O governo fascista das Honduras - com o apoio total e assumido do governo dos EUA - está a levar por diante um conjunto de medidas bem evidenciadoras do conteúdo de classe que preside à sua governação: privatizações, ataques a direitos dos trabalhadores, incluindo os salários, e várias outras medidas todas elas muito semelhantes às contidas no «nosso» PEC...
Paralelamente, a repressão aumenta em todo o país, de forma ostensiva ou camuflada:
Sucedem-se as prisões e os assassinatos - 15 dirigentes sindicais estudantis foram presos e, no passado dia 23, José Manuel Flores, professor, foi assassinado a tiro, por desconhecidos, em Tegucigalpa;
A brutal ofensiva contra os camponeses, intensifica-se: na região de Valle de Aguia, no Norte do país, jagunços contratados pelos latifundiários reprimem brutalmente os camponeses que lutam pela terra.
Entretanto - e esse é o dado fundamental - o povo resiste.
No dia 25, respondendo ao apelo da Frente Nacional de Resistência Popular, muitos milhares de pessoas manifestaram-se em Tegucigalpa - contra as privatizações e exigindo o fim da repressão.
Partindo da Universidade Pedagógica Nacional, a multidão percorreu várias avenidas da capital num desfile que terminou com um gigantesco comício junto à Universidade Nacional Autónoma - registe-se que esta Universidade faz parte do plano de privatizações do governo fascista...
Quer isto dizer que, nas Honduras, resistir é a palavra de ordem.
Saibamos nós ser solidários com essa resistência, contribuindo com essa solidariedade para a vitória dessa resistência.
Vitória que há-de chegar - mais tarde ou mais cedo.
Publicado no Cravo de Abril.