde, a habitação digna, a acção social, o ensino de qualidade, a cultura, estão, em resultado da política de direita, cada vez longe de ser uma realidade para todos. Acentuam-se as assimetrias entre o litoral e o interior. As desigualdades e as injustiças aprofundam-se ao invés de ser combatidas. À pobreza de cada vez mais portugueses contrapõem-se as fortunas de muito poucos. Os salários e as reformas dos portugueses são diminuídos. O aparelho produtivo definha e a estagnação e recessão económica marcam a última década de entrada na Moeda Única e de submissão às imposições da UE. As políticas de capitulação nacional sucedem-se pondo em causa o interesse nacional.
Contrariamente às expectativas que os avanços e conquistas da Revolução criaram nas massas populares, Portugal, trinta e sete anos depois do 25 de Abril, vive sob o garrote de uma dívida externa inquietante e de uma especulação financeira que diariamente rouba os recursos nacionais. Traindo os valores e ideais de Abril, o país está confrontado com uma intervenção externa por via da União Europeia e do FMI em resultado de uma decisão ilegítima tomada no quadro das cedências do governo PS ao grande capital - com o apoio de PSD, CDS e do Presidente da República. Cedências que o povo português não pode aceitar.

4. Este é cada vez mais o tempo de defender e afirmar Abril! É tempo de respeitar, cumprir e fazer cumprir a Constituição da República e não de a subverter. Respeitar a Constituição exige uma ruptura e mudança na vida política nacional que abra caminho a uma política patriótica e de esquerda, que responda aos problemas do desemprego, das injustiças, da pobreza, da dependência externa e da corrupção. Uma política de promoção e reforço do aparelho produtivo e da produção nacional. Uma política que combata a especulação financeira e recupere para as mãos do Estado empresas e sectores estratégicos nacionais. Uma política que afirme a democracia em todas as suas vertentes – política, económica, social e cultural.
Num momento em que a pressão e a chantagem sobre o povo português assumem proporções gigantescas, quando uma poderosa ofensiva ideológica procura impor a aceitação de mais sacrifícios e a continuação do rumo de desastre, é preciso dizer Basta! A realização das próximas eleições legislativas emerge como uma oportunidade para que o povo português, no seguimento de grandes jornadas de luta, faça ouvir a sua voz contra a política de direita. Uma oportunidade para dar mais força à CDU, aos comunistas, aos ecologistas e a muitos outros democratas e patriotas que aí convergem. Uma força cujo projecto e intervenção política, não só está profundamente ligado aos valores de Abril, como é portador de uma fundada esperança numa vida melhor.

5- Num momento tão difícil e complexo da vida nacional, as comemorações do 37º aniversário da Revolução de Abril assumem um significado ainda maior. Em si mesmas, elas representam uma afirmação de um Portugal livre e soberano, apontam para a rejeição do rumo de desastre nacional que está em curso, apelam à participação dos trabalhadores e do povo para resistir e vencer a actual ofensiva, projectam um novo rumo para o país, de justiça, liberdade e democracia, tendo no horizonte o socialismo.
Tal como o PCP propôs, teria sido possível e desejável que a dimensão institucional das comemorações do 25 de Abril não tivesse sido prejudicada pelo facto da Assembleia da República se encontrar dissolvida, designadamente através de uma forma que garantisse a dimensão plural e democrática dessas comemorações. Dimensão que a iniciativa promovida pelo Presidente da República não garante.
Neste sentido, o PCP, ao mesmo tempo que se empenhará na realização de múltiplas iniciativas por todo o país, apela a um forte empenhamento e mobilização populares nas comemorações do 37º aniversário da Revolução de Abril. Um apelo dirigido aos homens e mulheres que viveram e fizeram a revolução. Um apelo às novas gerações e à juventude do nosso país a quem querem roubar o futuro. Um apelo que assume que outro rumo é possível. Que está nas mãos do povo português, com a sua opinião, a sua participação, a sua luta e o seu voto torná-lo realidade.

domingo, 24 de abril de 2011

O proletariado toma o poder

Assinalar os 140 anos da Comuna de Paris de 1871 representa mais do que a celebração de uma data de significado universal.

Na primeira tentativa de instauração de um Estado proletário residem importantes ensinamentos que contribuíram para o enriquecimento da teoria que arma a classe operária e os trabalhadores de todo o mundo na luta pela superação revolucionária do capitalismo.

«Com a Comuna de Paris, a luta da classe operária com os capitalistas e o seu Estado entrou numa nova fase.

Corra a coisa como correr no imediato, está ganho um novo ponto de partida de importância histórico-mundial», considerou na altura Karl Marx.

O caminho aberto pelos communards franceses teve na Revolução de Outubro de 1917 brilhante consequência.

Na Rússia de Lénine, triunfou um Estado verdadeiramente democrático, a ditadura do proletariado, base do projecto que continua a ser o futuro da humanidade, o Socialismo e do Comunismo.
Communards em armas defendem o Estado proletário nas barricadas


Antecedentes do processo histórico.

António Vilarigues no O Castendo

sábado, 23 de abril de 2011

A Crise, os portugueses que dizem estar todos a encher os hotéis do Algarve, e os portugueses realmente a passar a Páscoa nos hotéis do Algarve.

A propósito das elevadas taxas de ocupação dos hotéis do Algarve nestas mini-férias da Pascoa, a Comunicação Social que temos aproveita para continuar a promover, e vender, a sua histérica visão da Crise.

Dependendo do estado de espírito do alegado jornalista, as peças oscilam entre o tom de que afinal a Crise não é assim tão má como a pintam, ou de que mesmo com o agravar da Crise, e a Troika instalada no Terreiro do Paço, os portugueses (implicitamente todos) continuam a gastar de forma irresponsável, muito acima das suas possibilidades.

Claro que enquanto debitam estas doutas cogitações à volta das notícias das taxas de ocupação dos hotéis do Algarve, os escribas de serviço ignoram olimpicamente que Portugal é, com a Inglaterra, o País da Europa onde são maiores as desigualdades entre os 10% de menores rendimentos e os os 10% que estão melhor na vida, e que é seguramente entre estes 10%, ou vá lá 20%, a quem a Crise normalmente nunca bate à porta, que se irá encontrar a esmagadora maioria dos menos de 2% dos portugueses que estão a passar as mini-férias da Páscoa nos hotéis do Algarve.

Mas afinal são menos de 2% ?

Admira-se, surpreendido, o leitor que teve a pachorra de me acompanhar até aqui.

Então vejamos, com cerca de 100 000 camas nos hotéis do Algarve, mesmo com todas a dois clientes por cama, daria 200 000 pessoas.

Se descontarmos os estrangeiros, e considerando que portugueses segundo o site da Pordata somos 10.648.855, não chega sequer lá perto dos tais 2%.

Que dos poucos portugueses que estão bem na vida, alguns tenham decidido aproveitar os descontos e promoções dos hotéis do Algarve, que em certos casos chegam aos 30%, será sim mais uma notícia do país desigual em que vivemos, mas o que não vi até agora foi um só jornalista a dizer que esta é mais uma das muitas situações que deixam bem a claro a verdadeira natureza de classe da presente Crise.

Num país onde cresce o desemprego e a precaridade, e se cortam os rendimentos dos que menos têm, uma minoria privilegiada aproveita-se dos descontos e promoções que seguramente não saíram do bolso do capitalista, mas sim do corpo de quem trabalha (cortes no pessoal, redução dos salários reais, e aumento da duração ou intensidade do trabalho) para, a baixos preços, continuar a desfrutar dum estilo de vida cada vez mais distanciado da maioria dos portugueses que, com o seu trabalho lhes proporcionam, para além do mais, tirar proveito da própria Crise.
 

sexta-feira, 22 de abril de 2011

A BEM DA BANCA ...

Palavras do secretário-geral do PCP:

«Quando se olha no concreto para a dívida, verifica-se que a maior parte é privada e não pública.

Ou seja, o povo português não viveu acima das suas possibilidades.

O que houve foi um sector financeiro e grupos económicos que, na ânsia do lucro, especularam, recorreram a essa dívida, ficando os encargos para o País» - o que quer dizer que «parte significativa da "ajuda externa" agora em negociação vai direitinha para a banca portuguesa».

Jerónimo de Sousa tem insistido nas ideias acima expostas sobre as quais os média fazem o que lhes compete: assobiam para o lado ou, cobrindo-se de ridículo, procuram ridicularizá-las.

Entretanto, eis que, pela voz do director-geral do FMI nos é dito que «o problema de Portugal não é tanto a dívida pública mas o financiamento da banca e a dívida privada».

De facto, olhando para os números é fácil de comprovar que a dívida pública portuguesa (que corresponde a 97,3% do PIB) é bastante inferior às da Irlanda (107%), da Grécia (150,2%), da Bélgica (100,5%), da Itália (120,2%» - e não está tão distante das da França e da Alemanha como se julga...

Já em relação à dívida privada portuguesa, ela corresponde a 220% do PIB - e é da exclusiva responsabilidade da Banca.

Tem razão Jerónimo de Sousa quando diz que é essa dívida privada que a troika vem agora cobrar.

Cobrar a quem?

Aos mesmos de sempre, claro.

Aos trabalhadores, aos desempregados, aos reformados e pensionistas, aos pobres...



quinta-feira, 21 de abril de 2011

Crise sistémica global - Outono de 2011: Orçamento/Títulos do Tesouro/Dólar, as três crises americanas que vão provocar a Enorme Ruptura do sistema económico, financeiro e monetário mundial

Em 15 de Setembro de 2010, o GEAB nº 47 intitulava: "Primavera de 2011: Welcome to the United States of Austerity / Rumo ao enorme pânico do sistema económico e financeiro mundial". No entanto, no fim do Verão de 2010, a maior parte dos peritos considerava, por um lado, que o debate sobre o défice orçamental dos EUA permaneceria um simples objecto de discussões teóricas no seio da Beltway [1] ; por outro, que era impensável imaginar os Estados Unidos a lançarem-se numa política de austeridade uma vez que bastaria ao Fed continuar a imprimir dólares. Ora, como todos podem constatar desde há várias semanas, a Primavera de 2011 trouxe a austeridade aos Estados Unidos [2] , a primeira desde a Segunda Guerra Mundial, e o estabelecimento de um sistema global fundado na aptidão do motor americano a gerar sempre mais riqueza (real nos anos 1950-1970, depois cada vez mais virtual a partir desta data).

Nesta fase, o LEAP/E2020 está pois em condições de confirmar que a próxima etapa da crise será realmente a "Enorme ruptura do sistema económico, financeiro e monetário mundial"; e que esta ruptura acontecerá no Outono de 2011 [3] . As consequências monetárias, financeiras, económicas e geopolíticas desta "Enorme ruptura" serão de uma amplitude histórica e farão a crise do Outono de 2008 parecer aquilo que ela realmente foi: um simples detonador.

A crise no Japão [4] , as decisões chinesas e a crise das dívidas na Europa certamente desempenharão um papel nesta ruptura histórica. Em contrapartida, consideramos que a questão das dívidas públicas dos países periféricos da Eurolândia não é mais o factor de risco dominante na Europa, mas que é o Reino Unido que se encontra na posição do "doente da Europa" [5] . A zona Euro pôs em acção e continua a melhorar todos os dispositivos necessários para tratar destes problemas [6] . A gestão dos problemas grego, português, irlandês, ... será feita portanto de maneira organizada. Investidores privados deverão arcar com descontos (como antecipado pelo LEAP/E2020 antes do Verão de 2010) [7] mas isso não pertence à categoria dos riscos sistémicos, o que desagrada o Financial Times, o Wall Street Journal e peritos da Wall Street e da City que tentam a cada três meses refazer o "golpe" da crise da zona Euro do princípio de 2010 [8] .

Em contrapartida, o Reino Unido fracassou completamente na sua tentativa de "amputação orçamental preventiva" [9] . Com efeito, sob a pressão da rua e nomeadamente dos mais de 400 mil britânicos que enchiam as ruas de Londres em 26/02/2011 [10] , David Cameron viu-se obrigado a rever em baixa seu objectivo de redução das despesas de saúde (um ponto chave das suas reformas) [11] . Paralelamente, a aventura militar líbia obriga igualmente a rever seus objectivos de cortes orçamentais no Ministério da Defesa. Já havíamos indicados no último GEAB que as necessidades de financiamento público britânico continuavam a aumentar, sinal da ineficácia das medidas anunciadas cuja execução na realidade revela-se muito decepcionante [12] . O único resultado da política do tandem Cameron/Clegg [13] é por enquanto a recaída da economia britânica na recessão [14] e o risco evidente de implosão da coligação no poder na sequência do próximo referendo sobre a reforma eleitoral.

Neste GEAB nº 54, nossa equipe dedica-se pois a descrever os três factores-chave que determinam esta Enorme Ruptura global do Outono de 2011 e suas consequências. Paralelamente, nossos investigadores começaram a antecipar a evolução da operação militar franco-anglo-americana na Líbia que consideramos ser um poderoso acelerador do deslocamento geopolítico mundial e esclarece utilmente certas mudanças tectónicas agora em curso nas relações entre grandes potências mundiais. Além disso, no Índice GEAB $, desenvolvemos as nossas recomendações para enfrentar os perigosos trimestres que estão para vir.

Ver estudo completo do GEAB no Resistir.info. O original está aqui.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Hoje há Avante!

DESTAQUES: 
Conquistar votos, olhos nos olhos
Mais de mil militantes do PCP participaram, domingo, no Encontro Nacional do Partido sobre as Eleições Legislativas de 5 de Junho. A sete semanas do acto eleitoral, comunistas de todo o País trocaram opiniões sobre o estilo de campanha e afinaram os argumentos a utilizar. Saíram todos da Voz do Operário mais mobilizados para enfrentar a batalha do esclarecimento.
Há que dizer não ao FMI
O Secretário-geral do PCP, em declaração pública à comunicação social, revelou anteontem que o Partido rejeitou uma proposta de reunião com o grupo do FMI, UE e BCE.
Votar para mudar
Dirigentes sindicais comprometem-se a mobilizar os trabalhadores e a população na luta para «romper com o conformismo e a submissão às inevitabilidades», e a combater as políticas da UE e do FMI «com este ou outro Governo».
Vaga populista
O partido conservador Kokoomus venceu as eleições legislativas finlandesas, realizadas no domingo, nas quais a extrema-direita emergiu como terceira força, quase exequo com os sociais-democratas.
Da URSS para o cosmos
A 12 de Abril de 1961 a Humanidade entrou na Era Espacial com Yuri Gagárine, cidadão da URSS, militante do Partido Comunista. O socialismo foi o primeiro a levar o Homem ao Espaço; o capitalismo foi o primeiro a levar a guerra ao Espaço.
Viva a Comuna!
«Foi nesse dia 18 de Março que os proletários de Paris compreenderam que era “seu dever supremo e seu direito absoluto tornarem-se senhores do seu próprio destino e tomarem o poder”» Viva a Comuna!
PAC não serve
Os modelos de produção que ameaçam e degradam a Natureza são os mesmos que ameaçam a soberania e segurança alimentares de vários países e dos respectivos povos. Em Portugal, desde a adesão à CEE/UE, foram liquidadas centenas de milhares de explorações agrícolas.

terça-feira, 19 de abril de 2011

A propósito de...

A propósito de ditos "subsídios de férias e de natal", como se fossem benesses que o capital vinha generosamente concedendo aos assalariados e aos pensionistas:

Começaram por promessas de outros viveres (em covergência...), de que mostravam as rosadas e risonhas faces, as sonhadas casas com muitas confortáveis e lindas assoalhadas mais casas de banho e cozinha que outros salões de bem-estar semelhavam, televisões a cores e cabo por todas as divisões, as telecomunicações por suas auto-estradas, os telemóveis de gamas sempre últimas, telegenia, telepatia, tel-e-coisas várias e micro-ondas, as redes de auto-estradas de outras comunicações (com centenas de quilómetros em SCUTs), as viagens de férias a inacessíveis e paradisíacos lugares.

Saúde e educação como mandava a Constituição.

E tudo o mais que a imaginação pudesse almejar.

Tudo seria tranquilidade, mel e incenso.

E, para lá chegar, a "Europa connosco", moeda única, crédito fácil e juros baixos se os salários não chegassem.

Depois, os travões.

O "acima das possibilidades".

A acusação e a culpabilização.

Mas não dos fautores e feitores e aproveitadores.

Mas sim das vítimas das ilusões criadas e alimentadas.

As vítimas, réus.

Os algozes, acusadores.

O hipócrita discurso, deles consensual, da necessidade do sacrifício de todos, mas para ser feito só pelos que não têm mais para sacrificar além das ilusões em que foram sendo enredados.

Agora, o cerco.

O garrote.

O "apertar o cinto".

O frigorífico vazio.

O salário e a pensão, que não davam para poder ter férias, que ficarão sem o que ajudava a recuperar um pouco da escassez do salário e da pensão; o salário e a pensão, que não davam para fazer compras no natal, ficarão sem o que ajudava a recuperar um pouco da escassez do salário e da pensão (*).

Dizemos Não! ao cerco, ao garrote, ao "apertar o cinto", ao frigorífico vazio, ao telemóvel sem carga, ao automóvel sem combustível, ao salário consumido em juros de empréstimos que cresceram e em IVAs que se aumentam e se escondem no agravamento dos preços, agravando-o.

Só muitos e unidos prosseguiremos o caminho que está nas nossas mãos.

Para ser caminhado pelos nossos pés.

Tendo de dar, antes, alguns pontapés...

Na sorte e não só!

(*) – Recebendo 100 por mês em 14 meses, passar-se-ía a receber 100 por mês em 12 meses, isto é, de 1.400 anuais passar-se-ía para 1.200, uma baixa de 14,3% no salário ou na pensão anual.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

FMI a culpa é minha ou nem por isso?

A culpa é minha?

Tu que trabalhas ou pior ainda, que trabalhavas mas foste despedido.

Tu que pedis-te dinheiro ao banco para comprar uma casa.

Tu que comes, que vais à bola, que tens a indecência de tomar café e de mascar pastilha elástica.

Tu que gastas rios de dinheiro em coisas parvas como em comida, transportes públicos ou em combustível.

Tu que te atreves-te a comprar prendas de natal.

Tu que liga a luz à noite e tomas banho de água quente no inverno.

Tu que vais ao cinema e que ainda por cima fumas que nem um desalmado.

Tu que obrigas o teu patrão a te pagar um salário.

Tu que bebes água quando tens sede, que vais ao médico quando estás doente.

Tu que trabalhas hoje sem saber se terás amanhã.

Tu já viste bem em que situação está o país, por tua causa?

Tu és o culpado de todos os males.

É por tua causa que veio o défice e depois a crise e depois o défice e depois a crise e depois o FMI e depois o défice e a crise e a gripe A e a B e a C …

Tu és o grande culpado da fome, da pobreza, do desemprego e da miséria!

OU NÃO ?
Paulo Raimundo no Facebook

domingo, 17 de abril de 2011

A adesão ao Euro revisitada: As advertências premonitórias de 1997 do PCP

O Euro entrou em circulação no dia 1º de Janeiro de 2002.

Nove anos depois Portugal está em ruínas.

O desastre atingiu não só o sector financeiro como também a própria economia real.

Estas consequências foram previstas e no tempo devido foram accionadas campainhas de alerta.

É o que se pode verificar nestas 15 perguntas e nas respostas premonitórias apresentadas pelo PCP no ano de 1997, quando ainda decorriam os preparativos para a entrada no Euro.

Catorze anos depois é interessante reler aquelas advertências alarmantes e avaliar quem tinha razão.

Aqueles que em Portugal tiveram a responsabilidade histórica por este naufrágio monumental — leia-se, a classe dominante e os seus representantes políticos, PS, PSD e CDS — teriam a obrigação moral e política de fazer auto-crítica pública.

Mas nada indica que venham a ter esta atitude de decência — eles não a tem.

Convém sempre recordar que o povo português jamais foi consultado acerca da abdicação da sua soberania monetária.

Assim como antes disso não fora consultado acerca da adesão à CEE (hoje UE) nem da assunção dos compromissos impostos pelo Tratado de Maastricht e, depois disso, para a aprovação da chamada Constituição Europeia.

E neste momento recusam-se também a consultá-lo quando estão prestes a capitular perante os ditames do FMI/BCE/UE — impondo obrigações que perdurarão anos a fio.

O capital financeiro não gosta de referendos.

Na Europa, é preciso ir à Islândia para encontrar bons exemplos de democracia.

Ali, um Presidente da República digno e corajoso impôs dois referendos populares — mesmo contra a opinião dos politiqueiros locais submissos à UE.

1 - O que significa a existência de taxas de câmbio? Ou, porque é que as moedas têm valores relativos) diferentes? Como é que um marco se troca por cerca de 100$00 e um franco por cerca de 30$00?

2 - O que vai significar o estabelecimento da moeda única face às diferenças de produtividades existentes entre Portugal e os outros países aderentes à moeda única?

3 - A moeda única vai promover o crescimento económico e o emprego em Portugal?

4 - Mas a moeda única não vai permitir baixar as taxas de juro em Portugal e assim facilitar o investimento criador de empresas e empregos?

5 - A moeda única vai permitir que os portugueses tenham salários e pensões iguais aos dos outros países Europeus?

6 - As empresas e os consumidores vão beneficiar com a moeda única?

7 - A moeda única vai limitar/acabar com a especulação monetária e financeira? Vai permitir uma moeda estável, o EURO?

8 - Portugal não tem alternativa à moeda única?

9 - Porque defendem a moeda única os governos de direita e da social democracia, a maioria do grande capital Europeu, do capital transnacional?

10 - Qual foi o resultado de outras "uniões monetárias"?

11 - O que são os critérios de convergência do Tratado de Maastricht? E o que é o Pacto de Estabilidade?

12 - É possível conciliar os critérios de convergência (de Maastricht) para a moeda única e o Pacto de Estabilidade com a prioridade ao emprego e a coesão económica e social?

13 - As instituições e os órgãos da União Europeia (Comissão, Conselho de Ministros, Parlamento, Comité das Regiões, Sistema Bancário Europeu, e Banco Central Europeu) vão permitir corrigir os efeitos negativos da moeda única?

14 - A moeda única vai permitir à Europa opor-se à hegemonia do dólar?

15 - A mundialização não impõe progressivos abandonos de soberania? O Euro não é uma vantagem nesse processo?

Ver as respostas então dadas pelo PCP.  Publicado no Resistir.info

sábado, 16 de abril de 2011

Elucidativo

Servindo-me de trabalho e envio de amigo (que muito agradeço, ZéSanta!):

Fernando Ulrich (BPI):

29 Outubro - "Entrada do FMI em Portugal representa perda de credibilidade"

26 Janeiro - "Portugal não precisa do FMI"

31 Março - "por que é que Portugal não recorreu há mais tempo ao FMI"

Santos Ferreira (MBCP):

12 Janeiro - "Portugal deve evitar o FMI"

2 Fevereiro - "Portugal deve fazer tudo para evitar recorrer ao FMI"

4 Abril - "Ajuda externa é urgente e deve pedir-se já"

Ricardo Salgado (BES):

25 Janeiro - "não recomendo o FMI para Portugal"

29 Março - "Portugal pode evitar o FMI"

5 Abril - "é urgente pedir apoio .. já"


Portugal - palavra usada segundo as conveniências bancárias (dos banqueiros...), de acordo (coerentemente...) com as conjunturas, ou as tendências dos mercados, ou as notações "ratingadas", ou o raio que os parta...

Tudo isto é miserável!

E o que gente séria estudou, e previu, e preveniu, e para que apresentou oportunas alternativas... para rupturas urgentes num caminho desgraçado para os portugueses?

sexta-feira, 15 de abril de 2011

E vamos aceitar isto resignados ? Um sexto da dominação dos Filipes...

... mas ainda não se sabe quem será ao certo o vice-rei murmurando-se porém que poderá ser um tal de Borges que veio das falcatruas da Goldman Sachs.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

TRANSFORMAR NUM REFERENDO AS ELEIÇÕES DE 5 DE JUNHO

Os partidos do capital – PS, PSD e CDS – estão coniventes com o FMI e a ditadura do capital financeiro.

Eles desejam-na.

Por isso estão a amarrar as coisas para que tal ditadura se eternize.

Esta semana chega a Lisboa uma delegação do FMI.

O actual governo de gestão vai, servilmente, atender às suas exigências e assumir compromissos para os próximos anos, compromissos que obrigarão o governo resultante das eleições de 5 de Junho.

Se isto acontecer será uma tragédia para o povo português, como se verifica agora na Grécia e na Irlanda.


Qual a saída?

Transformar as eleições de 5 de Junho num referendo e eleger forças que ponham em causa os compromissos que vierem a ser estabelecidos com o FMI e o Fundo Europeu.

Para isso é preciso que tais forças tenham propostas claras desde já.

A manutenção de Portugal na Zona Euro é inviável.

O país só pode resolver os seus problemas se recuperar a sua soberania monetária.

É preciso ter a coragem de dizer e propor isso.

Seria trágico que as forças políticas portuguesas mais consequentes, por timidez, falta de imaginação ou outra razão qualquer, não ousassem avançar as medidas de que o país precisa.

Propostas claras e sem rodeios têm a capacidade de mobilizar um espectro amplo da opinião pública.

Meias medidas tíbias (como propostas de "renegociações" com credores) nada mobilizam.

Publicado no Resistir.info

Hoje há Avante!

  DESTAQUES: 
Construir o futuro com a força do povo
Mobilizados em apenas dois dias, milhares de militantes e simpatizantes comunistas participaram, sábado, no comício do PCP Contra a Ingerência e o Desastre – Por uma Política Patriótica e de Esquerda, realizado em plena Rua Augusta, na baixa lisboeta. Mais do que rejeitar o caminho de austeridade e exploração proposto pelo FMI e pela União Europeia (que prossegue e intensifica a política de direita seguida por PS, PSD e CDS), o PCP está já a dar-lhe combate.
Um colectivo mobilizado para todas as batalhas
A VIII Assembleia da Organização Regional de Setúbal do PCP, realizada no domingo na Cova da Piedade, em Almada, constituiu um momento ímpar da mobilização dos comunistas para os duros combates que aí vêm.
Não paga dívida
O povo islandês resiste às pressões e ameaças, recusa a chantagem e volta a dizer «não» ao pagamento de uma dívida criada pela banca privada.
Protestos na Praça Tahir
Contra o regime militar e pelo cumprimento das reivindicações populares, dezenas de milhares de egípcios voltaram aos protestos no centro do Cairo.
Assim Foi Temperado o Aço
Da autoria de Nikolai Ostróvski, é o novo livro da Biblioteca Avante! que é posto à venda com este número do jornal. O preço de capa é de 9.50 euros.
Ligados à vida e às aspirações populares
Depois de a CDU ter apresentado os seus primeiros candidatos pelos círculos eleitorais de Braga (Agostinho Lopes), Bragança (Maria Cunha), Faro (Paulo Sá), Setúbal (Francisco Lopes), Viana do Castelo (Ilda Figueiredo), Europa (Maria de Melo Galvão), Fora da Europa (Helena Cunha) e Lisboa (Jerónimo de Sousa e Bernardino Soares), são agora divulgados os restantes homens e mulheres que asseguram, simultaneamente, a confirmação e prosseguimento da experiência e do provado percurso de trabalho do actual Grupo Parlamentar do PCP e do Grupo Parlamentar do PEV. Candidatos que dão expressão ao protesto e à exigência de uma mudança efectiva na vida política nacional e asseguram uma combativa contribuição para a mobilização e esclarecimento indispensáveis à afirmação de uma política patriótica e de esquerda.

 
RESISTIR POR UM MUNDO MELHOR