No dia 5 de Outubro o sr. Micheletti anunciou o fim do estado de sítio em Honduras, decretado logo após o retorno do presidente legítimo, Manuel Zelaya, ao território hondurenho.
Pode ser apenas um recuo táctico. Com ou sem estado de sítio os actos de terrorismo das forças policiais e militares exercem-se impunemente durante a noite. A selvajaria contra as manifestações de massa do povo hondurenho são diárias. Há milhares de presos políticos (fala-se em quatro mil) e desde o golpe as forças policiais, militares e paramilitares já provocaram pelo menos 200 mortos. As estações de rádio, jornais e outros media encerrados arbitrariamente pela ditadura gorilesca do sr. Micheletti continuam impedidas de exercer o seu papel informativo.
Há uma coisa que deve ficar clara quanto a Honduras: os golpistas não durariam nem 24 horas no poder se não contassem com o apoio do governo dos Estados Unidos. A dupla cara do sr. Obama, com sorrisos bonitos e declarações ambíguas, não engana ninguém. Os financiamentos ao governo de facto saído do golpe continuam por parte da USAID e do FMI. O fornecimento de armas ao exército golpista continua, inclusive com os novos canhões sónicos enviados por empresas dos EUA. Mas se o governo estado-unidense quisesse de facto repor a legalidade constitucional em Honduras bastaria coibir o seu comércio exterior com aquele país. O governo estado-unidense sabe muito bem como isso se faz, como o demonstra o feroz bloqueio económico que impõe há décadas contra Cuba.
Publicado no Resistir.info
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