Obama chamou «hipócritas» aos que exigem ao governo dos EUA a condenação inequívoca do golpe de Estado das Honduras e a reposição da legalidade democrática naquele país.
«Hipócritas» porque, diz ele, os que, agora, lhe exigem uma intervenção nas Honduras são os mesmos que condenaram todas as intervenções militares dos EUA noutros países...
Não creio que os que fazem essas exigências ao presidente norte-americano, estejam a pensar numa típica intervenção militar dos EUA, com as tropas especiais a entrarem por ali fora, arrasando, destruindo, matando - e, especialmente, ocupando.
No que me diz respeito, não só não defendo como abomino tal coisa - e a intervenção que exijo a Obama é outra e bem diferente.
Obama não é visitante do Cravo de Abril e, portanto, nunca terá conhecimento da minha opinião sobre este assunto...
Mesmo assim, aqui fica, em quatro pontos, o que penso sobre o que deveria ser a sua intervenção nas Honduras.
É fácil, não tem nada que errar:
1 - sente-se na sua secretária da Casa Branca;
2 - pegue no telefone e ligue para Micheletti;
3 - ordene-lhe que devolva imediatamente o poder ao Presidente legítimo das Honduras, Manuel Zelaya;
4 - aguarde uns minutos - e constatará que Micheletti obedecerá com a mesma prontidão com que obedeceu à ordem de executar o golpe militar de 28 de Junho.
Como se vê, a intervenção que exijo ao Presidente Obama é simples, não lhe rouba mais do que uns minutos e não implica mais do que o custo de uma chamada telefónica...
Fernando Samuel no Cravo de Abril