Eu bem sei que a paráfrase está gasta de tanta e tão repetida utilização desde há 50 anos, especialmente nas últimas décadas em que passou a fazer parte do arsenal do discurso dos neo-liberais e a servir como passa-culpas para todos os que querem fazer esquecer as suas próprias responsabilidades políticas.
Mas ainda assim tinha apostado como os meus botões que hoje, na tomada de posse do seu governo, Pedro Passos Coelho haveria de adaptar a célebre frase de John Fitzgerald Kennedy proclamando: «Não perguntem o que Portugal pode fazer por vós, perguntem antes o que podem fazer por Portugal».
Perdi a aposta, quem te manda a ti, Vítor, armares-te em bruxo.
Mas, se em vez de estar fixado no Kennedy, tivesse apostado que Passos Coelho, apesar de conhecer o acordo que apoia com a troika e do que toda a gente sabe que ele contem, viria prometer um «Programa para o Crescimento, a Competitividade e o Emprego», então teria ganho a aposta graças a esta confirmação de que, para aquelas bandas, a desfaçatez não tem limites.