terça-feira, 19 de abril de 2011

A propósito de...

A propósito de ditos "subsídios de férias e de natal", como se fossem benesses que o capital vinha generosamente concedendo aos assalariados e aos pensionistas:

Começaram por promessas de outros viveres (em covergência...), de que mostravam as rosadas e risonhas faces, as sonhadas casas com muitas confortáveis e lindas assoalhadas mais casas de banho e cozinha que outros salões de bem-estar semelhavam, televisões a cores e cabo por todas as divisões, as telecomunicações por suas auto-estradas, os telemóveis de gamas sempre últimas, telegenia, telepatia, tel-e-coisas várias e micro-ondas, as redes de auto-estradas de outras comunicações (com centenas de quilómetros em SCUTs), as viagens de férias a inacessíveis e paradisíacos lugares.

Saúde e educação como mandava a Constituição.

E tudo o mais que a imaginação pudesse almejar.

Tudo seria tranquilidade, mel e incenso.

E, para lá chegar, a "Europa connosco", moeda única, crédito fácil e juros baixos se os salários não chegassem.

Depois, os travões.

O "acima das possibilidades".

A acusação e a culpabilização.

Mas não dos fautores e feitores e aproveitadores.

Mas sim das vítimas das ilusões criadas e alimentadas.

As vítimas, réus.

Os algozes, acusadores.

O hipócrita discurso, deles consensual, da necessidade do sacrifício de todos, mas para ser feito só pelos que não têm mais para sacrificar além das ilusões em que foram sendo enredados.

Agora, o cerco.

O garrote.

O "apertar o cinto".

O frigorífico vazio.

O salário e a pensão, que não davam para poder ter férias, que ficarão sem o que ajudava a recuperar um pouco da escassez do salário e da pensão; o salário e a pensão, que não davam para fazer compras no natal, ficarão sem o que ajudava a recuperar um pouco da escassez do salário e da pensão (*).

Dizemos Não! ao cerco, ao garrote, ao "apertar o cinto", ao frigorífico vazio, ao telemóvel sem carga, ao automóvel sem combustível, ao salário consumido em juros de empréstimos que cresceram e em IVAs que se aumentam e se escondem no agravamento dos preços, agravando-o.

Só muitos e unidos prosseguiremos o caminho que está nas nossas mãos.

Para ser caminhado pelos nossos pés.

Tendo de dar, antes, alguns pontapés...

Na sorte e não só!

(*) – Recebendo 100 por mês em 14 meses, passar-se-ía a receber 100 por mês em 12 meses, isto é, de 1.400 anuais passar-se-ía para 1.200, uma baixa de 14,3% no salário ou na pensão anual.

 
RESISTIR POR UM MUNDO MELHOR