domingo, 8 de novembro de 2009

Ainda sobre a Revolução de Outubro...

Este texto publicado no Cravo de Abril, que vale a pena referenciar, também convida à reflexão:

"Os média dominantes não disseram (nem vão dizer) que o 92º aniversário da Revolução de Outubro foi comemorado em dezenas de iniciativas do mais diverso tipo - convívios, almoços, debates públicos, envolvendo milhares de pessoas - realizadas por todo o País e promovidas por organizações do PCP.


Com tal silêncio, pretendem esses média - propriedade do grande capital - que a sua seja a única versão disponível sobre o assunto, isto é: que desse acontecimento maior da história da humanidade que foi a Revolução de Outubro se saiba, apenas, o que os proprietários desses média querem que se saiba.

É natural que a tal gente não convenha que se saiba que com «a constituição do primeiro Estado operário; com as conquistas civilizacionais - políticas, sociais, económicas e culturais - alcançadas na União Soviética nascida da Revolução de Outubro; com o processo de construção do socialismo então iniciado e os seus êxitos; com as múltiplas repercussões no mundo de todo esse exaltante processo, dando nova dimensão à luta de libertação nacional dos trabalhadores e dos povos e à luta pela paz» - que, com tudo isso (e muito mais), «o mundo mudou num sentido e com um conteúdo jamais verificados até então».

É natural que a tal gente não convenha que se saiba que, ao contrário do que propalam os «historiadores» do sistema e os seus média difundem, a derrota do nazi-fascismo na II Guerra Mundial foi obra essencialmente da União Soviética e do seu glorioso Exército Vermelho - da mesma forma que a URSS desempenhou papel decisivo na luta libertadoras dos povos e na liquidação do colonialismo.

É natural que a tal gente não convenha que se saiba que a ditadura salazarista/caetanista contou, até ao seu último dia de vida, com o apoio dos EUA e das democracias burguesas europeias - e que os que resistiram ao fascismo contaram sempre com o apoio solidário da União Soviética.

É natural que a tal gente só interesse falar da derrota do socialismo, apresentando-a como um «acto libertador» e não como aquilo que, da facto foi: uma tragédia para toda a humanidade - uma tragédia cujas consequências são visíveis nos graves retrocessos civilizacionais verificados nos últimos vinte anos.

É natural que a tal gente não interesse que se saiba... o essencial: que a Revolução de Outubro foi o primeiro grande passo da mais humana e progressista experiência alguma vez tentada; foi a primeira demonstração concreta de que o socialismo é, de facto, a única alternativa ao capitalismo - e que o socialismo é, não apenas possível, mas inevitável.

Com tudo isso evidenciando que a derrota dessa experiência não foi a derrota dos ideais que a sustentaram, os quais, 92 anos depois, permanecem vivos, actuais e carregados de futuro.

A confirmar que «não é ao capitalismo mas ao comunismo que o futuro pertence»."
 
RESISTIR POR UM MUNDO MELHOR