sábado, 13 de dezembro de 2008

"Hoje vão morrer sete pessoas na Colômbia"

Esta notícia do Público de hoje que não resisto a transcrever, por insuspeita, merece o meu destaque. Com isto se levanta uma questão muito importante. Serão as FARC tão más como as pintam ou a questão é outra?

Mas sobre notícias alternativas da Colômbia vá à ANNCOL.


"Hoje vão morrer sete pessoas na Colômbia
13.12.2008

Hoje vão morrer na Colômbia sete pessoas à margem de quaisquer combates. Ontem morreram sete. E amanhã vão morrer outras sete. A média é de organizações de direitos humanos e é só parte de uma tragédia que inclui ainda pelo menos 2,5 milhões de deslocados.

Mais de 14 mil colombianos morreram desde 2002, o ano do primeiro mandato do Presidente Alvaro Uribe, segundo as ONG, cujos números foram apresentados por ocasião da análise periódica universal ao país no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, em Genebra. A lista integra vítimas de execuções extrajudiciais ou realizadas por forças policiais ou militares, e paramilitares.

A maior parte dos mortos são sindicalistas e activistas dos direitos humanos. Nos últimos vinte anos, foram mortos 2700 militantes sindicais. Só nos primeiros oito meses deste ano foram assassinados 40. Os activistas de direitos humanos mortos ou desaparecidos desde Janeiro são 75.

Os principais suspeitos são o exército e os grupos paramilitares de extrema-direita cuja desmobilização, contra o que afirma o Governo, não terá então acontecido. Também desde o início do ano e de acordo com as mesmas fontes foram registados 932 casos de tortura, incluindo 731 letais.

As autoridades contrapuseram ao Conselho da ONU números seus apontando para a diminuição dos homicídios, desde logo dos sindicalistas, e dos sequestros. Mas o vice-presidente Francisco Santos pediu ainda assim "perdão" aos familiares das vítimas do que classificou como uma "vergonha" nacional.

Outro drama em paralelo é o dos deslocados. O Governo fala de 2,5 milhões, as organizações não governamentais de 4,5 milhões. O diário espanhol El País dizia ontem que depois do Sudão, a Colômbia é o segundo país do mundo com mais deslocados.

A onda de fugitivos não é antiga: remonta a 1985, quando a guerra aos grupos armados começou a assumir maior fragor. Mas desde então não cessou de crescer, acompanhada do roubo das terras dos que fugiam, por parte dos grupos de extrema-direita, e do assassínio dos seus líderes.

Setenta por cento dos fugitivos são camponeses. Os hectares roubados são entre quatro e seis milhões."
 
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