Querendo dizer as palavras definitivas, diz-se que Portugal faliu, ou que está em falência.
O uso desta linguagem não é inocente.
Tem, por detrás, a assimilação de um País (aliás, de tudo) a uma empresa.
E uma empresa vai à falência, há uma administação de falência... essas coisas que conheço mal, e uma empresa dissolve-se, extingue-se.
Um País, não!
Já o disse, já o escrevi.
Voltarei a dizê-lo, e a escrevê-lo as vezes que entender necessário.
Um País não é uma empresa!
Quantas vezes já teria falido Portugal, ao longo da sua longa história, se um País fosse à falência?
Curiosamente estou a ler, à boleia de leituras sobre Cesário Verde (Helder Macedo), coisas sobre a segunda metade do século XIX português, particularmente as décadas finais, e textos ou excertos de Oliveira Martins, e quase apetece perguntar como é que é possível que Portugal exista, com uma tal História, se bem que romanceada.
E não por assimilação abusiva a uma empresa, como é hoje o uso e abuso.