quinta-feira, 25 de novembro de 2010

25 de Novembro – Uma “comemoração” diferente...

(Brincadeira minha com o Photoshop, sobre uma fotografia de um painel do Pav. Central da Festa do Avante! 2007, tirada por Ana Pessega... e que encontrei na Net)

Aqueles que em 25 de Novembro de 75, há 35 anos, traíram a Revolução de Abril com promessas de uma democracia burguesa “à europeia” e um capitalismo próspero para todos, falharam vergonhosamente os seus propósitos.

Temos uma democracia, sim, mas coxa, a trouxe-mouxe, alimentada por um capitalismo, sim, mas com prosperidade para meia dúzia e desprezo por todo um povo.

A cada passo que os grandes grupos económicos foram dando para retomar o controlo do país, depois de rasparem mal e porcamente o fascismo das suas fachadas, foram colocando nos sucessivos governos “funcionários” a seu mando, cada vez mais pobres culturalmente, mais indigentes humanamente, mais irrelevantes politicamente.

Sócrates é o exemplo acabado dessa “inexistência” cultural, humana e política... só ultrapassado pelo ridículo do verdadeiro “office boy às ordens” que os donos do PSD têm para pôr no seu lugar, caso ganhem as eleições.

Em 2010 entregam às gerações futuras um país deprimido em que se morre mais e em que se nasce menos; um país em que, seguramente para grande desespero de fascistas e “nacionalistas” bafientos, só o saldo positivo do fluxo de imigrantes conseguiu fazer aumentar a população, mesmo que em apenas escassos milhares, entre 2008 e 2009. Um país vendido ao capital sem pátria.

Um país quase tão vendido como vendidos são os empresários, especuladores e “governantes” que o deixaram neste estado.

Hoje, 25 de Novembro, toda essa corja tem menos motivos para festejar.

Ontem, num memorável dia 24 de Novembro de 2010, viram sem margem para dúvidas, que milhões dos trabalhadores que pretendiam assustados e conformados, não o estão!

Que os sindicatos, que pretendiam despovoados, fracos e esvaziados de sentido, não o estão!

Que o partido que há mais tempo e de forma mais consequente tem estado com esses trabalhadores, partido que pretendiam - e tantas vezes “decretaram” - morto e enterrado, não o está!

Pouco importa a procissão de desavergonhados, sejam eles ministros, secretários, analistas, comentadores, politólogos ou os canalhas de serviço, como este, que sejam destacados para nas próximas horas e dias vomitarem baboseiras nos jornais e televisões, falando em “adesões fracas”, em “números pouco significativos”, ou tentando lançar lama sobre os trabalhadores e as suas organizações.

Desta vez não há contagens “profissionais” de multidões que os "salvem".

Os três milhões de trabalhadores que estiveram em greve ao longo do dia, não se deixarão enganar.

Toda a gente viu.

Foi uma extraordinária e verdadeiramente histórica Greve Geral!

Outros caminhos são possíveis! Outro mundo é possível!
 
RESISTIR POR UM MUNDO MELHOR