quarta-feira, 23 de junho de 2010

Coisa de meninos(as) queques

Palermice ou talvez não

Hoje, perto da estação da Amadora, bati por acaso com os olhos num cartazete da Juventude Popular cuja imagem não posso reproduzir porque não a encontrei no sítio daquele organização do CDS-PP.

Mas posso reproduzir o essencial, ou seja o seu texto que estou certo os leitores não deixarão de considerar como um notável desarrincanço de clareza e eficácia comunicacional.

Reza assim, em azul e branco (aqui com outras cores para ajudar):

Impostos
DOIS MILHÕES
com rendimento mínimo
Sabes quem paga esta avareza ?
JP. Esta é a hora. Eleva a fasquia.



Infelizmente, vindo de onde vem, temo que este cartaz da JP não seja apenas um caso de incompetência e/ou patetice.

Sim, dir-se-ia, pela primeira palavra, que o cartaz é sobre «impostos» mas segue-se logo a frase «dois milhões com o endimento mínimo» e é sabido que é por «rendimento mínimo» que, mesmo na linguagem do CDS-PP, continua a ser referido o actual subsídio social de inserção destinado, descontados os abusos que sempre acontecem, aos mais clamorosamente marginalizados e sabe-se também qual é a campanha permanente que o CDS-PP move sobre esse tema.

Acontece que, nesse âmbito, não há nenhuns dois milhões que recebam tal subsidio nem coisa que se pareça, quando muito um décimo desse número.

Dirão então os queques da JP que estão mesmo a falar de impostos e que a sua denúncia é que haverá dois milhões de portugueses que declaram rendimentos anuais mínimos para efeitos de IRS.

Não sei se é assim ou não mas há uma coisa que ouvi na rádio há dias e que os meninos e meninas da JP (aviso aos sexagenários: é a Juventude Popular do CDS-PP e não os Jovens de Portugal) deviam saber: é que o rendimento médio dos cidadãos portugueses estaria nessa escandalosa e afrontosa fasquia de 746 euros.

Vítor Dias no o tempo das cerejas*.
 
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