Retiradas (as reflexões) de "dias de agora", acabadas de escrever e que me vi impelido (?!) a publicar aqui:
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Há uma tese a borbulhar sobre a espécie humana, que quer saltar “cá para fora” e não encontra, neste momento…, melhor saída que aqui.
Então é assim.
A espécie humana dividir-se-ia, segundo quase consensual rotulagem, em duas sub-espécies.
Haveria a sub-espécie dos bons, que seria uma “espécie” de “supra-espécie”, que assim nascem ou que a tal – a bons – ascendem, a pulso-apenas-seu, com muito trabalho, mérito ou outros atributos, ou a pulso-ajudado-por-outros já lá nascidos ou lá chegados por sorte, dado o lado para tinham virado o rabinho ao nascer, por méritos e atributos que, entre-si, os bons valorizam e premeiam.
Depois – depois… mas noutra escala nas "espécies" –, haveria os maus, os que são assim e pronto, pertencem a essa infra-espécie e dela não podem ou (o que é bem pior) não querem sair.
São maus e pronto, não há nada a fazer senão combatê-los e impedir que façam o mal que os (pre)enche e que apenas dificultam o bem-estar (melhor: o bem-bom-ser) dos bons.
É essa infra-espécie de gente, mal-nascida e/ou mal-crescida, que pratica todas as malfeitorias.
Eles fazem revoluções, descolonizações, parece que vivem para perturbar a boa vida dos bons.
Será justo dizer, à laia de entre parenteses, que nem sempre os maus assim se comportam, que passam muito tempo calminhos, amansados pelas concessões que os bons vão fazendo, com essa intenção para que não haja agitação social que os incomode.
No entanto, mesmo assim, e mesmo quando muitos dos bons não se eximem à caridadezinha que os ajudará a ser melhores ainda (eventualmente) numa vida eterna reservada aos melhores dos bons, há sempre uns maus que são os piores dos maus, do piorio.
Estão sempre insatisfeitos, rezingando, conspirando, agitando, a preparar ou a realizar revoluções e descolonizações.
Eles são uns assassinos (mesmo quando conseguem os seus fitos sem matar ninguém), eles invadem países (mesmo quando só lá entram se chamados pelos maus "de dentro" para impedir que os bons recuperem, com ajuda dos bons "de fora", o que teriam perdido de bem-bom), eles prendem os bons e os que ao seu serviço estão para os derrubar (até abrem campos de reeducação e, para casos mais graves de bondade, asilos psiquiátricos), eles levantam muros (o que são verdadeiros símbolos da sua maldade intrínseca).
Eles estão às ordens de Moscovo (quando havia), ou do Corão (quando convém), ou de outras etiquetas que oportunamente se lhes colam, e têm estirpes muito resistentes (por isso, as mais perigosas) como a estirpe dos comunistas.
Porque estes, os comunistas, são os mais maus que denunciam – e, fanaticamente, explicam porquê – que os bons matam que se fartam (mesmo, e muito!, crianças, gente quando os alvos são “só” militares), que invadem e ocupam países (mesmo quando ninguém "de dentro" os chama, a não ser alguns raros bons e, sobretudo, as riquezas do solo, do sub-solo e plataformas marítimo-petrolíferas ou outras), eles prendem e têm campos de concentração em territórios ocupados, e fazem de aviões e aeroportos meios de transporte, como se gado fosse, de piores dos maus ou de alguns que suspeitam que piores dos maus possam ser), eles levantam muros em muitos lados (na América do Norte, entre os Estados Unidos e o México, em Chipre, no Sahara, a separar territórios ocupados por Marrocos do povo que os considera seus, entre a Palestina e territórios ocupados da Palestina, sei lá se em mais lugares)… embora muro, muro, haja (ou houve… aleluia!), penas um, o dos maus, o de Berlim.
Há que acrescentar, para que não fiquem dúvidas, que tudo o que de aparentemente mau a "super-espécie" dos bons faz é, evidentemente, por bem, enquanto tudo o que a "infra-espécie" dos maus faz de efectivamente bom é, evidentemente, por mal.
Isto a propósito de (...) como poderia ter sido da reforma agrária, que tantos bons latifundários (NÃO!) assassinou, e que "obrigou" a matar alguns maus.
Isto a propósito de terrorismo que é “arma” que os maus (falo dos comunistas) não utilizam, mas que os bons USAm e abUSAm, nalguns casos com o requinte de o fazerem por forma que a história seja contada como se alguns actos terroristas tivessem sido da autoria dos maus.
(...)»