No Manifesto, na sua primeira edição, de 1848, Marx e Engels escreveram
«… a moderna propriedade privada burguesa é a expressão última e mais consumada da geração e apropriação dos produtos que repousam em oposições de classes, na exploração de umas pelas outras.»
Na edição de edições avante!, dirigida por José BARATA-MOURA e Francisco MELO, o rigor que as caracteriza levou a que se acrescentassem notas segundo as quais a edição de 1888 tivera outra redacção:
«… a moderna propriedade privada burguesa é a expressão última e mais consumada da geração e apropriação dos produtos que repousam em oposições de classes, na exploração da maioria pela minoria.»
Os 40 anos que medeiam as duas formulações, o que teria levado Engels a modificar o que redigira com Marx, substituindo «exploração de umas (classes) pelas outras (classes)» por «exploração da maioria pela minoria», merece atenção e reflexão.
Ou seja, a oposição de classes – da burguesia e do proletariado, que foi gerado pelo funcionamento do modo de produção – terá levado não só à exploração da segunda pela primeira como terá levado à exploração da maioria, onde se inclui o proletariado, pela minoria, a classe burguesa sempre concentrada e centralizada enquanto classe exploradora.