quarta-feira, 11 de maio de 2011

Um debate político

Foi um debate político.

O debate entre Jerónimo de Sousa e Passos Coelho, ontem realizado, merece ser "ouvisto" e estudado.

Estará entre aquelas raras ocasiões em que, na televisão portuguesa, se encontra esclarecimento.

Quem o procura, evidentemente.

Quem procure que o seu voto seja o resultado de uma reflexão e, sabendo para o que quer, o queira usar como parte do poder que em todos nós está.



O debate mostrou que há um programa comum com que PS, PSD e CDS se apresentam a estas eleições.

Nem “as resmas de papel” (expressão de J.S.) das propostas do PSD podem ocultar que, no essencial, são as medidas do pacto de submissão e agressão ao povo e ao país que constituem o efectivo compromisso deste partido com os interesses dos grupos económicos e financeiros. Nem importa escolher saltar da "frigideira para o lume"...

Como Jerónimo de Sousa sublinhou, os três partidos estão juntos no rumo de desastre nacional que está em curso há mais de três décadas; juntos na ofensiva contra os direitos dos trabalhadores, juntos no roubo dos salários, juntos no pacote de privatizações, juntos na ofensiva contra o Serviço Nacional de Saúde, juntos no processo de submissão nacional às imposições da União Europeia e do FMI.

Mas fê-lo de forma pedagógica, calma e não crispada e teve, no interlocutor, uma posição e reacções correctas, também calmas e não crispadas.

Discutiu-se politica e civilizadamente.

O debate permitiu reafirmar um rumo alternativo para o país, aquele que o PCP e a CDU propõem, até porque a "moderadora" teve uma intervenção equilibrada e profissional.

O que, confesse-se, até surpreendeu.

Segundo defendeu Jerónimo de Sousa, essa resposta assenta na necessidade da imediata reestruturação da divida pública – agora e não quando o país estiver de rastos, a exemplo da Grécia após as "receitas" que aqui se querem aplicar.

Uma resposta que promova e valorize a produção nacional, que vá buscar dinheiro e meios onde eles estão, aos lucros dos grupos económicos e financeiros, e que trave o processo ruinoso de privatizações apontando o caminho constitucional do reforço do Estado nos sectores estratégicos da economia.

No minuto final, J.S. sublinhou que “Portugal não é um país pobre”, que tem recursos e potencialidades, muito especialmente os seus trabalhadores.

Recursos significativos no mar, na agricultura, na indústria, e que, se postos ao serviço do país, podem inverter o rumo de retrocesso e declínio e abrir caminho a uma vida melhor para os portugueses.

Por último, J.S. fez a afirmação inequívoca de que o resultado das eleições só se conhece após a sua realização, e que ninguém é dono dos votos do povo português.

"Deste povo que mais cedo do que tarde saberá, pela sua luta, e também pelo seu voto na CDU, encontrar o caminho para a mudança que o país precisa."

 
RESISTIR POR UM MUNDO MELHOR