Mas, após o golpe de Novembro de 1975, seguiu-se a contra-revolução em câmara lenta.
Esta levou o país ao triste estado em que está hoje.
A contra-revolução destruiu as principais conquistas da revolução: as nacionalizações da banca, dos seguros e dos principais sectores da economia nacional, o controle operário.
A ideologia neoliberal e as privatizações selvagens fizeram o resto.
O nível de desenvolvimento das forças produtivas é hoje inferior ao de 1974.
A recuperação de poderes pelo capital monopolista e financeiro destruiu panos inteiros da economia nacional (siderurgia, pescas, estaleiros navais, agricultura, metalo-mecânica pesada, etc).
A ruína pode ser observada tanto ao nível infraestrutural como superestrutural (basta ver os escândalos recorrentes que se sucedem entre os governantes).
Os actuais já não têm sequer estratégia e nem mesmo táctica – só expedientes de fuga para a frente, sacando tudo o que puderem.
Estão podres.
Comemorar a Revolução de Abril é um acto de resistência, de condenação à contra-revolução.
É lutar para acabar com a democracia formal e obter a democracia real.
Estas 70 canções falam dessa esperança.