terça-feira, 14 de dezembro de 2010

A DESINFORMAÇÃO ORGANIZADA

Os média dominantes, mercê de longa prática e experiência, são mestres em desinformação organizada.

Divulgam uma mentira tantas vezes quantas as necessárias para que ela passe a integrar o conhecimento e a linguagem da generalidade das pessoas, e pronto... está a feita a «verdade»-

Ontem realizaram-se eleições no Kosovo.

Sobre o assunto, o Público começa por nos informar que o Kosovo é independente desde 2008 - e quantos, entre os leitores do órgão da Sonae, estão em condições de duvidar dessa «independência»?...

Segundo o Público, o previsível vencedor das eleições é «o partido do actual primeiro-ministro kosovar, Hashim Thaçim. o qual, sempre segundo o Público, «é um dos principais artesãos da independência do Kosovo e principal figura do país».

Temos então que, a crer no Público (e quem há aí que ouse não crer?...), o Kosovo independente é governado por um herói da independência e da democracia.

Ora a verdade é que, quem procurar fontes de informação que não as do Público e dos seus congéneres, sabe que, em matéria de independência, o Kosovo é um protectorado da ONU, isto é: dos EUA;

sabe que Thaçim proclamou unilateralmente a independência, num golpe preparado com o governo dos EUA e que essa proclamação foi o culminar da criminosa operação de desmantelamento da Jugoslávia;

sabe que os EUA reconheceram a «independência» logo no dia seguinte e foram imitados poucos dias depois pela carneirada habitual: os governos da França, da Grã-Bretanha, da Alemanha... de Portugal, obviamente;

sabe que Thaçim é um narcotraficante e terrorista, responsável pela morte de milhares de kosovares, sempre apoiado pelos EUA - Bush-filho recebia-o em audiência privada na Casa Branca - e pelas democracias burguesas da Europa;

sabe, enfim, que a notícia do Público é falsa, é manipuladora, apresenta como verdades incontestáveis as mais despudoradas mentiras, desinforma, mistifica.

E está profundamente iludido quem pensar que se trata de uma falha, de um erro, de coisa que escapou, que não é intencional: casos destes passam-se todos os dias em todos os órgãos da comunicação social dominante.

Pensados, reflectidos, organizados.

Cuidadosamente executados.

E com consequências terríveis para milhões de pessoas.


 
RESISTIR POR UM MUNDO MELHOR