Cada vez percebo menos disto.
Lá, um país governado por "ditadores", referenda questões fundamentais como a alteração de cinco artigos da Constituição "com o simples objectivo de permitir que os candidatos aos cargos de eleição popular (deputados, presidentes de Câmara, governadores e presidente da República) possam candidatar-se sem qualquer outra restrição para o exercício dos cargos que a vontade popular expressa em eleições periódicas" onde votam 69,92% dos eleitores e abstêm-se 30,08%.
Cá, um país governado por "democratas", referenda questões que poderiam legitimamente ser tratadas na Assembleia da República (regionalização e interrupção voluntária da gravidez), onde apenas votam 43,57% dos eleitores e abstêm-se 56,43%.
Sim porque nas questões constitucionais não temos direito a referendo.
Como é o caso do Tratado Reformador que "substituiu" a "Constituição Europeia".
Isso aí é para ser tratado nas costas dos povos porque interesses mais altos se levantam.
É por essas e por outras que cada vez mais penso que nos querem impingir "papéis" que estão invertidos.
E que (quase) sempre que nos falam de "ditadores" (que são sempre os outros) querem ocultar a sua apetência e mesmo a sua prática (que, cada vez mais, nada tem de democratas).