quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O SILÊNCIO É DE OURO

Ainda em relação ao «caso Freeport» - que, como sabemos, está praticamente arrumado... - surgiram agora (Correio da Manhã de hoje) alguns dados curiosos ligados às contas bancárias de alguns dos «intervenientes no processo».

Trata-se de coisa insignificante (que certamente será bem resolvida um dia destes) e que se resume a uma diferençazinha detectada entre os rendimentos declarados desses «intervenientes» e os depósitos que os mesmos «intervenientes» fizeram nas suas contas bancárias.

Temos assim que, por exemplo:

Charles Smith (dono da Smith & Pedro)
Declarou de rendimentos 179 980 euros - depositou no banco 1 837 097 euros.

Manuel Pedro (dono da Smith & Pedro)
Declarou 307 246 euros - depositou 1 600 086 euros.

Júlio Monteiro (tio de José Sócrates)
Declarou 62 162 euros - depositou 1 339 190 euros.

José Manuel Marques (ex-responsável do Instituto de Conservação da Natureza)
Declarou 240 885 euros - depositou 635 710 euros.

Carlos Guerra (ex-responsável do Instituto de Conservação da Natureza)
Declarou 298 212 euros - depositou 726 145 euros.

José Dias Inocêncio (ex-assessor da Câmara Municipal de Alcochete)
Declarou 236 786 euros - depositou 595 372 euros.


Como se vê, as diferenças entre o declarado e o depositado são consideráveis - e susceptíveis de suscitar múltiplas conjecturas.

Mas atenção: nada de conclusões precipitadas: também nesta matéria não vai haver problema. Isto porque, ao que parece, todos os «intervenientes no processo» se recusam a esclarecer a proveniência dessas diferenças.

E, a acreditar na notícia (e eu acredito), fazem-no legalmente (digamos assim).

Como? 

É simples: invocando uma coisa chamada «direito ao silêncio» - coisa essa que, como se está mesmo a ver, permite aos «intervenientes» nada dizer sobre o assunto.

Assim se prova que o silêncio é de ouro...

 
RESISTIR POR UM MUNDO MELHOR