sexta-feira, 13 de maio de 2011

Três notas publicadas no Resistir.Info que convidam à reflexão

OPERAÇÃO DE BRANQUEAMENTO

A operação de branqueamento já começou.
Ela faz parte da estratégia da classe dominante para fazer passar o programa imposto pelo FMI/BCE/UE.

Dizem eles que "o programa nem é tão mau assim", "tem muitos aspectos positivos" ou que "podia ser pior".

Os seus áulicos nos media, jornais económicos inclusive, reflectem esta orientação.

Esquecem-se propositadamente de lembrar que o programa da troika é de uma contracção brutal da economia portuguesa, não mencionam as consequências do crescimento negativo.

Esquecem-se igualmente de dizer que tal programa irá muito além dos três anos previstos – trata-se de um programa para o subdesenvolvimento definitivo de Portugal.
Por sua vez, os seus representantes políticos que aprovam o programa da troika – PS, PSD, CDS e Presidente da República – estão interessados em louvar as benesses deste programa imposto pelo capital monopolista e financeiro. 

Compreende-se perfeitamente: as eleições de 5 de Junho estão à porta e precisam dourar a pílula.

Valem-se do facto de que os efeitos só se farão sentir após 5 de Junho.

NÃO HÁ LUZ NO FIM DESTE PROGRAMA-TUNEL

Não há luz no fim do programa-tunel proposto pela troika FMI/BCE/UE.
Os seus vassalos – PS, PSD e CDS – procuram dourar a pílula.
Dizem eles que este pacote seria "melhor" do que o grego ou o irlandês.
Mentem e sabem que mentem.
Conduziram o país ao desastre e utilizam o próprio desastre para justificar medidas ainda mais gravosas.
Os efeitos de um tal pacote são cumulativos: com tais medidas, passa-se da actual estagnação para a contracção económica – o pacote provoca crescimento negativo.
Ao cabo dos três anos deste programa Portugal estaria pior do que está agora.
A genese da crise portuguesa foi a recuperação capitalista-monopolista, com a corrupção que lhe é inerente.
A adesão à UE levou à desindustrialização e a entrada no Euro à estagnação.
Enquanto estas amarras não forem rompidas a crise não será superada.
Não deveria haver timidez da parte das forças progressistas em denunciarem os efeitos do pacote.

Eles podem ser antevistos desde já.
Nem tão pouco deveria haver timidez em propor as medidas de ruptura necessárias.
Os três anos do programa-tunel em que nos quer enfiar o FMI/BCE/UE desembocam em outro tunel ainda mais negro: o país estaria mais subdesenvolvido e menos produtivo do que hoje.
O PACOTE DO FMI/BCE/UE

O texto que o FMI/BCE/UE ditaram ao governo Sócrates, e que este vai assinar juntamente com PSD e CDS, será conhecido dia 6 de Maio às 11 horas .

Só depois disso será possível fazer uma análise concreta.
No entanto, do pouco que já veio a público pode-se concluir:  
1) Nenhum problema estrutural da economia portuguesa será resolvido com o dito "acordo";
2) Com a sua aplicação a economia portuguesa passará do estado de estagnação para o de contracção nos próximos três anos, com todo o seu cortejo de consequências;  
3) O pacote dos €78 mil milhões é em grande parte uma ajuda a banqueiros, que ficarão com uma fatia de €12 mil milhoes;  
4) Os grandes penalizados serão os trabalhadores e as camadas médias, tanto em sede fiscal como através de cortes nos benefícios sociais e nas despesas de saúde e educação;  
5) Portugal passa a ser um país tutelado, com visitas trimestrais do FMI/BCE/UE durante todo o período da "ajuda".  
6) As receitas neoliberais, com a privatização do (pouco) que resta do sector empresarial do Estado, serão intensificadas;  
7) A classe dominante portuguesa parece altamente satisfeita com o "trabalho" do FMI/BCE/UE (como disse com entusiasmo um desses professores de economia que têm acesso frequente à TV: "Esses técnicos conseguiram fazer em três semanas aquilo que o governo nunca fez em vários anos").  
8) Tem toda a razão de ser a acção de protesto prevista para o dia 5 às 18 horas frente ao Ministério das Finanças.
 
RESISTIR POR UM MUNDO MELHOR