domingo, 31 de janeiro de 2010

Revolução Republicana na História da Luta do Povo Português

O PCP inaugurou uma exposição, no Porto, sobre a  «Revolução Republicana de 1910 na História da Luta do Povo Português».

Albano Nunes, do Secretário do CC do PCP, apresentou a primeira de um conjunto de iniciativas que o PCP vai promover com o objectivo de contribuir para um melhor conhecimento do que foi e do que representou esta revolução. 

Para o PCP é uma oportunidade para aprofundar o conhecimento da história contemporânea do nosso povo (...) e tirar lições para a luta do presente. 

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

O bom aluno

Durante algum tempo, foi contrariado que Teixeira dos Santos desempenhou nas TV e jornais o papel de vilão que lhe coube no "casting" da derrapagem das contas públicas.
 
Via-se-lhe na cara que preferia o papel de "técnico competente", o homem que matara o Liberty Valance do défice e deixara o herói ("Já o fiz antes e sei como fazê-lo") ficar com os louros e com a rapariga.
 
Aos poucos ganhou o gosto à coisa e o actor acabou por se transformar na personagem.

Só um "político competente", e não um "técnico competente", teria, sem corar, previsto para 2009 um défice de 2,2% e, depois, perante os factos, corrigir o tiro para 5% para, no final do ano, o corrigir de novo para 8,7% e, uns dias depois, no momento da apresentação do OE, o recorrigir ainda mais uma vez para 9,3%, disparando culpas em todas as direcções, da crise internacional às agências de "rating" (faltou o aquecimento global).

Agora, Teixeira dos Santos diz-se "disposto a abdicar de parte do seu salário, se for necessário".

Entretanto, e para já, vai "abdicando" dos salários alheios.

Ninguém pode acusá-lo de que não aprende depressa.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Hoje há Avante!



DESTAQUES:

 
A mudança será imposta pela luta

Praça cheia no Porto
A concentração promovida pela União de Sindicatos do Porto, na tarde de 21 de Janeiro, foi a primeira das grandes iniciativas públicas, que vão ser levadas a cabo pela CGTP-IN, durante este trimestre. Amanhã, manifestam-se em Lisboa enfermeiros de todo o País.
Contra a guerra
Na véspera da partida de mais um contingente militar português para o Afeganistão, várias organizações lançaram acção contra a guerra e a NATO.

«Biblioteca Avante!»
 A uma semana do lançamento do primeiro título da nova colecção das Edições Avante!, Francisco Melo fala sobre o seu conteúdo e objectivos.

Vitórias e lutas

Os trabalhadores da Cimianto conseguem impedir o fim da empresa e garantir os postos de trabalho. Na IFM-Platex exigem a intervenção do Governo.
Capitulação do PS aos interesses do capital
PS e CDS/PP inviabilizaram no Parlamento o projecto do PCP que visava travar a possibilidade de estender a jornada de trabalho até às 12 horas diárias e 60 horas semanais. 
Capital reforça poder
O Supremo Tribunal dos Estados Unidos considera inconstitucional a imposição de limites no financiamento das campanhas eleitorais.
Milhões sem subsídio
Enquanto a crise continua a lançar no desemprego milhões de trabalhadores, aumenta o número daqueles que perdem o direito a subsídio.
 

domingo, 24 de janeiro de 2010

O Berlusconi chileno

De tanto considerar-se um país da OCDE, distanciado da América Latina, o “tigre latinoamericano”, o Chile ganhou um Berlusconi.

Esse é o molde de Sebastien Piñera, recém eleito presidente do Chile, fazendo com que a direita volte ao governo – depois de ter ocupado violentamente o poder, mediante uma ditadura militar, de 1973 a 1990.

Depois dos ditadores militares que representaram os interesses da direita e dos EUA na região, o neoliberalismo projetou um outro tipo de líder da direita: o empresário supostamente bem sucedido.

Roberto Campos, entre outros, já dizia que o Estado e as empresas estatais deveriam funcionar com o mesmo critério das privadas: a busca do lucro, o critério custo-beneficio, a competitividade. Empresas estatais deficitárias deveriam ser fechadas ou privatizadas – junto com as rentáveis também, já que não competiria ao Estado essa função.

Berlusconi foi eleito e reeleito, entre outras imagens, por essa: o empresário mais rico, o supostamente mais bem sucedido, da Itália.

“Se deu certo dirigindo suas empresas, vai dar certo no Estado” – conforme a pregação liberal. “Vai passar o Estado a limpo”, “Vai cortar os gastos inúteis” (isto é, os não rentáveis economicamente).

O Estado funcionar conforme o custo-beneficio significa cortar recursos para políticas sociais, paga salários dos fucionrios públicos, para investimentos de infra-estrutura.

Daí o sucateamento do Estado, as privatizações, a mercantilização das relações sociais.

O empresário de sucesso no mercado seria o melhor agente para “passar a limpo” o Estado, fazer o tal “choque de gestão” – que os tucanos adoram.

Aqui mesmo eles já apoiaram Antonio Ermirio de Morais, contra seu atual aliado, Orestes Quercia, para o governo de São Paulo.

No Chile, José Piñera, irmão e sócio do eleito presidente do Chile, foi o introdutor das malditas “reformas laborais”, um dois eixos do neoliberalismo, com seu suposto fundamental: gastar menos com remuneração salarial e elevar a superexploração do trabalho, como outras forma de transferência de recursos para os grandes empresários.

O Grupo Piñera ficou conhecido no Chile como dos que mais fez pela introdução do cartão de crédito no Chile, porém o grosso dos seus esforços esteve concentrada na expansão da Lan Chile, com a criação de Lan Perú e a compra de outras empresas latinomericanas de aviação.

Para se assemelhar mais ainda a Berlusconi, ainda que não seja torcedor do Colo-Colo, comprou o clube, como quem compra uma fábricas de empanadas.

Piñera não esconde suas afinidades com o presidente colombiano, Uribe, com quem tratará de fazer dobradinha, tentando isolar a Equador e a Bolívia na região andina e se apresentar, junto com o Peru, como um pólo ortodoxo neoliberal, intensificando as relações de livre comércio com os EUA.

Mal sabe ele que os tempos de auge do neoliberalismo já ficaram para trás, que aventurar-se por esse caminho é deixar a economia chilena ainda mais fragilizada diante dos continuados efeitos da crise internacional, ainda para um pais que tem um TLC com os EUA – eixo dessa crise.

A derrota é muito dolorosa para o povo chileno.

Mesmo se não colocássemos os governos da Concertação no bloco progressista na região – porque privilegiaram o Tratado de Livre Comércio com os EUA, mantiveram uma política econômica ortodoxo -, toda a esquerda sai derrotada.

Porque, apesar das debilidades dos governos da Concertação – refletido agora no voto majoritário da direita, que incorpora amplos setores populares -, a esquerda não soube construir, nas duas décadas de democratização, uma alternativa antineoliberal no Chile.

O povo chileno pagará caro esse erro da esquerda, que agora tem, pelo menos, a possibilidade de colocar em questão o modelo herdado do pinochetismo.

Os momentos de balanço de derrotas como essa se prestam para as divisões, para os oportunismos, para os radicalismos verbais.

A esquerda chilena pode olhar para a América Latina para ver distintas expressões de governos populares e de blocos sociais e políticos que levam a cabo esses governos, como referência, para que o Chile volte a assumir seu lugar no processo de integração regional e de construção de alternativas efetivamente de esquerda, nas terras de Allende, Neruda e Miguel Enriquez.

sábado, 23 de janeiro de 2010

COMEDIANTES

«Governo, PSD e CDS já chegaram a acordo para viabilizar o Orçamento»: grita o Público de hoje, na sua primeira página, em jeito de quem está a dar uma novidade aos leitores - como se os partidos da política de direita alguma vez, ao longo dos últimos 33 anos, tivessem posto em causa essa política comum aos três...

É claro que, durante o período eleitoral do ano passado e depois das legislativas, PS, PSD e CDS, bem ensaiados, representaram a sua tradicional comédia - uma representação que os média dominantes, também bem ensaiados, divulgaram profusamente.

Ouvindo e lendo o que diziam os dirigentes desses partidos - todos comediantes com provas dadas - até parecia que eles estavam zangados uns com os outros, que defendiam políticas diferentes, que eram inimigos...

Nada mais falso: na verdade - os três partidos com a sua representação, e os média com a divulgação da cena - estavam, todos, a bater-se pela mesma causa: a política de direita que o PS, o PSD e o CDS executam ao serviço dos interesses dos donos dos média.

As divergências simuladas e as zangas fingidas fazem parte de uma comédia que tem 33 anos de idade e que alimenta a falsa ideia de que eles são alternativa uns aos outros - coisa que lhes dá muito jeito na altura das eleições...

Ontem, o Dr. Mário Soares manifestara a suas «preocupações» face à eventualidade de o Orçamento de Estado não ser aprovado.

Mas o Dr. Mário Soares é o maior comediante da cena portuguesa: também ele, obviamente, estava a representar o seu papel.

Farto de saber estava ele que tudo se resolveria de acordo com a vontade do grande capital.
Ou não fosse ele o pai da política de direita.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Hoje há Avante!

DESTAQUES:
 
Lutar contra as injustiças. Exigir uma vida melhor.
Pela mudança que o País precisa
Melhorar as condições de vida dos trabalhadores e dos pensionistas, responder às dificuldades e à crise com medidas de apoio à economia real, anular medidas violadoras de direitos dos trabalhadores e garantir uma mais justa distribuição da riqueza foram algumas das linhas de trabalho para o futuro próximo.
Contra cortes salariais
Confrontados com proposta «humilhante» de redução de salários, os enfermeiros decidiram convocar grave de três dias a começar em 27 deste mês.
Vitória das populações
O PCP saúda o anúncio da abertura do concurso público para o projecto do novo hospital do Seixal, que concretiza um longo processo de luta popular.
Construir o futuro
A Direcção Nacional da JCP aprovou por unanimidade o projecto de Resolução Política a apresentar ao 9.º Congresso que terá lugar em Maio, em Lisboa.
Defender com a vida
No ano em que se cumpre o 60.º aniversário do seu assassinato pela PIDE, evocamos José Moreira, destacado construtor do nosso jornal a que consagrou a vida.
A maquinação gripal
Um grupo de 14 parlamentares do Conselho da Europa acusa os monopólios farmacêuticos de terem influenciado autoridades de saúde a fim de promoverem vacinações «ineficazes».
Guerras do capital
O número de suicídios entre as Forças Armadas dos EUA registou, em 2009, um número alarmante, admite o Pentágono.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Convocada Manifestação Nacional da Administração Pública para 5 de Fevereiro


O Plenário Nacional de Dirigentes, Delegados e Activistas Sindicais da Frente Comum realizado na passada sexta-feira, 8 de Janeiro, convocou uma Manifestação Nacional da Administração Pública para o próximo dia 5 de Fevereiro, em Lisboa, e decidiu promover uma campanha de esclarecimento junto da opinião pública e dos trabalhadores.

Ler Moção aprovada aqui .

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Traficantes de vidas


Nesta época que nos impingem como sendo de grande progresso e modernidade, pode parecer estranho ou antiquado alguém continuar a defender que a esmagadora maioria das nossas actividades económicas, sejam as produtivas, sejam as puramente financeiras, sejam os serviços, não deveriam nunca cair nas garras daqueles que não mexem uma palha a não ser no seu próprio interesse.

O sector da saúde está bem no alto da minha lista.

Acho mesmo que a transformação da saúde pública num negócio milionário é uma das realidades que mais ofende o espírito libertador e solidário de Abril.

Como num pequeno texto de um blogue dificilmente teria tempo para explicar devidamente esta minha “mania antiga”, deixo duas pistas que podem ajudar a entender o que penso... e porquê.

São duas notícias que nos chegam do Hospital de Braga, recentemente caído nas patas do Grupo Mello.

Na primeira notícia, os médicos são obrigados, tal como os doentes, a “concordar” com uma mudança de tratamento... mesmo que se dêem mal com essa mudança.

Razão?

A administração encontrou no mercado um medicamento mais barato, que acha (o que nem todos os especialistas acham) ser equivalente.

Na segunda notícia ficamos a saber que a partir de agora os novos doentes das especialidades de infecciologia, nefrologia, reumatologia e imunoalergologia, terão que rumar a outras paragens, pois ao que parece, o contrato de concessão do Governo, “esqueceu-se” destas especialidades e elas agora, segundo a administração, “não fazem parte do perfil assistencial do hospital”, um extraordinário eufemismo para definir tratamentos e doentes que não dão lucro aos investidores.

A reter, decididamente, fica a ideia de que em Braga, e se não nos pusermos a pau, um pouco por todo o lado, teremos que passar a escolher doenças que se enquadrem no perfil de negócio do Grupo Mello... ou de quaisquer outros abutres equivalentes a quem o desgoverno “socialista” vá oferecendo, um a um, os hospitais.

Samuel no Cantigueiro

domingo, 17 de janeiro de 2010

Lutar contra as injustiças - Exigir uma vida melhor


O PCP vai realizar ao longo deste trimestre uma Campanha Nacional de contacto e mobilização dos trabalhadores e da população sob o lema «Com o PCP, Lutar contra as injustiças - Exigir uma vida melhor».

Uma Campanha centrada nos temas do desemprego, da precariedade e dos salários, com forte presença de rua e no plano institucional, realizando comícios, sessões públicas e outras acções de esclarecimento, em que participará também o Secretário-Geral do PCP.

sábado, 16 de janeiro de 2010

A SOLIDARIEDADE NECESSÁRIA

Sempre que um povo é flagelado por uma tragédia natural, ele é alvo de acções de solidariedade da parte de praticamente todos os países e instâncias internacionais.

Ainda bem que assim é.

É o que está a acontecer, agora, face à brutal tragédia natural que caiu sobre o povo haitiano - uma tragédia cujas consequências imediatas são terríveis e cujas consequências a prazo se adivinham mais do que sombrias.

Como temos visto, os governos - desde os de Cuba e da Venezuela até aos dos EUA e da Grã-Bretanha, aos da China e do Japão, etc, etc - têm vindo a levar por diante importantes acções de solidariedade, através da disponibilização de meios humanos e materiais com os quais procuram salvar as vidas possíveis, superar os muitos e graves problemas e dramas existentes, atenuar o sofrimento do martirizado povo haitiano.

Ainda bem que assim é.

Pena é que esta disponibilidade solidária não faça parte dos programas de todos esses governos, de forma a que a solidariedade integre o dia a dia das suas políticas, em vez de se manifestar apenas nos momentos das grandes tragédias.

A verdade é que os muitos milhares de haitianos que, agora, morreram e os milhões que ficaram sem casa e sem nada, são vítimas, há muitos anos, de uma outra tragédia, esta social, que é silenciada pelos grandes meios de «informação» e que é fomentada por alguns dos países que, agora, aparecem, nas primeiras páginas dos jornais a exibir ajudas - uma tragédia social que fez do povo do Haiti um dos mais maltratados povos do mundo, com mais de 70% da população vivendo numa situação de pobreza extrema; com uma esperança de vida a rondar os 60 anos; com quase metade da população analfabeta ...

E é também verdade que, se as condições de vida - nomeadamente as habitações - do povo haitiano fossem minimamente humanas, os efeitos do sismo não teriam sido o que foram e estão a ser.

E é igualmente verdade que, como, a propósito disseram Hugo Chávez e Fidel Castro, é no capitalismo explorador e opressor que se encontram as causas dessa tragédia social.

E nestas circunstâncias ninguém o poderia dizer com tanta autoridade: como é sabido, Cuba socialista e a Venezuela bolivariana - países que, face à tragédia actual, foram os primeiros a manifestar a sua solidariedade concreta - são países para os quais a solidariedade faz parte das políticas de todos os dias dos seus governos.

E o Haiti é um exemplo disso.

Basta lembrar o apoio da Venezuela nos últimos anos, designadamente, o envio de 87 milhões de dólares quando dos furacões que, em 2009, flagelaram o país.

E veja-se Cuba que, de 1998 até agora, enviou para o Haiti, gratuitamente, centenas de médicos e outros profissionais de saúde - os quais assistiram centenas de milhares de doentes (a maior parte dos quais nunca tinham visto um médico); procederam a 228 mil operações diversas; assistiram mais de 110 mil partos; melhoraram ou recuperaram a vista a mais de 155 mil pessoas - ao mesmo tempo que 554 jovens haitianos se formavam como médicos, gratuitamente, na Faculdade de Medicina de Santiago de Cuba.

Esta é a solidariedade necessária - que não está à espera de tragédias naturais para se manifestar; que já lá está quando as tragédias ocorrem.

Porque é uma solidariedade de todos os dias.

Fraterna.

De classe.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

"PORTUGAL ENFRENTA RISCO DE MORTE LENTA"

Diz a Moody's, agência de classificação de crédito, que "Portugal e Grécia enfrentam risco de morte lenta".

Depois da Islândia, eles estão assustados.

Mas o susto deles não é com o destino dos povos português ou grego.

O susto deles é um susto de credores: especuladores que querem recuperar o seu dinheiro.

Mas a desmoralização das agências de classificação de crédito é mais do que muita.

Elas não foram sequer capazes de prever o afundamento da Islândia, nem dos países bálticos e nem dos próprios Estados Unidos.

Na realidade, a verdadeira morte lenta é a progressiva desindustrialização de Portugal, o encerramento de sectores inteiros da economia nacional, o desemprego crescente, a falta de perspectivas para a juventude, a ausência de política energética, os investimentos ruinosos – como o novo aeroporto – programados pelo governo do sr. Sócrates.

Todo esse panorama sombrio foi preparado pelo PS & PPD, quando mancomunados destruíram o Sector Empresarial do Estado.

Só com um novo programa de nacionalizações, a principiar pela banca privada, será possível escapar a isso.

Publicado no Resistir.info

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Hoje há Avante!




DESTAQUES:


Orçamento do Estado no centro das Jornadas Parlamentares do PCP em Viseu
Agir por uma vida melhor



Continental Mabor não alterou os horários
Exemplo para a vida
Desde o final de 2008 e durante todo o ano de 2009, a administração da Continental Mabor tentou aproveitar o contexto de crise no sector automóvel para reduzir o pagamento aos trabalhadores. Durante longos meses, os operários da maior fábrica nacional de pneus resistiram, mostraram-se unidos e dispostos a lutar.
EDP
tem que ser pública
Os cortes de energia na região Oeste vieram evidenciar as consequências negativas da privatização. O PCP defende o controlo público do sector.
Trabalhadores
 Hora de mudar
O Plenário Nacional da CGTP-IN agendou um conjunto da acções e lutas. A Frente Comum convoca Manifestação Nacional para 5 de Fevereiro.
A situação no País
Desemprego cresce
A taxa de desemprego continua a crescer em Portugal, atingindo os 10,3 por cento e ultrapassando a média europeia.

A importância da unidade e da organização
O «luto» e a luta dos ferroviários em 1969
Turquia
Trabalhadores protestam
Mais de 10 000 trabalhadores da tabaqueira Tekel mantêm-se há quatro semanas em luta nas ruas de Ankara, em defesa dos postos de trabalho.
Milhões de pobres e desempregados
Enquanto os grandes grupos financeiros anunciam a distribuição de milhares de milhões de dólares aos accionistas, milhões de trabalhadores são despedidos.


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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

A propósito de gripes...

Gripe realmente muito “suína”

Há muitos anos, princípio dos anos oitenta, os artistas portugueses mais “comercializáveis” e que estavam no pico da fama, cobravam de cachet, com músicos, aparelhagem de som e tudo, 100, 120, 140 contos, no máximo... e todos os outros achávamos aquilo uma quantia astronómica. O cachet mínimo (o mais praticado) na nossa “Cooperativa Cantar Abril”, era de dois contos e quinhentos. Por essa altura, andava eu a incubar o sonho de criar um espaço que pudesse ser uma sala de ensaios colectiva, um pequeno estúdio de gravação, local de convívio, etc. Fui apreçar um lugar (muito bom e grande) que estava para alugar na rua da Beneficência, em Lisboa.

“500 contos por mês”, informou o homem que tomava conta daquilo.

“Conhece algum negócio honesto que permita ganhar o suficiente para pagar uma renda de 500 contos por mês?”, perguntei eu.

“Para ser sincero, não!”, respondeu ele e riu-se muito.

Uns tempos mais tarde passei por lá e vi que já tinha sido alugada. Ostentava na parede uma grande placa com o nome de um conhecidíssimo laboratório farmacêutico estrangeiro. Foi a minha vez de também rir muito.

Esta notícia da condenação de três empresas farmacêuticas, que à boa maneira mafiosa, combinavam os preços, para melhor espoliarem o Estado português e os doentes, é apenas a confirmação de que a situação tem vindo a piorar de ano para ano.

Assim sendo, é extraordinário que alguém ainda se admire com o desenvolvimento que está a ter a mega fraude da “pandemia” da Gripe A, espantosa criação de mentes doentias, pelo menos quanto à sua dimensão, mentes doentias encabeçadas pelo criminoso de guerra Rumsfeld, que conseguiram, como sempre conseguem, espalhar milhões de notícias alarmantes, em jornais e televisões de todo o mundo, apoiadas em “certezas científicas” devidamente compradas a peso de ouro.

Há uns meses, quem questionasse minimamente, não a existência da Gripe A, pois isso seria idiota, mas sim a dimensão do pânico propositadamente instalado na sociedade, era apelidado de tudo e mais alguma coisa...

Agora estou à espera de que aqueles que nos ameaçaram com 71 milhões de mortos, comecem a vir, um a um, tal como fez o ridículo Durão Barroso, que depois de dizer que tinha visto as provas da existência de arma de destruição massiva no Iraque, teve que confessar que foi enganado... logo, a culpa não foi dele... comecem a vir, como dizia, apresentar as suas esfarrapadas desculpas.

Com iremos ver, certamente, o facto de vários governos mundiais terem desviado para a compra de vacinas, na sua esmagadora maioria, inúteis, tantos milhares de milhões de euros que renderam aos laboratórios lucros de mais de cinco mil milhões, também não vai ser culpa de ninguém.

Infelizmente, tal como já antes aconteceu com as “Vacas Loucas” ou a “Gripe das Aves” e agora com a “Gripe A”, na próxima vez que os criminosos que estão à frente do marketing dos laboratórios inventarem outra “pandemia”, os governos e os povos serão novamente espoliados, pois nenhum país se pode dar ao luxo de não alinhar na onda de histeria e pânico. Algum dia, pode ser verdade!...

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Solidariedade com o PC da Boémia e Morávia

O Secretariado do PCP enviou uma carta à Embaixada da República Checa em Lisboa, manifestando-se contra as tentativas em curso no Senado checo visando a suspensão da actividade do Partido Comunista da Boémia e Morávia ou mesmo a sua ilegalização e sublinhando que tais situações se inserem em inquietantes propósitos de instalação na Europa de um clima típico de caça às bruxas.

Ler a nota do Gabinete de Imprensa do PCP aqui.

O sítio do Partido Comunista da Boémia e Morávia é aqui (em inglês).

sábado, 9 de janeiro de 2010

Sobre a água de Évora e barbas de molho...

Sem Água
Crónica de Eduardo Luciano para a Rádio Diana, 7-1-2010.
Ficheiro de som aqui.

Afinal aquilo que foi anunciado como consequência das condições atmosféricas adversas, quase como que um azar com que ninguém contava, era, nem mais nem menos, que o resultado da incapacidade de quem fornece a água para distribuição ao concelho de proceder ao seu tratamento.

Durante quase vinte e quatro horas, os cidadãos deste concelho viram-se privados do acesso generalizado à água da rede pública de abastecimento.

Durante um dia inteirinho Évora foi notícia na comunicação social nacional, mais uma vez pelos piores motivos. As justificações para a ausência do precioso líquido das torneiras foram sendo aventadas à medida que a curiosidade da comunicação social obrigava a explicações convincentes.

Ao fim da manhã afirmava-se que o corte se deveria à existência de elevados níveis de alumínio na água da albufeira da barragem de Monte Novo, tendo esta explicação sido partilhada pela empresa que fornece a água em alta e pelo presidente da câmara municipal.

Algumas pessoas que contactei, mais familiarizadas com estas questões, lembraram-me que não haveria fontes de contaminação da água de albufeira com alumínio capazes das elevadas concentrações que foram anunciadas, pelo que o problema deveria seguramente estar na Estação de Tratamento de Água.

Por esta altura já toda a gente deve saber que a Quercus e uma fonte do ministério do ambiente, citados pela Lusa, afirmaram que o excesso de alumínio detectado na água terá sido causado pelo tratamento que é feito para limpar a turvação.

Afinal aquilo que foi anunciado como consequência das condições atmosféricas adversas, quase como que um azar com que ninguém contava, era, nem mais nem menos, que o resultado da incapacidade de quem fornece a água para distribuição ao concelho de proceder ao seu tratamento.

Em 2004 a maioria PS na Câmara decidiu a entrega do sistema em alta às Águas Centro Alentejo com o pretexto da garantia do fornecimento de água de excelência à população do concelho.

Parece que à primeira dificuldade grave conhecida não houve capacidade de resolver o problema, antes da decisão extrema de deixar milhares de pessoas sem água durante pelo menos 24 horas, escolas fechadas, restaurantes e cafés com actividade reduzida e alguns obrigados a encerrar.

Outro aspecto que sobressaiu desta crise foi a incapacidade de avisar previamente a população da possibilidade de ocorrerem cortes no abastecimento de água.

Sabendo que o problema estaria a ser equacionado há alguns dias, porquê esperar pelo esgotamento dos depósitos para comunicar que não haveria água nas torneiras?

O dia de ontem já passou, a água parece regressar devagarinho às nossas torneiras e agora é preciso atribuir responsabilidades políticas pelos acontecimentos e prevenir o futuro.

É urgente um debate público sobre esta questão, tendo até em conta as palavras pouco tranquilizadoras do presidente da câmara quando alerta para a possibilidade de voltarem a acontecer situações idênticas se as condições atmosféricas se mantiverem.

Chove em praticamente todo o território nacional e não consta que o abastecimento de água tenha sido cortado durante 24 horas em mais nenhum concelho do país.

Incompetência ou fatalidade? Pode ser um bom mote para uma discussão alargada que envolva a população e os órgãos autárquicos, tendo como convidada especial a empresa a quem o município paga a água que ontem não consumimos.

Até para a semana .

Publicado no Évorassim. Ver também todo o desenrolar da história no Mais Évora que a acompanhou a par e passo, num extraordinário trabalho.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

A propósito de muitas coisas...

«privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu,
privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei,
privatize-se a nuvem que passa,
privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno
e de olhos abertos.
E, finalmente, para florão e remate de tanto privatizar,
privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez
a exploração deles a empresas privadas,
mediante concurso internacional.
Aí se encontra a salvação do mundo...
E, já agora, privatize-se também
a puta que os pariu a todos»

José Saramago, in Cadernos de Lanzarote – Diário III

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Hoje há Avante!


DESTAQUES:
 
Negociado acordo melhor nos CTT
Resistir e vencer

 50 anos depois
Fuga de Peniche, rumo à Vitória
O PCP assinalou os 50 anos da histórica fuga de Peniche, que, a 3 de Janeiro de 1960, devolveu à liberdade e à luta Álvaro Cunhal e mais nove dirigentes e militantes comunistas. Após uma visita ao Forte, realizou-se uma sessão pública onde interveio Jerónimo de Sousa.  
Militão Ribeiro
Dignidade ante a barbárie
A morte na prisão do dirigente do Partido Comunista Português Militão Ribeiro, cujo 60.º aniversário se assinalou no dia 2, foi um brutal crime do fascismo.
Milhares manifestam-se
Dezenas de milhares de pessoas denunciaram, numa manifestação em Bilbau, a política prisional «criminosa» a que estão sujeitos os presos políticos bascos.
Região Oeste
Apoiar os agricultores
O PCP pretende ver urgentemente desbloqueados as verbas do Governo e da UE para ajudar os agricultores gravemente afectados pelo temporal.

Em cena até 31 de Janeiro
«A mãe» em Almada
Estreou, ontem, na Sala Principal do Teatro Municipal de Almada, «A mãe», de Bertolt Brecht. Em cena até ao dia 31 de Janeiro.
 Iémen
Alvo do imperialismo
A guerra desencadeada pelo imperialismo no Iraque e no Afeganistão tem agora um novo alvo, o Iémen.  
 Sem respostas da Refer e CP
Greves com via aberta
O sindicato dos Ferroviários convocou anteontem greves de 24 horas, a 21 de Janeiro, na CP e na Refer. A situação na EMEF é analisada amanhã. 
  VER ÍNDICE

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

CDU: Almoço de eleitos, activistas e amigos


A primeira iniciativa pública da CDU, depois das últimas autárquicas, irá ser um almoço-convívio no próximo dia 10 (domingo), em São Bento do Cortiço, no local de convívio do Centro Social (Lar), pelas 13 horas.

A inscrição ainda poderá ser feita através dos eleitos da CDU, dos membros da Comissão Concelhia de Estremoz do PCP, ou de José Lavado (965197029).

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Administração pública central: Apenas uma minoria teve direito a formação profissional.

67 em cada 100 trabalhadores não tiveram acesso à formação do POAP

Uma das bandeiras do actual governo, pelo menos a nível de palavras, é a formação profissional.

Mesmo no discurso de Natal, Sócrates não se esqueceu de se referir à formação profissional que é, sem dúvida, importante.

No entanto, o governo infelizmente continua a dizer uma coisa mas a fazer outra bem diferente.

A prova disso está na própria Administração Pública onde é directamente responsável.

É o que se mostra neste estudo utilizando apenas dados oficiais

O Programa Operacional Administração Pública (POAP), que era o programa de formação profissional para Administração Pública Central mais importante financiado por fundos comunitários, apresentou, antes do Natal de 2009, na Comissão de Acompanhamento, em que participamos, o seu "Relatório Final de Execução".

A leitura atenta deste relatório, que abrange o período 2004-2009, portanto seis anos, é bastante elucidativa sobre a política de formação profissional do governo para a Administração Pública.

Esse Relatório, por um lado, mostra a existência de uma grave distorção na formação realizada, com reflexos negativos quer para os trabalhadores, quer para modernização da Administração Pública; e, por outro lado, revela um esforço manifestamente insuficiente de formação e qualificação dos trabalhadores num sector fundamental para o desenvolvimento do País.

Assim, segundo os dados desse "Relatório", 51,5% do total de formandos do POAP tiveram como origem apenas as categorias profissionais de dirigentes e técnicos superiores, embora estas duas categorias de trabalhadores representem apenas 7,4% dos 390.000 trabalhadores da Administração Pública Central abrangidos por este programa comunitário de formação (este programa não abrangia nem a Saúde, nem a Educação, nem os militares).

Portanto, uma politica de formação em que aqueles que têm menos qualificações, que constituem a maioria, e que mais precisam de formação, foram claramente marginalizados.

Esta politica de formação agravou desigualdades, a nível de qualificações, na Administração Pública.

Para concluir basta ter presente seguinte: o numero total de dirigentes (superiores e intermédios) da Administração Pública era, em 2008, segundo o Boletim do Observatório do Emprego, de 5.868 e o numero de formandos que participaram em acções desta categoria foi de 9.226, o que significa que muitos dirigentes participaram em mais de uma acção de formação.

O mesmo sucedeu em relação aos técnicos superiores.

O seu número era, em 2008, segundo também o Boletim do Observatório do Emprego, de 22.985 mas os formandos com esta categoria profissional que participaram em acções de formação foram 77.008, ou seja, mais do triplo.

Segundo os "Complementos de Programação – POAP", pág. 21, o número de trabalhadores abrangidos por esta programa era de 390.000.

Se cada trabalhador tivesse participado apenas numa acção de formação profissional teriam recebido formação 167.327 trabalhadores no período de seis anos (2004-2009), ou seja, 27.887 por ano, isto é, uma taxa de 7,2% por ano, o que já era muito pouco.

No entanto, como 51,5% dos formandos eram apenas de duas categorias profissionais, ou seja, 28.853 trabalhadores, que representam somente 7,4% do total dos trabalhadores abrangidos pelo POAP, para os 92,6% restantes, ou seja, para 361.140 trabalhadores restaram apenas 80.333 vagas em acções de formação, o que corresponde a uma taxa anual de formação de 3,7% que é ridícula.

Uma minoria (apenas 7,4%) puderam participar, em média, em três acções de formação, enquanto a maioria (92,6%) apenas 22 em cada 100 tiveram formação pelo POAP no período 2004-2009.

Os restantes 78 em cada 100 não tiveram direito nem acesso a formação pelo POAP. Se somarmos os dirigentes e técnicos superiores, conclui-se que 67% não tiveram acesso a formação pelo POAP no período 2004-2009.

Para colmatar a falta de formação para a maioria dos trabalhadores, os sindicatos da Administração Pública apresentaram ao POAP planos de formação, cuja esmagadora maioria não foi aceite.

Para o período 2007-2013, a situação não vai melhorar.

Em primeiro lugar, deixou de existir qualquer programa de formação específico para a Administração Pública Central.

Em segundo lugar, a verba atribuída do POPH para formação dos mesmos trabalhadores da Administração Pública Central (directa e indirecta) corresponde a cerca de 1,6% das verbas totais do programa do QREN (apenas 100 milhões € de 6117,4 milhões €, até 2017) que tem como objectivo a formação profissional (POPH).

Eis, quantificada na linguagem fria e objectiva dos números oficiais, a politica de formação do governo, num sector em que ele é directamente responsável, de que Sócrates tanto fala.

Ler estudo completo de Eugénio Rosa aqui.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Greve na Câmara de Coruche

Meio dia de greve foi cumprido, dia 18, pelos trabalhadores da Câmara Municipal de Coruche, para exigirem justas progressões na carreira e a consequente actualização salarial. Convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local, a luta foi complementada com uma concentração, em que participaram 85 trabalhadores, apesar das pouco amistosas condições climatéricas, diante dos Paços do Concelho, durante uma reunião do executivo camarário, de maioria PS.

Os trabalhadores exigem que seja implementada a «opção gestionária» que, se estivesse em vigor, «teria feito progredir na carreira 169 trabalhadores». Lembrando que aquela opção está prevista no Sistema Integrado de Avaliação de Desempenho, SIADAP, o STAL/CGTP-IN recordou que ela permite a progressão na carreira aos funcionários que sejam classificados com «Bom», durante cinco anos, enquanto o sistema normal de avaliação só permite aquela evolução a quem obtenha a mesma classificação durante 10 anos.

Na resolução aprovada na concentração e entregue ao executivo, os trabalhadores recordam o compromisso assumido pela câmara, «quer em reunião com o sindicato, quer em informação interna de 8 de Outubro, que circulou pelos trabalhadores, onde a autarquia se comprometeu a fazer o levantamento do universo dos trabalhadores abrangidos», naquela opção, e a alterar a sua posição remuneratória.

Num comunicado, o STAL salienta que aquelas garantias foram dadas ao sindicato três dias antes das eleições autárquicas. Mas, assim que iniciou o novo mandato, no dia 27 de Novembro, o executivo PS negou aos trabalhadores o que tinha prometido, alegando falta de capacidade orçamental.

Publicado no Avante!

domingo, 3 de janeiro de 2010

«FUGA DE PENICHE - RUMO À VITÓRIA»

A fuga de Peniche - de que hoje se assinala o 50º aniversário - foi uma importante vitória da resistência antifascista.

Eis os nomes dos dez militantes comunistas que, no dia 3 de Janeiro de 1960, após um cuidado trabalho de preparação - sempre em estreita coordenação com a organização do Partido no exterior - lograram evadir-se daquela que era, então, a prisão fascista mais vigiada de Portugal:

Álvaro Cunhal, Joaquim Gomes, Jaime Serra, Carlos Costa, Francisco Miguel, Guilherme Carvalho, Pedro Soares, Francisco Rodrigues, Rogério de Carvalho e José Carlos.

Eram, todos, quadros destacados ou dirigentes do PCP - e todos fugiram não para alcançar a sua liberdade individual, mas para, integrando a acção clandestina contra a ditadura fascista, lutar pela liberdade do povo e do País.

A fuga viria a ter repercussões assinaláveis na luta contra o fascismo.

Com efeito, na sequência desse acontecimento memorável, o PCP procedeu a um amplo e profundo debate interno, no decorrer do qual o colectivo partidário procedeu à crítica e à correcção do «desvio de direita de 1956/1959» - e os resultados desse debate foram visíveis desde logo no reforço orgânico, ideológico e interventivo do Partido.

De todo esse processo, destaca-se o contributo singular dado por Álvaro Cunhal que, na reunião do Comité Central de Março de 1961, viria a ser eleito secretário-geral do Partido.

Retomando a via do levantamento popular como caminho para o derrubamento do fascismo e assumindo a sua identidade comunista, o PCP levou por diante um vasto conjunto de acções de massas de grande dimensão e impacto, que viriam a atingir expressões superiores quer nas grandes lutas dos estudantes de Lisboa, Porto e Coimbra, em princípios de 1962, que nas gigantescas manifestações do 1º de Maio desse ano, logo seguidas pela histórica conquista das oito horas de trabalho pelo proletariado agrícola do Sul - lutas que abalaram e fizeram tremer o regime e deram mais força às forças antifascistas.

É ainda na sequência da fuga de Peniche e do desenvolvimento da luta por ela gerado que, em 1964, Álvaro Cunhal escreve o «Rumo à Vitória», texto notável que constituirá as teses para o VI Congresso do PCP, realizado no ano seguinte e no qual foi aprovado o Programa para a Revolução Democrática e Nacional - que a Revolução de Abril veio a confirmar plenamente.

Foi certamente tendo tudo isto em conta que o PCP designou a iniciativa com que hoje, assinalou, em Peniche, o 50º aniversário da fuga, por «Fuga de Peniche - Rumo à Vitória».

sábado, 2 de janeiro de 2010

APAGÕES: DESINFORMAÇÃO POR OMISSÃO

O ocultamento das realidades nos media que se dizem "referência" faz-se também por omissões e eufemismos.

É exemplar este título do Público:


Fosse esse um jornal honesto e desejoso de esclarecer os seus leitores deveria titular:

"Após a privatização a EDP cortou drasticamente os custos de manutenção e conservação da rede".

E poderia acrescentar que assim é para aumentar a cotação das acções da EDP na bolsa e para permitir que a mesma faça investimentos de milhares de milhões de euros em centrais eólicas nos... Estados Unidos.

E finalmente poderia chegar à conclusão de ordem geral de que as privatizações dos serviços públicos conduziram e conduzem a uma pioria da qualidade de serviço e a um agravamento dos custos para os seus clientes.

Será esperar demais uma notícia assim?

Publicado no Resistir.info

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Entrámos em 2010. Recordar o início...

Com este blog irei iniciar uma experiência que vale o que vale e que terá os leitores que tiver.

Consciente de que o verdadeiro combate se trava nas ruas, nos locais de trabalho e de residência, no movimento associativo e em todo os recantos onde haja gente a quem interesse perceber o mundo que nos rodeia, de forma a transformá-lo para melhor, este blog serve apenas para ir registando situações e alertas, destacando, naturalmente, textos e opiniões de outros que melhor desnudam a grande mentira que nos querem impor para melhor nos explorarem e controlarem.

Num mundo global, onde a informação, que também é global, é controlada pelos interesses dos poderosos, vale sempre a pena meter um pauzinho na engrenagem.

Vivemos uma época perigosa. Já não bastavam as guerras de agressão, o aumento brutal da pobreza e da fome, a retirada de direitos conquistados ao longo de décadas, até mesmo de séculos, às classes sociais mais desprotegidas e, desde logo, aos trabalhadores, estejam no activo, sejam reformados ou jovens que a seu tempo adquirirão essa condição, entre outras malfeitorias.

Para agravar ainda mais a situação os problemas criados pelas derrocadas financeiras nos centros dominantes do capitalismo reclamam um combate com maior vigor e a denúncia do rumo dos governos que obsequiosamente têm aplicado a política de capitulação ditada pelos donos do império.

E quando o capitalismo se revela cada vez mais tão incapaz de resolver as suas contradições, de resolver os problemas do nosso tempo e os sofrimentos que impõe à humanidade, é altura de lembrar que o capitalismo não é o fim da história.

O socialismo é cada vez mais a alternativa para o nosso tempo.
 
RESISTIR POR UM MUNDO MELHOR