sábado, 2 de outubro de 2010

Honduras: a resistência continua

Há quinze meses, em 28/6/2009, um golpe militar destituiu o presidente legítimo das Honduras, Manuel Zelaya, e instalou no poder o chefe local dos golpistas, o fascista Micheletti.

O golpe – tendo como objectivo liquidar o processo democrático e progressista em curso e restabelecer o domínio do imperialismo norte-americano - foi preparado a partir da base de Palmerola, com a colaboração decisiva dos habituais «conselheiros» dos EUA.

Cinco meses depois, após sucessivas manobras dilatórias, sempre comandadas pelo governo de Obama, os golpistas cozinharam umas «eleições» e «elegeram» um «presidente» - «eleições» que Obama logo reconheceu como «democráticas», no que foi obedientemente seguido pelos seus lacaios na região.

Nestes quinze meses, o povo hondurenho tem dado provas de notável capacidade de resistência.

Sob a direcção da Frente Nacional de Resistência Popular foi por diante um vastíssimo conjunto de iniciativas em todo o país: manifestações, greves, concentrações, marchas, envolvendo centenas de milhares de pessoas.

Como o Avante! informou, um texto exigindo a convocação de uma nova Assembleia Constituinte e defendendo o regresso do Presidente legítimo – e que será entregue na ONU e na OEA, dado que os subscritores não reconhecem os golpistas - recolheu mais de 1 300 000 assinaturas.

A tudo isto, o governo golpista tem respondido com brutal repressão: milhares e milhares de pessoas têm sido perseguidas, presas, torturadas; o número de «desaparecidos» é elevado; mais de 160 pessoas foram assassinadas.

Sem surpresa, tudo isto acontece no meio do mais profundo silêncio por parte dos média dominantes, que assim confirmam o papel que desempenham e os interesses que servem.

Registe-se que nem o facto de, entre os alvos da repressão fascista, estarem órgãos de comunicação social, e de 10 das 160 pessoas assassinadas serem jornalistas, foi suficiente para romper os «critérios informativos» estabelecidos.

Entretanto, a resistência do povo hondurenho continua, bem como a solidariedade de milhões de cidadãos de todo o mundo – e contra isso o poder fascista hondurenho e os média dominantes são absolutamente impotentes.

 
RESISTIR POR UM MUNDO MELHOR