No cais de embarque do cruzeiro no Douro Internacional de Miranda do Douro, uma misteriosa placa alerta:
"Danger /Crocodiles/ No swimming", que é como quem diz "Perigo/ Crocodilos/ Não nadar".
A imagem de um assustador crocodilo completa o aviso para os que eventualmente não leiam Shakespeare no original.
O vice-presidente da Câmara disse entretanto à Lusa que o aviso terá sido colocado pelo proprietário do cruzeiro com o objectivo de impedir os mirandeses leitores do bardo de Stratford-upon-Avon de nadarem no "seu" rio.
A ideia terá decerto surgido ao vivaço industrial depois do aviso de Sócrates aos 200 mil manifestantes que encheram Lisboa clamando contra a miséria, o desemprego e a precariedade, e o Código de Trabalho, o seu profeta, de que eram "instrumentalizados" pelos comunistas.
Comunistas metem ainda mais medo que crocodilos.
Se o proprietário do cruzeiro não fosse espanhol e conhecesse Portugal teria optado por uma placa avisando "Perigo/Comunistas/ Não nadar".
Assustaria muito mais e ninguém se aproximaria do rio com medo de ser "instrumentalizado", que é muito pior que ser comido.
Manuel António Pina no Jornal de Notícias.
"Danger /Crocodiles/ No swimming", que é como quem diz "Perigo/ Crocodilos/ Não nadar".
A imagem de um assustador crocodilo completa o aviso para os que eventualmente não leiam Shakespeare no original.
O vice-presidente da Câmara disse entretanto à Lusa que o aviso terá sido colocado pelo proprietário do cruzeiro com o objectivo de impedir os mirandeses leitores do bardo de Stratford-upon-Avon de nadarem no "seu" rio.
A ideia terá decerto surgido ao vivaço industrial depois do aviso de Sócrates aos 200 mil manifestantes que encheram Lisboa clamando contra a miséria, o desemprego e a precariedade, e o Código de Trabalho, o seu profeta, de que eram "instrumentalizados" pelos comunistas.
Comunistas metem ainda mais medo que crocodilos.
Se o proprietário do cruzeiro não fosse espanhol e conhecesse Portugal teria optado por uma placa avisando "Perigo/Comunistas/ Não nadar".
Assustaria muito mais e ninguém se aproximaria do rio com medo de ser "instrumentalizado", que é muito pior que ser comido.
Manuel António Pina no Jornal de Notícias.