Das vidas dos jogadores de futebol muito nos é dito, sendo certo que Ronaldo - com os seus ganhos, os seus gastos, os seus automóveis, os seus relógios, as suas casas, as suas namoradas, a sua mãe, a sua irmã, o seu filho, os seus amuos... - é, de todos, o mais falado.
Acontece que, de vez em quando - muito de vez em quando - surge uma notícia diferente, em que a tradicional coscuvilhice é substituída por algo que vale a pena saber.
É o caso da notícia divulgada pelo Público (a pretexto do recente jogo entre o Sevilha e o Braga) sobre Frédéric Oumar Kanouté, o franco-malinês jogador do Sevilha.
Ali ficamos a saber que Kanouté é um homem que pensa e que, agindo de acordo com a sua consciência, diz o que pensa.
Para ele, «não ser indiferente ao que se passa no mundo é uma obrigação moral».
Assim, o jornal recorda que, há uns tempos atrás, Kanouté festejou a marcação de um golo mostrando uma t-shirt com a palavra «Palestina» - em solidariedade com o povo palestino e denunciando os crimes cometidos pelo governo israelita.
Pelo seu acto solidário, o jogador foi castigado com o imediato cartão amarelo acrescido de uma multa - «por ter veículado uma mensagem política durante um jogo de futebol» - dizia a acusação...
Pois...
Pronunciando-se sobre o que fez e sobre os castigos de que foi alvo, Kanouté afirmou:
«Se recuasse no tempo faria tudo igual. Continuarei a apontar o dedo a todos aqueles que continuam a matar na Palestina. Não posso pactuar com uma injustiça tão grande».
Que marque muitos golos é o que lhe desejo.
E que não desista de «apontar o dedo» - ou a t-shirt ... - a todos os criminosos.