segunda-feira, 31 de maio de 2010

O centrão e os idiotas úteis - A propósito da redução do número de deputados

Talvez muitos dos que reivindicam, em tom vociferante, a redução do número de deputados desconheçam que em 1991 foi reduzido o número de deputados de 250 para 230.

Os efeitos foram significativos: a proporcionalidade da composição da Assembleia foi automaticamente reduzida; acentuou-se o peso relativo do PS e do PSD; o PCP, que era na altura o terceiro partido (não existindo o BE e estando o CDS reduzido a uma expressão residual) viu reduzida a metade a sua expressão parlamentar.

Claro que essa redução se deveu a uma quebra eleitoral significativa, mas o que quero acentuar é que, mesmo que essa quebra não se tivesse verificado, o PCP teria perdido “na secretaria” os seus deputados por Braga, Coimbra, Faro e Leiria.

Bem se vê pois que essa ideia de reduzir o número de deputados é tudo menos inocente.

Vendo o que por aí se diz e escreve, tendo a dividir os defensores da redução do número de deputados em três grupos:

Primeiro, os defensores do Bloco Central e da alternância sem alternativa entre o PS e o PSD.

Esses sabem muito bem quais os efeitos da redução do número de deputados e encaram a redução como uma forma ardilosa de obter um seguro de vida para o centrão.

O PS e o PSD assegurariam a hegemonia da Assembleia da República e os demais partidos ficariam limitados a uma expressão residual, com fracas possibilidades de influenciar soluções governativas.

Estão entre esses, várias personalidades do PS e do PSD que defendem publicamente a redução do número de deputados.

Segundo os salazarentos.

Estes são aqueles que nunca se conformaram com a democracia e que fazem eco da concepção de Salazar que, em célebre entrevista a António Ferro, afirmava que para parlamento lhe bastava o Conselho de Ministros.

Para esses, qualquer deputado é um deputado a mais e atacam o parlamento em todas as circunstâncias.

A razão desse ataque é que o parlamento, enquanto expressão da representatividade democrática do país, é o único órgão de soberania onde a oposição encontra espaço de intervenção institucional.

Por isso, o ataque salazarento ao parlamento é acima de tudo um ataque à oposição e à democracia.

Entre estes, estão algumas vozes próximas do poder económico e que encontram eco numa comunicação social cada vez mais rendida ao populismo.

Terceiro, os idiotas úteis do centrão.

Entre estes, estão aqueles que, influenciados pelo discurso enganador dos dois grupos anteriores, e não necessariamente mal intencionados, estão convencidos que reduzir o número de deputados seria uma medida de poupança e uma forma de punir os responsáveis pela má governação do país, roubando o lugar a uma mão-cheia deles.

Não estão a ver que aqueles que pretendem punir seriam precisamente os grandes beneficiários da medida que propõem e que em vez de lesar quem exerce o poder a redução do número de deputados lesaria precisamente quem pretende fazer oposição e contribuir para uma alternativa.

Não estão a ver que, para o PS e o PSD, não interessa ter muitos deputados: o que lhes interessa é ter o número suficiente para controlar o Parlamento.

É por isso que muitos dos que andam para aí em petições a defender a redução do número de deputados estão afinal a contribuir para levar a água ao moinho daqueles que pensam estar a combater.

Não passam por isso de idiotas úteis.

Úteis ao PS e ao PSD e idiotas quanto à defesa dos reais interesses do povo e do país.

domingo, 30 de maio de 2010

sábado, 29 de maio de 2010

Estive na Avenida da Liberdade. Valeu a pena!

Cheguei à Avenida da Liverdade pelo lado dos Restauradores eram 15,30 horas.

Nas calmas fui subindo a avenida repleta de gente que aguardava a manifestação.

Quando cheguei sensivelmente ao meio vinha a cabeça da manifestação.

Como tinha que vir para Estremoz acabei por não chegar ao Marquês.

Nas cerca de duas horas e meia que por lá andei apenas vi 3 (três) pessoas conhecidas do Distrito: o Joaquim C. (por acaso da minha terra), o António M. e o P. do Alandroal.

Foi uma situação anómala. Tinha de ser muita gente para encontrar tão poucos conhecidos.

Alguns amigos meus ainda vão pensar que lá não estive.

Às 18,10 horas estava a entrar no carro para vir para Estremoz.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Hoje há Avante!

DESTAQUES: 
Aqui estão os que não se rendem

Rumo ao socialismo e ao comunismo!
Com o lema «Com a luta da juventude, construir o futuro!», realizou-se, este fim-de-semana, em Lisboa, o 9º. Congresso da JCP. Foram dois dias de intensa discussão, com fortes críticas à política de direita dos sucessivos governos, que desencadearam, ao longos dos últimos anos, uma forte ofensiva contra o emprego com direitos e à escola pública, gratuita, democrática e para todos.
Censura e luta
A indignação e o descontentamento que grassam no País adquiriu dimensão política através da moção de censura do PCP ao Governo de Sócrates.
Manifestação hoje
A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia desmente que haja garantia de aumentos de 1,5 por cento e reforçam apelo à manifestação em Lisboa.
Frente antimonopolista
Seis dezenas de micro, pequenos e médios empresários comunistas reúnem no sábado e defendem a construção de «uma vasta frente antimonopolista».
Unidade na acção é prioritária

Mobilizar até sábado
Além das centenas de autocarros já fretados e lotados, nas estruturas distritais e sectoriais, a CGTP-IN realça que «há um potencial significativo para ampliar ainda mais a participação» na manifestação nacional de dia 29.
Convocada greve geral

Romenos levantam-se
Os principais sindicatos da Roménia convocaram para a próxima segunda-feira uma greve geral a que poderão seguir-se paralisações sectoriais.
RDP da Coreia
Sob ameaça dos EUA
Os Estados Unidos colocaram as suas forças de assalto de prontidão com vista a um possível conflito com a RDP da Coreia.
VER ÍNDICE

quarta-feira, 26 de maio de 2010

EDP, PT e GALP secam o crédito bancário

- As três empresas distribuíram 8.243 milhões € de lucros aos accionistas

- Depois obtiveram 25.589 milhões € de crédito junto à banca

- O crédito obtido foi maior do que o concedido à agricultura + pesca + indústria

- Um imposto extraordinario a aplicar aos lucros distribuidos durante esta crise daria ao Estado uma receita fiscal muito superior à que se prevê obter com o adicional de IRC de 2,5% agora aprovado pelo governo


RESUMO DESTE ESTUDO


Os banqueiros e os defensores do pensamento económico neoliberal dominante dizem que o crédito está a ser cada vez mais difícil de obter e a banca aproveitou isso para fazer disparar o valor do spread aumentando os seus lucros.

No entanto o credito existente continua a ser mal utilizado, e o crédito disponível é, em grande parte, canalizado para as grandes empresas que, no lugar de investirem os lucros que obtêm, distribuem a maior parte, descapitalizando as empresas, e depois pedem emprestado, reduzindo significativamente o crédito disponível para PMEs, etc.


Num estudo anterior, utilizando dados do Banco de Portugal, mostramos a profunda distorção que existe na concessão do crédito em Portugal já que, entre 2000 e 2010, o credito concedido à agricultura, à pesca e indústria transformadora diminuiu de 11,3% para apenas 7,3% do credito total, enquanto o crédito concedido às empresas de construção, às actividades imobiliárias e à habitação, que tornou possível os preços inflacionados e a especulação que se verificou no sector imobiliário, aumentou de 62,3% para 71,7% do crédito total concedido pela banca.

É evidente, a continuar este politica de crédito baseada na procura do lucro elevado e sem risco, em que a maior parcela dos recursos financeiros disponíveis do País não são aplicados em actividades produtivas, que são a base quer da satisfação das necessidades internas quer de uma actividade exportadora séria, o País não sairá certamente da situação de estagnação, de atraso e de crise em que se encontra mergulhado.

A má utilização dos escassos recursos financeiros que o País dispõe parece não incomodar nem o governo, nem o Banco de Portugal, nem o pensamento económico neoliberal dominante, nem mesmo os partidos políticos pois ninguém fala disso.

No período 2004-2009, a EDP, a PT e a GALP obtiveram 12.546 milhões € de lucros líquidos, tendo os seus lucros aumentado em 84,4% entre 2004 e 2009.

Em 2009, os seus lucros subiram 14% relativamente aos de 2008, o que mostra bem que a crise não está afectá-las muito.

No entanto, no lugar de investir os lucros, estas empresas no período 2004-2009 distribuíram 8.243 milhões € (65,7% dos lucros obtidos) aos accionistas, o que descapitalizou as empresas, obrigando-as depois a recorrerem maciçamente ao crédito.

No fim de 2009, estas três empresas deviam 25.599 milhões €, que era um valor superior a todo o credito concedido à agricultura, pesca e industria transformadora em Portugal que, no fim de Janeiro de 2010, somava apenas 17.784 milhões €, ou seja, 69,5% do crédito obtido por aquelas três empresas.

Uma medida que devia ser implementada para combater a distribuição exagerada de lucros em período de crise seria aprovar um imposto extraordinário com uma taxa, por ex., de 15% sobre os lucros distribuídos.
 
Esta medida daria certamente uma receita três ou quatro vezes superior à que previsivelmente se obterá com o adicional no IRC de 2,5% (menos de 200 milhões € em 2010), e teria ainda outras vantagens.
 
Tomando como base os lucros obtidos no 1º Trimestre de 2010 por aqueles 8 grupos (5 bancários e 3 empresas não financeiras), e fazendo uma estimativa para todo o ano, obtém-se 4.176 milhões € de lucros líquidos (11,4 milhões €/dia).
 
Se a percentagem de lucros de 2010 distribuídos for idêntica à verificada no passado em relação aos 3 grupos não financeiros – em média 65,7% – a receita obtida só destes 8 grupos com uma taxa extraordinária de 15% seria superior a 400 milhões €, o que torna o adicional de 2,5% de IRC a aplicar às empresas com mais de 2 milhões € de lucros fiscais, e não lucros reais (muitas com lucros inferiores a 2 milhões € não são PMEs, como Sócrates pretendeu fazer crer); repetindo, o adicional no IRC de 2,5% terá um efeito meramente simbólico, porque o impacto nos lucros dos grupos económicos é reduzido. Para além disso aquele imposto extraordinário de 15% teria outras vantagens.
 
Se a receita fiscal obtida fosse inferior à indicada, isso significaria que uma parte maior dos lucros não teria sido distribuída, o que teria duas vantagens.
 
Em primeiro lugar, o investimento com base no auto-financiamento teria aumentado e, consequentemente, a criação de emprego e de riqueza.
 
Em segundo lugar, teria ficado disponível mais crédito que podia ser aplicado em investimento em actividades produtivas, tão necessário para criar riqueza e emprego.
 
Ler este interessante estudo de Eugénio Rosa na sua totalidade no Resistir.info

O Militante

Foi publicada e encontra-se à venda a edição de Maio/Junho da revista "O Militante". Em Estremoz ela encontra-se à venda em algumas papelarias da cidade.



Por razões a que somos alheios não é possível disponibilixar as ligações para os artigos.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Cambalacho

O exercício penoso de assistir à triste figura de Sócrates a falar «portunhol» para um grupo de empresários espanhóis revelou-se, por mais estranho que pareça, assaz gratificante.

Se em boa verdade podemos dizer que não é preciso «pôr mais na carta» para caracterizar o primeiro-ministro português como um serventuário fiel do capital, arrogante e demagogo cá dentro e subserviente lá fora, não é menos verdade que não há nada mais esclarecedor do que ver e ouvir o próprio fazendo (involuntariamente, supomos) o auto-retrato.

Na realidade, o esboço começou a delinear-se uns dias antes da visita ao país vizinho e após uma chamada à pedra de Bruxelas onde o Governo foi receber a sebenta, que é como quem diz o caderno de encargos a apresentar aos portugueses, que entretanto andavam a ser distraídos com festividades do futebol e da fé, para já não falar do regresso em força dos espectáculos de fado, que isto do triunvirato dos efes é de triste memória e tal como nos tempos do fascismo presta-se a trocadilhos impróprios da letra de forma, embora muito vernáculos.

Foi por essa altura, se bem se lembram, que Sócrates e o nóvel dirigente do PSD, Passos Coelho, afirmaram a vontade de cumprir o destino para que foram talhados os dois partidos, a saber, serem farinha do mesmo saco para amassar as políticas de direita ao serviço do neoliberalismo económico, social, político e cultural.

Oficializando a partilha de poder que os anima, numa espécie de casamento de conveniência com serventia de cozinha, ambos vieram a público como salvadores da pátria, um pedindo desculpa por dar o nó e outro eufórico por ter garantida tão prestimosa mão para o segurar.

Depois disso, Sócrates não parou de se exibir.

Em conferência de imprensa equiparou o aumento do preço do pão e do leite ao aumento da coca cola; em Ponte da Barca falou do «pequeno contributo» pedido aos portugueses para equilibrar as contas públicas – entendendo por «pequeno contributo» as reduções de salários, das pensões, dos subsídios; o aumento do IRS, do IVA e de outros impostos; cortes drásticos nas despesas sociais, aumento do desemprego, precariedade, etc., etc., etc. –, pondo como contraponto na balança a migalha cobrada a gestores e à banca; em Espanha gabou a flexibilidade das leis laborais portuguesas, a mão-de-obra barata e as potencialidades que se oferecem ao investimento estrangeiro, a par da garantia de estabilidade conseguida com o «apoio patriótico» do PSD ao garrote imposto aos trabalhadores e ao povo.

Foi justamente neste ponto, portunholmente falando, que Sócrates completou o seu retrato dizendo que agora já tem parceiro para «dançar o tango».

Dado o contexto, só podia estar a pensar no famoso Cambalache do argentino Discépolo, debochada canção sobre as indignidades do mundo: «Que o mundo foi e será uma porcaria / Já sei / em 506 / e em 2000 também / que sempre houve safados / malandros e gatunos / (...) / século XX, cambalacho / problemáttico e febril / o que não chora não mama / e o que não rouba é imbecil (...).

Ao som dos cambalachos, os pares acertam o passo.

Já vai sendo tempo de encerar o palco.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

domingo, 23 de maio de 2010

Conluio PS/PSD agrava a crise económica

Depois de caracterizar «as medidas de austeridade» impostas por Bruxelas ao governo PS de José Sócrates encontra três medidas essenciais, e conclui:

“E como tudo isto já não fosse suficiente, Sócrates e Passos Coelho decidiram reduzir ainda mais o investimento público (4ª medida), o que dificultará a criação de emprego, assim como a diminuição das indemnizações compensatórias às empresas públicas.

Isto poderá determinar aumentos maiores nos preços dos transportes colectivos e eliminar antecipadamente as medidas anti-crise sociais e de apoio às empresas (inclui a diminuição do prazo de garantia de 450 dias para 365 dias para se poder ter acesso ao subsidio de desemprego constantes do DL 324/2009, a condição de recursos, e as medidas constantes da Iniciativa de Emprego – Resolução do CM 5/2010).”

Mais um importante estudo de Eugénio Rosa que pode ver no odiário.info.

sábado, 22 de maio de 2010

Congresso da JCP ao vivo

sexta-feira, 21 de maio de 2010

9° Congresso da JCP - É JÁ AMANHÃ

O 9° Congresso da JCP está a horas de começar.

Dos Açores ao Algarve, todas as Organizações Regionais fazem as últimas confirmações e preparam-se para se porem a caminho.

Em Lisboa, dão-se os últimos toques na implantação do congresso.

Vamos ter um grande congresso, combativo e de luta, com muita cor e alegria!

Informações úteis:

Local: Pavilhão do Complexo Municipal Casal Vistoso – Rua João Silva, Areeiro, Lisboa

Como chegar:

Metro: Linha verde; estação Areeiro

Autocarros Carris números: 10, 17, 20, 22, 35, 40, 67, 103

Comboio: Estação Roma/Areeiro

Informação do sítio da JCP

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Taxas do Centro de Saúde: O PCP (como sempre) tinha razão - As provas.

Mão amiga, em conversa ocasional, fez o favor de me entregar cópia de dois recibos de pagamento de taxas moderadoras.

Lembro que publiquei aqui e aqui documentos do PCP sobre o assunto e que sou do tempo em que, constitucionalmente, o Serviço Nacional de Saúde era geral, universal e gratuito.

Já agora o gajo estava fulo.


A Crise do Sistema Capitalista: As previsões

«Ninguém previu a crise», proclamam aos 4 ventos políticos, economistas, comentadores, analistas, jornalistas e tuti quanti.

De facto a capacidade de «previsão» dos arautos do capital e dos seus instrumentos é, nalguns casos verdadeiramente fascinante.

Exemplo paradigmático é o caso das agências de notação, ditas de «rating» (sobre o assunto ler AQUI, AQUI e AQUI).



Vejamos:



Em 2001 a Enron estava cotada como AAA (menção que remete para baixo risco), 4 dias antes de falir da forma como sabemos ter falido;

Atribuíram uma classificação AAA a centenas de milhares de milhões de dólares de activos duvidosos que se viria a perceber mais tarde serem quase todos lixo tóxico.

Dos títulos hipotecários subprime classificados com AAA em 2006, 93% – 93 por cento! - foram agora considerados lixo;

Não previram as implicações da crise das subprimes;

Não previram o afundamento do Lehman Brothers e da AIG;

Não previram o afundamento dos fundos de Bernard Madoff;

Em 2008 classificaram a Islândia com a notação mais elevado: AAA+.

Dois dias depois o governo islandês anunciava ao mundo a sua falência;

Não previram as implicações da crise do Dubai;

Não previram as implicações da crise na Grécia;

A dívida nacional dos EUA é de aproximadamente 12 milhões de milhões (trillion) de dólares (embora cresça tão rapidamente que é difícil estabelecer um número exacto).

Se todo o dinheiro na posse de todos os bancos, negócios e indivíduos dos Estados Unidos fosse reunido hoje e entregue ao governo dos EUA, não seria suficiente para liquidar a dívida nacional deste país.

Notação atribuída? AAA+;

E o PCP?

Como se costuma dizer «O PCP previu e preveniu»…

Resolução Política do XV Congresso, em Dezembro de 1996:

«Pelo seu volume desmedido, pela tendência a empolar-se cada vez mais, pelo risco aleatório do seu movimento, esse capital fictício financeiro-especulativo faz pairar sobre a economia dos países e do mundo a instabilidade monetária e o perigo de colapsos bolsistas devastadores.»

E assistimos à crise «asiática» de 1997/98.



Dezembro de 2000, no XVI Congresso, o PCP afirmava:

«Os constantes fluxos de capital-dinheiro, especialmente de curto prazo e de alto risco, provocam uma acrescida instabilidade no funcionamento do sistema financeiro e monetário internacional (…).

Mercados bolsistas e imobiliários irracionalmente inflacionados são alimentados por uma insustentável expansão do crédito que potencia o perigo e a dimensão de desastres. (…)».

E veio a crise económica de 2001/03.

Resolução Política aprovada, em Novembro de 2004, no XVII Congresso do PCP:

«No mercado imobiliário, cujos preços têm vindo a subir a níveis demasiado elevados, subsistem riscos de um ajustamento abrupto com consequências de expressão mundial.».

E veio a actual crise iniciada em 2007.

Resolução Política do XVIII Congresso, em Dezembro de 2008:

«A resposta do capitalismo à crise em que se debate tende para expressões de força cada vez mais violentas.

O que não significa que, quando necessário, como na presente crise, o Estado capitalista não procure recorrer a medidas de tipo keynesiano, visando a salvaguarda dos interesses do grande capital, com os quais a social-democracia se encontra estruturalmente comprometida.

É uma perigosa ilusão pensar que, mantendo intocável o poder económico e político do grande capital e a hegemonia do capital financeiro, é possível dar resposta aos anseios dos trabalhadores e dos povos e preservar a Humanidade de terríveis convulsões e regressões de civilização.

Só profundas transformações de carácter antimonopolista e anticapitalista impostas e defendidas pelas massas o podem conseguir.»

Hoje há Avante!

DESTAQUES: 
«O futuro do País está a ser comprometido. A pretexto da crise e do défice das contas públicas, o grande capital procura liquidar direitos históricos que levaram anos a conquistar, ataca as condições de vida dos trabalhadores e do povo, empurra o País para o declínio, atinge os direitos democráticos e compromete a soberania nacional»: assim abre o Comunicado do Comité Central do PCP, aprovado na reunião realizada na passada segunda-feira.
Lucros nas empresas perdas nos salários
É justo lutar
Os trabalhadores da Portugal Telecom, da Imprensa Nacional Casa da Moeda, da ADP Fertilizantes e dos consulados e missões diplomáticas preparam respostas de luta mais expressivas. Estão em marcha greves na Valorsul, na Amarsul, na EPAL e na Simtejo, na BA Vidro, na ex-Tudor, na Rauschert e no sector de fabricação de material eléctrico.
8.º Congresso do MDM
Sonhar e viver melhor
O 8.º Congresso do Movimento Democrático de Mulheres realizou-se no passado fim-de-semana e elegeu novos órgãos de direcção, aprovando vários documentos.
PCP acusa Governo
«Medidas» repudiadas
O PCP repudia medidas do Governo. Acusa-o de querer impor ao País «um programa de capitulação que visa dar novos golpes nos direitos dos trabalhadores.
9.º Congresso da JCP
Organização revolucionária
Com a luta da juventude, construir o futuro!» é o lema do 9.º Congresso da Juventude Comunista Portuguesa marcado para o próximo fim-de-semana, em Lisboa.
Centros de Trabalho do Barreiro e da Arrentela
De portas abertas para a vida
Sonho tornado realidade com a Revolução de Abril, os Centros de Trabalho do Partido são elementos fundamentais para a actividade do Partido, pelas condições que garantem às organizações e pelo contacto que permitem com as massas. Os comunistas do Barreiro e da Arrentela, no concelho do Seixal, dedicam grande parte das suas energias na remodelação dos seus centros de trabalho, integrando este esforço no objectivo mais geral de reforço do Partido.
Atenas
Maré vermelha
Os comunistas gregos realizaram uma das maiores manifestações em Atenas. Mais de 100 mil pessoas exprimiram determinação em resistir à ofensiva do capital.
Afeganistão
Povo protesta
A população de Surkh Rod, protestou em massa contra a NATO e a ocupação do país, na sequência de mais um bombardeamento que matou 11 civis.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

MOÇÃO DE CENSURA Nº 1/XI-1ª - O FUTURO DO PAÍS COMPROMETIDO PELA POLÍTICA DE DIREITA

Ao fim de mais de 30 anos de política de direita e com a intensificação das suas orientações pelo Governo PS, Portugal é hoje um país com o futuro seriamente comprometido no que toca ao desenvolvimento económico, à justiça social e aos direitos dos trabalhadores e das populações.

A política seguida conduziu o país à estagnação, à continuada divergência com os restantes países da União Europeia. Foi e é uma política que esteve na origem da acentuada destruição do aparelho produtivo nacional e da respectiva produção, agravando sistematicamente a dependência externa da nossa economia e naturalmente a dívida ao exterior.

Foi e é uma política causadora de um aumento brutal do desemprego, da manutenção de baixos salários e do aumento da exploração dos trabalhadores, alterando sistematicamente para pior a legislação laboral e promovendo a precariedade.

Foi e é uma política de ataque aos direitos sociais, mantendo baixas reformas e condicionando o acesso a prestações essenciais, ao mesmo tempo que degradava os serviços públicos indispensáveis para garantir o acesso a bens como a educação ou a saúde.

Foi e é uma política de submissão do poder político ao poder económico e de submissão do interesse nacional e colectivo aos benefícios para os grandes grupos económicos e para um punhado de privilegiados, abrindo campo fértil para o compadrio e a corrupção.

Foi e é uma política de aceitação subserviente dos ditames da União Europeia e de sistemática alienação de soberania nacional.

A crise que se vive no nosso país, na Europa e no mundo – crise do sistema capitalista – é o resultado da crescente financeirização da economia, da protecção da especulação financeira que ataca as economias mais vulneráveis, procurando impor-lhes, como o apoio dos respectivos governos, inaceitáveis condições de regressão social, de declínio económico e de perda da soberania, visando garantir uma cada vez maior concentração da riqueza.

A especulação do capital financeiro, que a União Económica e Monetária não impediu - tal como o PCP sempre afirmou que aconteceria e os seus defensores sempre negaram - desencadeou a crise, beneficiou com ela através designadamente da injecção de vultuosos capitais públicos no sistema financeiro e continua a atacar países soberanos visando roubar-lhes milhões de euros.

Os critérios monetaristas do mercado único, do Euro, da UEM e do BCE, penalizadores das economias mais frágeis como a portuguesa, continuam a ser exigência central do directório das grandes potências da União Europeia, que falando em “ajudas” continua a impor uma política monetária ao serviço dos seus próprios interesses e que constitui um inaceitável garrote para o desenvolvimento do nosso e de outros países.

É neste quadro que o Governo PS e o PSD se entenderam para avançar com gravíssimas medidas para o nosso povo e para o nosso país. Medidas impostas a partir da União Europeia, que acrescem ainda ao Programa de Estabilidade e Crescimento por ambos aprovado.

São medidas que nada têm de distribuição equitativa; que penalizam os mesmos de sempre, aqueles que há décadas e em particular nos últimos anos vêem sistematicamente a sua vida piorar, os trabalhadores, os reformados e a generalidade da população. Medidas que mantendo a mesma política de desastre nacional conduzirão aos mesmos resultados, deixando o país em pior situação.

Com o imposto adicional que agora anunciam, trata-se de praticar um verdadeiro roubo aos salários dos trabalhadores e às reformas, agravado com o aumento do custo de vida que trará o aumento das taxas do IVA, sobretudo nos bens essenciais.

Com o ataque ao subsídio de desemprego desprotegem-se ainda mais os desempregados e pressiona-se a baixa geral dos salários. Com o ataque às prestações sociais, o Governo PS e o PSD, visam expulsar do apoio a que têm direito, impondo cláusulas restritivas, dezenas de milhares de famílias que delas precisam para sobreviver.

Com a diminuição das comparticipações dos medicamentos publicada na passada semana, vão aumentar os gastos dos utentes, especialmente dos reformados com baixas reformas.

Com o acordo entre o Governo PS e o PSD, num primeiro momento deliberadamente escondido, para flexibilizar os despedimentos, estes partidos pretendem dar um novo passo na exploração de quem trabalha, cumprindo assim os desígnios do grande patronato.

Com o corte no investimento público será penalizado o desenvolvimento nacional, agravando ainda mais o desemprego e a recessão económica.

Com garrote financeiro e humano à administração pública, incluindo às autarquias locais, continua a destruição dos serviços públicos e a penalização dos que deles necessitam.

Com o ataque ao consumo interno, o agravamento do IVA, a diminuição brutal do investimento e a manutenção de condições fiscais adversas, afundam-se ainda mais as micro, pequenas e médias empresas.

Com as privatizações alienam-se alavancas fundamentais da nossa economia, ao mesmo tempo que se perdem recursos financeiros essenciais para o país.

Entretanto mantém-se incólumes os que continuam a acumular lucros obscenos, como a banca e a especulação financeira, beneficiando de taxas efectivas de tributação que são uma ofensa aos pequenos e médios empresários, da ausência de tributação nas transacções bolsistas, da exclusão da tributação das mais-valias bolsistas das SGPS, da protecção absoluta aos benefícios instalados nos off-shores.

O Governo PS e o PSD estão juntos numa ofensiva brutal contra os portugueses e contra o interesse nacional.

Por tudo isto se tornou indispensável a apresentação desta Moção de Censura.
Uma Moção de Censura que dá resposta ao profundo e crescente descontentamento do povo português, e à exigência de outra política.
Uma Moção de Censura que exprime a mais elevada rejeição institucional desta política e que para além disso se assume pela sua dimensão política; que sendo uma censura ao Governo é igualmente dirigida em simultâneo ao PS e ao PSD e à política de direita que praticam.
Uma censura que encerra um juízo sobre o rumo de desastre nacional imposto ao país nos últimos anos pela política de direita, e aos seus principais promotores.
Uma inequívoca censura e condenação às medidas agora impostas e às acrescidas injustiças e desigualdades a que se prestam.
Uma censura que é expressão clara de rejeição de um caminho de estagnação económica, retrocesso social e de liquidação da soberania nacional.
Uma censura que é expressão da necessidade de ruptura e mudança, de exigência inadiável de uma política assente na produção nacional, na criação de emprego, no desenvolvimento, na justiça social, nos direitos e em melhores salários, na soberania nacional.
Uma censura que é a afirmação de exigência de um país mais desenvolvido e mais justo, de um Portugal com futuro.
Uma censura que afirma que a actual política não é inevitável e que há outro caminho e outro rumo para o país.
Uma censura que afirma não só é possível mas indispensável uma política patriótica e de esquerda para Portugal.

A Assembleia da República delibera, nos termos do artigo 194º da Constituição da República Portuguesa, censurar o XIII Governo Constitucional.
Assembleia da República, 18 de Maio de 2010.

Ler notícia completa aqui.

Nacionalizações e democracia económica

"As severas medidas de austeridade que acabam de ser anunciadas a pretexto da crise e do défice das contas públicas e no seguimento das que foram avançadas há dois meses pelo governo no Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC), não revelam apenas o carácter de classe de uma política anti-social e anti-popular e de abdicação nacional, são igualmente a expressão concreta da política de direita e de recuperação capitalista que tem conduzido e continua a conduzir o país para o desastre económico e social."


E não esquecer também esta iniciativa.

terça-feira, 18 de maio de 2010

29 de Maio. Agora é a nossa vez!







Mais informação aqui.

Em Estremoz haverá transportes no Rossio, às 10,30 h, junto às bombas de combustíveis!

Informa-te e inscreve-te!

Nesta hora difícil façamos ouvir a nossa voz!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

domingo, 16 de maio de 2010

Roubo nos salários: Caminho para o desastre

Em declaração à comunicação social a propósito do anúncio pelo Governo e PSD de novos cortes nos salários e o consequente agravamento das condições de vida dos trabalhadores, Jerónimo de Sousa considerou tais medidas inaceitáveis e deixam de fora o grande capital responsável pela crise económica e social do país e sublinhou que só a luta e o protesto generalizado travará este «caminho para o desastre».

sábado, 15 de maio de 2010

Bloco Central - Caminhar no sentido errado...

Aí as temos!

Pela calada, não da noite, mas do Benfica e do Papa, aí temos as medidas que Bruxelas, os especuladores financeiros e este seu governo de lacaios decidiram aplicar à economia portuguesa.

Não para aumentar a produção nacional num alfinete que seja, não para combater o desemprego e impulsionar o consumo interno, não para diminuir a nossa dependência alimentar, etc., etc., mas para equilibrar umas contas que foram propositadamente desequilibradas com o fito de satisfazer a gula da finança internacional.

Apesar do cínico e miseravelmente populista pedido de desculpas ao país por parte de Pedro Passos Coelho, por se ter visto “obrigado” a apoiar o Governo de Sócrates, aí temos as medidas de estrangulamento dos mesmos de sempre, pelos mesmos de sempre, impostas pelo Bloco Central de Interesses.

Os especuladores internacionais escolhem um alvo (Islândia, Grécia, Portugal, Espanha...), Bruxelas dá as suas ordens e os “governos nacionais” apresentam a factura aos trabalhadores, indo de seguida «encher as tulhas, beber vinho novo, dançar a ronda no pinhal do rei. Eles comem tudo!»

Não vá dar-se o caso de algum país da UE ter a veleidade de eleger um governo de esquerda, que queira realmente mudar de políticas, Bruxelas já se propõe o direito de aprovar os orçamentos dos estados membros, antes mesmo de estes serem vistos, discutidos e aprovados pelos Parlamentos nacionais.

Não sei se será isto o que Boaventura Sousa Santos chama "o fascismo financeiro"; mas lá que estamos a caminhar para algo muito estranho e contrário à democracia, isso estamos!

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Coreógrafos profissionais

Parece que é hoje, em encontro entre José Sócrates e Pedro Passos Coelho, que sairá fumo branco (fórmula muito apropriada pelas razões que se sabe) sobre o acordo entre o Governo e o PSD que, pelo meio de alguns disfarces e retoques acessórios, vai garantir a subida dos principais impostos e dar gás a uma série de medidas de agressão social.

Trata- se uma coreografia minuciosamente estudada e planeada para fazer crer que é o sentido de responsabilidade e de interesse nacional que leva a este acordo e é quase certo que lá teremos as fotos e imagens televisivas dos dois parceiros então com um ar mais sério, grave e compenetrado do que na imagem acima.

Depois do acordo e das palavras mais ou menos medidas e de circunstância de hoje, a coreografia prosseguirá com outras variantes e, folgadas as costas, não será de admirar que o PSD até suba os seus decibéis «oposicionistas».

E, porque é um filme com não sei quantos remakes em Portugal, podemos estar certos que PS e PSD, com eleições à vista, voltarão a encenar sangrentos conflitos políticos e profundas divergências, como se cada um fosse o céu e o outro o inferno em vez de serem, como no essencial têm sido, a grande escolha entre a peste e o veneno. Quanto à coreografia de hoje, mas só quanto a ela, talvez tenhamos de aceitar que somos espectadores. Mas isso é uma coisa, e outra, muito diferente, é tomarem-nos por parvos.
P.S.: Já outros o disseram mas quero acompanhá-los: o anúncio de um «corte» de 5% nos salários de políticos e gestores públicos é uma das mais indignas e cínicas operações de cosmética política de toda a democracia portuguesa.

Porque vem de partidos como o PSD e o PS que sempre que, no passado. alguém falava desse assunto, logo eles bramavam exaltados contra o «populismo», logo sentenciavam que era um afloramento de um suposto sentimento de inveja que os portugueses facilmente assimilavam e logo chegavam mesmo a proclamar que os políticos nacionais estavam era bastante mal pagos.

Assim sendo, como realmente foi, está na cara que este agora anunciado «corte» só tem em vista criar a cortina de fumo e erguer a falácia de que os sacrificios seriam igualmente repartidos.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Hoje há Avante!

DESTAQUES: 
CGTP-IN prepara grande manifestação
Com propostas alternativas que evitariam ser sempre os mesmos a pagar por crises que não provocaram, a CGTP-IN apela à participação de todos os trabalhadores e da população na grande manifestação nacional, dia 29, em Lisboa, para travar o actual ataque, sem precedentes, aos seus direitos.
Comemorar a vitória
As comemorações do aniversário do fim da Segunda Grande Guerra Mundial têm sido o pretexto para a grande burguesia, através dos seus agentes de desinformação de massas, lançar vigorosas investidas ideológicas visando promover o capitalismo e denegrir o socialismo e o comunismo como o futuro da humanidade.
Pequena biografia
As Edições Avante! promovem hoje, quinta-feira, dia 13 de Maio, às 18 horas, no Centro de Trabalho Vitória, em Lisboa, a apresentação a cargo José Casanova, do livro V.I.Lénine Pequena Biografia.
Atentado ao interesse nacional
O PCP classifica de «crime de lesa pátria» o programa de privatizações anunciado pelo Governo, advertindo que esta opção agravará todas as nossas debilidades e dependências.
Campanha está a crescer
Dezenas de organizações já aderiram à Campanha «Paz Sim! NATO Não!», sinal de que um cada vez maior número de pessoas se mobiliza na defesa da paz e contra o bloco político-militar imperialista.
Ao ritmo da resistência e da luta
Realizada no sábado, em Barcelos, a 8.ª Assembleia da OR de Braga do PCP, aprovou por unanimidade a Resolução Política e um documento dedicado ao reforço do Partido.
A fuga em frente
O capitalismo está mergulhado numa das mais profundas crises da sua história e arrasta os povos para o desemprego e a miséria.
Russos lembram Exército Vermelho
Cerca de 100 mil militantes e simpatizantes do PC da Federação Russa celebraram no domingo os 65 anos da vitória.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

A IDEIA

Bruxelas impõe «reforço da austeridade» - e fica à espera.

«Os Mercados aprovam» - e ficam à espera.

O Governo declara que vai já tratar do assunto.

Os analistas aplaudem a imposição de Bruxelas, a aprovação dos Mercados e a declaração do Governo - e dão sugestões.

«O Governo estuda o aumento do IVA e cortes no 13º mês»- e há que reconhecer o pragmatismo das medidas em estudo:

é preciso dinheiro, muito e com muita urgência?

Vai-se buscar onde o há.

E onde é que o há?.

Naturalmente, nas contas bancárias dos que trabalham e vivem do seu trabalho...

A ideia é brilhante!

Os analistas não se cansam de aplaudir a ideia e de a apontar como «a forma mais fácil e rápida de garantir as receitas necessárias»...

De facto, feitas as contas, dá isto: se o Governo roubar aos trabalhadores o total do 13º mês, o saque andará pelos «2 300 a 2 400 milhões de euros».

Fácil e rápido, como se vê.

É claro que a ideia não é nova: quem, pela primeira vez, a teve e aplicou foi... digam lá, digam lá... exactamente, ele mesmo, esse, o mais, o maior: o «pai da democracia!».

Nessa altura, Bruxelas chamava-se FMI - mas a família é a mesma...

E também por cá, a família é a mesma: quem há aí que seja capaz de descobrir diferenças entre o Governo Sócrates/PS/em contacto permanente com Passos Coelho/PSD e o Governo Soares/PS /Mota Pinto/PSD?...

Mas uma coisa sabemos nós - e sabem eles: é que a ideia deles só irá por diante se nós deixarmos.

A propósito: dia 29, a luta é em Lisboa.

terça-feira, 11 de maio de 2010

As Honduras são para esquecer?


A não perder aqui, na revista norte-americana In These Times, o artigo sobre a situação nas Honduras de Jeremy Kryt intitulado « O regresso dos esquadrões da morte» com o pós-titulo «Honduran oligarchs target members of the National Front of Popular Resistance».

domingo, 9 de maio de 2010

«INEVITABILIDADES»

«Inevitabilidade» é uma das palavras mais utilizadas pelos propagandistas de serviço à política de direita.

«Inevitabilidades» são, por exemplo, o desemprego, a precariedade, os salários baixos, os salários em atraso, as reformas e pensões de miséria, os cortes no subsídio de desemprego, os agora muito falados cortes dos subsídios de férias e de Natal...

«Inevitabilidades» são, também, todas as medidas do Governo no cumprimento da sua tarefa de pau-mandado do grande capital.

«Inevitabilidades» são, enfim, todas as decisões que permitam ao grande capital aumentar os seus lucros - e que, portanto, flagelam impiedosamente os interesses dos trabalhadores, do povo e do País.

José António Lima (JAL), que, enquanto manda-chuva do Sol, é um desses propagandistas de serviço, veio dizer, hoje, que a privatização da RTP é uma «inevitabilidade».

Porquê? - perguntar-se-á.

E JAL adianta, para já, três razões:

1 - porque Passos Coelho o disse;
2 - porque Manuel Pinho também o disse; e
3 - porque o ministro Teixeira de Sousa o admite.

São três poderosas razões, como se vê - tão poderosas que o diligente JAL não hesita em concluir que a privatização da RTP, mais do que «inevitável», «é irreversível»...

A propósito: este JAL... quem o viu e quem o vê: começou de punho no ar a gritar que «o imperialismo é um tigre de papel» e foi andando, andando, andando, até se tornar um fiel servidor do tigre - que certamente lhe paga (bem) em papel...

É contra tudo isto e para acabar com tudo isto (incluindo as «inevitabilidades»), que eu vou participar na Manifestação da CGTP-IN, no dia 29.

 
RESISTIR POR UM MUNDO MELHOR