domingo, 18 de julho de 2010


Eu sei:

Não há um só espaço sem dor.

Por todo o lado abutres patrocinam a derrocada do ser humano, definitiva aquisição do capital.

Olhos e vozes convergem no temor, convocam o silêncio e o conformismo, premeiam a desistência, o imobilismo.

Os braços já não se querem alavancas e fenecem olvidados das mãos que em outros tempos aliavam aos dedos outros dedos parceiros de sonhos, fonte de beijos que selavam o feliz destino comum.

Agora, o odor da noite perpétua caustica os que prevaricam dizendo não.

O nauseabundo conformismo vigia, por todas as pides, os que persistem na crença de que não há limites para a História.

Os bufos renasceram e são profusamente premiados por apontarem qualquer laivo de resistência, qualquer aspiração de Liberdade.

O que pretendem é recuar no tempo e fazer de conta: nunca existiu Neruda, Ary ou Catarina!

Anseiam pelo ruído das botas de Pinochet cunhando de sangue as estradas da esperança.

Julgam-se sábios, omnipotentes.

Mas, na verdade:

Sei que não podem tudo, porque tu existes.

A tua força é a soma das vontades que agregadas, recusam render-se.

O teu semblante resulta do orgulho de todas as faces que lutaram honrada e corajosamente desde 1921.

 A rubra cor do teu ideal reproduz o oceano de esperança e determinação que sempre te caracterizaram, mesmo nos tempos mais negros.

Sem ti, meu Partido Comunista Português, a Idade Média seria a próxima paragem e restar-nos-ia a longa espera de séculos para reverter a situação.
 
 
RESISTIR POR UM MUNDO MELHOR