O Presidente da Assembleia Geral da ONU, Miguel D'Escoto, entregou hoje a medalha de «Herói Mundial da Mãe Terra» àquele que considera ser «o maior expoente e paradigma de amor á Mãe Terra»: o Presidente da Bolívia, Evo Morales.
Recorde-se que Evo Morales foi eleito em Dezembro de 2005, tendo tomado posse em Janeiro de 2006.
De então para cá, muita coisa mudou naquele país, designadamente:
os recursos naturais da Bolívia passaram a ser propriedade da nação;
foram modificados todos os contratos com as empresas petrolíferas estrangeiras;
milhões de hectares de terras foram entregues a camponeses e a indígenas;
foi criado um serviço de saúde para os pobres;
foi atribuída aos idosos uma pensão mínima;
acabou-se com o analfabetismo;
melhoraram sensívelmente as condições de vida do povo -
- além de a Bolívia ter passado a ser um país soberano, livre do domínio do imperialismo norte-americano.
Por caminhos semelhantes optaram, na última década, vários países da região: a Venezuela, o Equador, a Nicarágua, as Honduras, o Paraguai... - caminhos naturalmente com as suas diferenças, mas convergindo todos no esforço de melhorar as condições de vida dos seus povos, na postura de defesa das suas soberania e independência, e numa inequívoca afirmação anti-imperialista.
Razões mais do que suficientes para que o império afiasse as garras e passasse ao ataque - como está a acontecer.
Também sobre isso se pronunciou Miguel D'Escoto, ao afirmar que «a América Latina deve ser declarada território livre de bases militares estrangeiras».
Disse ainda que a "mudança" prometida por Barack Obama, tem-se traduzido até agora em «acções que não abonam nem a segurança nem a paz», como o comprova a intenção do Governo dos EUA de «converter a Colômbia no Israel da América Latina».
Palavras justas, estas de Miguel D'Escoto, a confirmar que muita coisa está a mudar - não obstante os perigos e as ameaças que o imperialismo norte-americano continua a fazer pesar sobre os povos do mundo.
Registe-se ainda o facto, por demais significativo - e também anunciado pelo Presidente da Assembleia Geral da ONU - de Fidel Castro ter sido considerado «Herói Mundial da Solidariedade».
Fernando Samuel no Cravo de Abril