Faça-se um “joguinho” a partir do que disse hoje o governador do BdP e do que disseram os senhores banqueiros.
Antes, os bancos emprestaram ao governo a juro x (por exemplo, 7%). E fizeram-no com empréstimos que teriam tido de bancos estrangeiros e outras fontes, como o BCE, a juro y (por exemplo, 2,5%). É o seu negócio (ganhando a diferença entre os juros, no exemplo, 7% - 2,5% = 4,5%) !
Agora, os bancos achavam bem que o governo lhes pagasse para eles pagarem a dívida que contraíram para emprestar ao governo. Assim se transferiria a dívida sua para o governo, a que este melhor poderia fazer face por os seus juros terem baixado, à boleia da “solução grega”, embora com prazo dilatado, a que corresponderá um pagamento maior que o que estava para ser.
Depois, os bancos, com a situação mais desanuviada, voltariam a pedir emprestado, talvez a juro z inferior a y (por exemplo, 2,5% – 1% = 1,5%) para voltarem a emprestar ao governo (que bem precisado estará) ao mesmo juro x menos qualquer coisa (por exemplo, 7% - 0,5% = 6,5%). O negócio continuaria para os bancos e melhor (no exemplo, em vez se 7% -2,5% = 4,5%, seria 6,5% - 1,5% = 5%)!
Até parece que, no fim das continhas, todos ganhariam: o governo a pagar 6,5% de juro em vez de 7%, os bancos a ganharem o diferencial de 5% em vez de 4,5%.
E a gente? Cada vez mais endividada e sem a economia ter com que se financiar.
(atenção: todos estes números são mera ficção, são de um "joguinho" que imita - mal - a realidade)