domingo, 17 de abril de 2011

A adesão ao Euro revisitada: As advertências premonitórias de 1997 do PCP

O Euro entrou em circulação no dia 1º de Janeiro de 2002.

Nove anos depois Portugal está em ruínas.

O desastre atingiu não só o sector financeiro como também a própria economia real.

Estas consequências foram previstas e no tempo devido foram accionadas campainhas de alerta.

É o que se pode verificar nestas 15 perguntas e nas respostas premonitórias apresentadas pelo PCP no ano de 1997, quando ainda decorriam os preparativos para a entrada no Euro.

Catorze anos depois é interessante reler aquelas advertências alarmantes e avaliar quem tinha razão.

Aqueles que em Portugal tiveram a responsabilidade histórica por este naufrágio monumental — leia-se, a classe dominante e os seus representantes políticos, PS, PSD e CDS — teriam a obrigação moral e política de fazer auto-crítica pública.

Mas nada indica que venham a ter esta atitude de decência — eles não a tem.

Convém sempre recordar que o povo português jamais foi consultado acerca da abdicação da sua soberania monetária.

Assim como antes disso não fora consultado acerca da adesão à CEE (hoje UE) nem da assunção dos compromissos impostos pelo Tratado de Maastricht e, depois disso, para a aprovação da chamada Constituição Europeia.

E neste momento recusam-se também a consultá-lo quando estão prestes a capitular perante os ditames do FMI/BCE/UE — impondo obrigações que perdurarão anos a fio.

O capital financeiro não gosta de referendos.

Na Europa, é preciso ir à Islândia para encontrar bons exemplos de democracia.

Ali, um Presidente da República digno e corajoso impôs dois referendos populares — mesmo contra a opinião dos politiqueiros locais submissos à UE.

1 - O que significa a existência de taxas de câmbio? Ou, porque é que as moedas têm valores relativos) diferentes? Como é que um marco se troca por cerca de 100$00 e um franco por cerca de 30$00?

2 - O que vai significar o estabelecimento da moeda única face às diferenças de produtividades existentes entre Portugal e os outros países aderentes à moeda única?

3 - A moeda única vai promover o crescimento económico e o emprego em Portugal?

4 - Mas a moeda única não vai permitir baixar as taxas de juro em Portugal e assim facilitar o investimento criador de empresas e empregos?

5 - A moeda única vai permitir que os portugueses tenham salários e pensões iguais aos dos outros países Europeus?

6 - As empresas e os consumidores vão beneficiar com a moeda única?

7 - A moeda única vai limitar/acabar com a especulação monetária e financeira? Vai permitir uma moeda estável, o EURO?

8 - Portugal não tem alternativa à moeda única?

9 - Porque defendem a moeda única os governos de direita e da social democracia, a maioria do grande capital Europeu, do capital transnacional?

10 - Qual foi o resultado de outras "uniões monetárias"?

11 - O que são os critérios de convergência do Tratado de Maastricht? E o que é o Pacto de Estabilidade?

12 - É possível conciliar os critérios de convergência (de Maastricht) para a moeda única e o Pacto de Estabilidade com a prioridade ao emprego e a coesão económica e social?

13 - As instituições e os órgãos da União Europeia (Comissão, Conselho de Ministros, Parlamento, Comité das Regiões, Sistema Bancário Europeu, e Banco Central Europeu) vão permitir corrigir os efeitos negativos da moeda única?

14 - A moeda única vai permitir à Europa opor-se à hegemonia do dólar?

15 - A mundialização não impõe progressivos abandonos de soberania? O Euro não é uma vantagem nesse processo?

Ver as respostas então dadas pelo PCP.  Publicado no Resistir.info
 
RESISTIR POR UM MUNDO MELHOR