sexta-feira, 29 de maio de 2009

Sondagens e conversa da treta para enganar o pagode

Porque um destes dias me contaram uma treta acerca de uma pretensa sondagem que a força política a que pertenço, teria, dando a vitória a um candidato que agora é nosso adversário, e que é, obviamente mais uma mentira, do rol das que, nos últimos tempos, têm sido postas a circular por elementos ao serviço da dita candidatura.

Aliás, só por certas "brilhantes" cabeças passaria a ideia que uma força política que faça uma sondagem a divulgue se não lhe for favorável. Poderá ainda manipular os dados para fazer parecer o que não é, mas isso é outra questão.

Para se tentar perceber melhor esta tramóia das sondagens, convido-os, com a devida vénia, a ler esta opinião que transcrevo do Portugal Profundo.

Não me revejo totalmente nela mas quase.

Pelo que quase assino por baixo.

Eis o texto. Cada qual que faça o seu juízo.

"As sondagens astronómicas e o bandwagon effect

No que respeita à adesão a uma determinada ideia, nalguma aula do velho ISCSP - Introdução às Ciências Sociais? Sociologia da Informação? - ficou-me impresso na memória auditiva (e visual - o estudo...) o band-wagon effect.

É mais importante, em termos de votação, do que o efeito de reforço que significa a adesão dos eleitores ao político que afirma algo que o próprio eleitor sinta e pense: «vou votar neste homem porque ele diz exactamente o que eu penso».

O bandwagon effect é o efeito de contágio que se procura nas campanhas eleitorais: os eleitores a juntarem-se ao carro da música daquele que existe a impressão de ganhar, num comportamento de rebanho.

Mas não só, essa impressão de vitória, e o chamamento do eleitor para o carro do vencedor provável, tenta também ser conseguido através da divulgação de sondagens.

Isto é, as sondagens deixam de ser um estudo do mercado eleitoral, ou político, para se tornarem instrumentos de propaganda destinados a contagiar os eleitores.

Contava a minha bisavó Maria de Jesus Alexandre que, lá no mítico Carvalhal de Turquel onde vivia, no início da I República questionavam, um vizinho, que possuía alguns bens mas era pouco instruído, para o ouvirem numa resposta concludente:

«- Para onde votas, Bernardino?- Voto para a força!»

Os Bernardinos deste mundo não procuram sequer saber a força onde votam.

Votam por ela e querem encontrar-se do lado dos vencedores, sentindo-se parte do rebanho.

Mas a ideia de que todo o povo é um conjunto de Bernardinos, sem opinião, que oscilam como as carradas de lenha dos carros de bois desconjutados, em terreno íngreme e batidos por ventania lateral das circunstâncias, é também uma ilusão elitista.

A maioria do povo sabe o que quer.

Porém, é este «voto para a força» que a divulgação das sondagens, mais ou menos astronómicas (aqui, ali e acolá), face aos próximos resultados eleitorais, de preferência no Partido Socialista das conhecidas Aximage de Jorge de Sá, Eurosondagem de Rui Oliveira e Costa e do CESOP da Universidade Católica de Pedro Magalhães, se inscreve.

Porém , eu creio, que embora o efeito de contágio das sondagens astronómicas não seja dispiciendo, ele não tem a mesma expressão que os políticos e opinadores dos media lhe atribuem.

É que existe um contraste manifesto com aquilo que ontem uma amiga me dizia ser "a sondagem das ruas".
 
RESISTIR POR UM MUNDO MELHOR