Quem tem um Magalhães tem tudo, quem não tem Magalhães não tem nada.
Melhor dizendo, não é nada.
É assim uma espécie de parasita, de marginal, de zombi que só por acidente será capaz de alinhavar duas frases seguidas, juntar um par de números ou olhar para o mundo com compreensão distinta da de boi para palácio, como soe dizer-se.
Essa é pelo menos a conclusão que se pode tirar da entusiástica intervenção do expert em tecnologias da informação, autor e homem de negócios canadiano Don Tapscott, que a semana passada esteve em Portugal a participar no Fórum Mundial das Telecomunicações.
Tapscott ficou maravilhado por verificar que as escolas portuguesas – ou pelo menos as salas de aula que teve oportunidade de visitar, o que não é exactamente a mesma coisa – estão em sintonia com as suas teses, pelo que não hesita em dizer que Portugal está bem lançado no caminho do futuro.
Lançado devia estar Tapscott, e não seria pouco, quando no supra citado Fórum, segundo reza o JN de segunda-feira, 27, afirmou que o «programa Magalhães é a mais sofisticada e avançada implementação das tecnologias de informação em educação no Mundo» e que «não há nada mais importante para um país, neste momento da História, do que dar às suas crianças o seu direito de nascença que é ter acesso a um novo meio de comunicação que melhora a sua aprendizagem e experiência humana (sublinhados nossos)».
Esqueçam as botinhas de lã, os casaquinhos, as fraldas, o leite, as papas, a sopa, a casa confortável, as vacinas, o pediatra, os brinquedos, o pai e a mãe, o avô e a avó; tudo isso não passa de lixo arqueológico a cair da tripeça.
O que as crianças precisam de ter garantido à nascença é um Magalhães (a JP Sá Couto agradece...) para garantir o futuro.
E já agora, se tiverem o azar de fazer parte dos mais de dois milhões de portugueses que vivem abaixo do limiar da pobreza, não desesperem.
Com um pouco mais de fome e até o Magalhães parece um menu light da McDonald's.
Para que conste, não tenho nada contra as tecnologias da informação e acho que a existência de computadores na escola é evidentemente uma mais-valia.
Mas se é para tamanha demagogia, mais valia meterem o Magalhães no saco.
Melhor dizendo, não é nada.
É assim uma espécie de parasita, de marginal, de zombi que só por acidente será capaz de alinhavar duas frases seguidas, juntar um par de números ou olhar para o mundo com compreensão distinta da de boi para palácio, como soe dizer-se.
Essa é pelo menos a conclusão que se pode tirar da entusiástica intervenção do expert em tecnologias da informação, autor e homem de negócios canadiano Don Tapscott, que a semana passada esteve em Portugal a participar no Fórum Mundial das Telecomunicações.
Tapscott ficou maravilhado por verificar que as escolas portuguesas – ou pelo menos as salas de aula que teve oportunidade de visitar, o que não é exactamente a mesma coisa – estão em sintonia com as suas teses, pelo que não hesita em dizer que Portugal está bem lançado no caminho do futuro.
Lançado devia estar Tapscott, e não seria pouco, quando no supra citado Fórum, segundo reza o JN de segunda-feira, 27, afirmou que o «programa Magalhães é a mais sofisticada e avançada implementação das tecnologias de informação em educação no Mundo» e que «não há nada mais importante para um país, neste momento da História, do que dar às suas crianças o seu direito de nascença que é ter acesso a um novo meio de comunicação que melhora a sua aprendizagem e experiência humana (sublinhados nossos)».
Esqueçam as botinhas de lã, os casaquinhos, as fraldas, o leite, as papas, a sopa, a casa confortável, as vacinas, o pediatra, os brinquedos, o pai e a mãe, o avô e a avó; tudo isso não passa de lixo arqueológico a cair da tripeça.
O que as crianças precisam de ter garantido à nascença é um Magalhães (a JP Sá Couto agradece...) para garantir o futuro.
E já agora, se tiverem o azar de fazer parte dos mais de dois milhões de portugueses que vivem abaixo do limiar da pobreza, não desesperem.
Com um pouco mais de fome e até o Magalhães parece um menu light da McDonald's.
Para que conste, não tenho nada contra as tecnologias da informação e acho que a existência de computadores na escola é evidentemente uma mais-valia.
Mas se é para tamanha demagogia, mais valia meterem o Magalhães no saco.
Anabela Fino no Avante!