quinta-feira, 11 de junho de 2009

A propósito do 10 de Junho


O homem lá comemorou o seu “dia da raça”.

Com as contradições que, inevitavelmente, não consegue disfarçar.

Seja por estratégia seja por qualquer outra razão.

Pois quem consegue condecorar esbirros da pide e homenagear o Capitão Salgueiro Maia depois de ter feito o que fez, exibe uma contradição pouco comum num regime democrático que se preze.

Está bem que o homem nunca viu com muitos bons olhos o 25 de Abril.

Vai daí nunca perde a oportunidade de lhe dar umas ferroadas.

Se fez um sacrifício medonho ao homenagear o Capitão, não deixou contudo de tirar a desforra.

Condecorou também uma organização auto-intitulada de central sindical, numa atitude que conspurca quer o espírito de Abril, quer os trabalhadores portugueses.

Não que a central sindical portuguesa, que até tem uma história de resistência antes de 1974, e que o homem não perdoa, ou os trabalhadores portugueses precisem ou queiram receber alguma condecoração por parte do homem.

Mas, bolas, a indecência deveria ter limites.

Seremos mesmo um povo de brandos costumes?

É que o homem, este de quem temos vindo a falar, foi dez anos primeiro-ministro e é o actual presidente da República.

E, pasme-se, não sabe uma coisa elementar que qualquer criança da escola sabe: que o lucro é a diferença entre as receitas e as despesas.

Ao vetar a Lei de Financiamento dos Partidos com o argumento de que o lucro é as receitas o homem exibe má fé e tem um alvo muito nítido.

Ou terá aprendido a teoria do lucro com os seus muito recomendáveis amigos do BPN?

Que povo somos que elegemos dirigentes desta estirpe?

# Alex Campos no Cheira-me a Revolução!
 
RESISTIR POR UM MUNDO MELHOR