sábado, 24 de abril de 2010

O que vai ser o meu 25 de Abril

Comecei de manhã no mercado semanal com a distribuição de um pequeno e simples documento, emitido pela Comissão Concelhia de Estremoz do PCP, que vale a pena ler e que reproduzo no final.

Às 14,00 tenho de ir trabalhar e vou ficar "entalado" até às 20,00.

Mas assim que sair vou jantar com camaradas e amigos de Evoramonte.

Não sei como vai ser mas se puder ainda dou um pulo a Santa Vitória do Ameixial antes da meia-noite.

Amanhã de manhã antes de ir para Santa Vitória do Ameixial para participar no tradicional almoço, ainda sou capaz de dar uma volta por aí.

E à tarde vou continuar por aí.

Em 25 de Abril de 1974 os militares do Movimento das Forças Armadas puseram termo à ditadura fascista e proclamaram Portugal como um país democrático, moderno, aspirando a construir uma sociedade mais justa e mais fraterna e a uma vida digna para a generalidade do povo português.

A partir de 25 de Abril de 1974 passou a ser para todos o direito de votar, de eleger e ser eleito, de participar na vida pública, de tomar parte nas decisões sobre o futuro do nosso país, de reivindicar direitos e de protestar contra as injustiças.

Em 25 de Abril de 1974 Portugal reconheceu o direito dos povos colonizados à liberdade e à independência e pôs termo à sangrenta guerra colonial.

Graças ao 25 de Abril de 1974 Portugal passou a ter um Serviço Nacional de Saúde e um Sistema de Ensino Público tendencialmente gratuitos e universais.

Em 25 de Abril de 1974 passou a haver reformas, salário mínimo, férias pagas, assistência na doença. Passou a haver o direito à greve. Os direitos associados à maternidade, a licença de parto, a saúde reprodutiva, são direitos adquiridos graças ao 25 de Abril.

Só em 25 de Abril de 1974 as mulheres portuguesas passaram a ser consideradas, perante a lei, cidadãos de pleno direito.

Os salários dos trabalhadores foram objecto de aumentos muito significativos. O 25 de Abril permitiu distribuir a riqueza produzida de forma menos desigual e aumentar o nível de vida da generalidade dos portugueses.

As gigantescas realizações da Reforma Agrária arrancaram os campos do Alentejo e do Ribatejo do sistema quase feudal de exploração e levaram-nos a produzir e a distribuir riqueza como nunca tinha sido visto até então.

Tudo isto foi apenas há 36 anos.

Hoje, Portugal está aparentemente mais rico, mais culto, mais saudável, mas a distribuição da riqueza continua desigual. Pior, essa desigualdade tem vindo a aumentar. Mantêm-se níveis de pobreza elevados. A população idosa, nomeadamente, continua, numa faixa bastante significativa, pobre e desprotegida.

Hoje evocamos o 25 de Abril e a sua tremenda actualidade porque o povo português enfrenta o mais feroz ataque aos seus direitos. Vai perdendo valor nas reformas, vai perdendo direitos na área laboral, na área da saúde e da educação.

Também as comemorações do 1º de Maio em liberdade são uma conquista dos portugueses no 25 de Abril. A evocação da luta dos trabalhadores pela melhoria das suas condições de vida é de grande actualidade. Hoje, direitos duramente conquistados, com sangue, suor e lágrimas, como a jornada de 8 horas, são diariamente postos em causa.

Comemorar hoje o 25 de Abril é reafirmar os seus objectivos, as suas metas e empenharmo-nos fortemente em atingi-las.

Comemorar hoje o 25 de Abril é relembrarmo-nos que temos o direito de ser felizes, de sonhar e alcançar um futuro melhor.

Comemorar o 25 de Abril é também desenterrar das brumas da memória, e manter vivo para as gerações mais novas, o testemunho de um passado de terror, de miséria e de exploração, para que nunca mais aconteça.

Comemorar o 25 de Abril é hoje garantir que na nossa prática quotidiana mantemos vivo o seu espírito e procurarmos construir todos os dias uma sociedade mais justa, mais equitativa, mais solidária e mais democrática. A caminho de uma sociedade socialista.

A Comissão Concelhia de Estremoz do PCP saúda o 25 de Abril e o 1º de Maio, como datas indissociáveis, da luta do povo português pelas suas mais elevadas e merecidas aspirações.


Abril de 2010
 
RESISTIR POR UM MUNDO MELHOR