domingo, 24 de outubro de 2010

No beco da má fama?!

Isto é um autêntico massacre. 
 
É verdadeiramente avassaladora a pressão informativa para que o tele-ouvinte entre no beco, e se convença que o beco é o mundo.

Não podemos ter qualquer dúvida que vivemos em capitalismo. 
 
Em capitalismo na sua fase imperialista, com o seu funcionamento orientado para a acumulação do capital na forma de dinheiro.

Não será esta a terminologia, claro, mas ninguém pode negar que a economia é dominada pelos grupos financeiros que têm uma cupidez cega, que os “off-shore” existem, que há “banditismo bancário” (expressão de J. Ziegler), que há uma rede de solidariedade/sabotagem prestamista (o BCE a emprestar aos bancos privados a 1% e a não emprestar aos Governos) que os juros que são cobrados aos Estados são determinados por umas entidades fantasmagóricos que elaboram pareceres que lhes são pagos por quem lhos encomenda para que sejam assim, que se privatiza tudo quanto é público e possa dar lucro e que se pretende acabar com tudo o que é público e não dê lucro privatizável, que "o público" apenas serviria para parcerias público-privadas para distribuir pelo público (por todos) os custos e para privatizar (por uns poucos) as receitas. 
 
Tudo isto (e muito mais) se sabe.
 
Porque não há maneira de o esconder!

Mas… não haveria mais mundo para além deste beco! 
 
Quer no tempo, quer no espaço. 
 
Viveríamos neste mundo de fatalidade. 
 
Único, e estação final da humanidade, apenas com uns recantos onde não será assim, mas de que se faz o retrato muito pior que o do beco, de total falência, de miséria, de impossível sobrevivência, em violento estertor esmagando as liberdades individualíssimas e a paz.

As 24 horas da informação nossa de cada dia, os sessenta minutos televisivos de cada hora têm uma finalidade: convencerem-nos de isto!, que é assim e que é tudo.
Neste palco rectangular à beira do Atlântico com esquina para o Mediterrâneo, há uma encenação monumental. 
 
Um grupo de banqueiros (e parceiros) que excursiona a dizer, pela calada ou em medida sonoridade, como-deve-ser-feito, uma equipa de conceituados técnicos seleccionados a fazer coro em naipes o mais díspares possível cantando "não há senão o beco", dois protagonistas à boca de cena (em trabalho precário, claro…), por vezes em funambulismo de grande e dramatizado risco, com umas segundas figuras e uns figurões de primeira a contracenarem (ah!... e um actor com linguajar ilhéu, entre faz-tudo e bobo da corte, a dizer como se estivesse sóbrio umas coisas que ninguém se atreveria a dizer mesmo que estivesse bêbado).

Sempre – todos! - com o grande cuidado de controlar a informação para se dar da realidade o que se quer que seja a imagem da realidade, e para evitar que tenha som, eco, credibilidade, o que possa sequer fazer vislumbrar que há mundo e vida e futuro para lá do beco. 
 
Que há alternativa! O Socialismo. O que merece o nome e não este de pacotilha.
Isto, evidentemente, no meio do maior respeito pelas liberdades individuais… mas, se for preciso, também isso se revê como alguns sinais nos avisam e a história passada (que nunca se repete mas se helicoideia) nos ensina. 
 
 
RESISTIR POR UM MUNDO MELHOR